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sábado, 18 de janeiro de 2014

Documentário - "Titanic: A tragédia contada pelos sobreviventes"

Acima - A edição de 1998 da "Revista Fatos e Fotos" e a fita de VHS com o documentário “Titanic – A Tragédia Contada Pelos Sobreviventes”.

Seja bem vindo ao Titanic em Foco 

Colocada para venda nas bancas brasileiras em março do ano de 1998, como consequência da "Febre Titânica Mundial" causada pelo então recente lançamento do filme "Titanic", dirigido por James Cameron, a revista “Fatos e Fotos” trouxe como brinde uma fita em VHS como histórico documentário “Titanic – A Tragédia Contada Pelos Sobreviventes” [“Titanic – The Survivors Story”, 1996]. O documentário contém quarenta minutos de narração de especialistas e historiadores, com depoimentos emocionantes de seis passageiros sobreviventes do Titanic que narram suas lembranças pessoais relacionadas à tragédia, ocorrida entre 14 e 15 de abril de 1912. O documentário conta também com a participação de Don Lynch, um dos mais conhecidos historiadores do Titanic e Karen Kamuda, presidente da Sociedade Histórica do Titanic.

Digitalizado agora pelo Titanic em Foco, acompanhe as impressões daqueles que testemunharam ao vivo o desenrolar deste desastre marítimo e sofreram em suas vidas as conseqüências da tragédia do Titanic.
 Acompanhe
Titanic: A tragédia contada pelos sobreviventes

Sinopse - Na noite de 14 de abril de 1912 as águas calmas do Atlântico Norte tornaram-se o túmulo de mais de 1.500 passageiros do malfadado Titanic. E para os 700 sobreviventes sobraram apenas um beijo e um oceano de despedida dos entes queridos perdidos no mar. Esse documentário especial apresenta entrevistas com os sobreviventes e arquivo de imagens e documentos de época no intuito de capturar o drama humano, o heroísmo e a história por trás do mais famoso desastre marítimo de nosso tempo.
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Depoimentos dos sobreviventes do Titanic

Millvina Dean, passageira da 3ª classe, tinha 2 meses e 13 dias de vida no momento da tragédia [Elizabeth Gladys Millvina Dean, * 02 de fevereiro de 1912 - 31 de maio de 2009]

 Millvina Dean faleceu aos 97 anos de idade

"Nós estávamos viajando no Titanic porque íamos morar na cidade de Kansas, onde meu pai pretendia abrir uma loja. Nós já tínhamos comprado uma casa lá, e achávamos que seria maravilhoso viajar no Titanic. Como éramos imigrantes tivemos que embarcar na Terceira Classe. Todos tínhamos muitos planos e esperanças, principalmente os imigrantes que pretendiam montar uma vida nova na América, e todos olhávamos muito adiante para pensar que algo poderia dar errado. Eles não podiam imaginar que corriam algum tipo de perigo, pois o Titanic nunca afundaria; e num navio tão belo ninguém pensava no perigo.

Eu lembro que meu pai foi ao convés para descobrir o que estava acontecendo e recebeu a notícia de que o navio tinha batido num iceberg, e que era melhor acordar as crianças e levá-las para a parte superior do Titanic, foi isso que nós fizemos. Os passageiros da Terceira classe não tinham autorização para ir ao “deck”, minha mãe estava com um bebê ao colo e uma criança; e por causa disso eu acho que eles deixaram nossa família subir. Nós entramos no bote número 13, e na despedida meu pai disse que esperava nos reencontrar brevemente. Eu fui colocada numa espécie de saco, mas meu irmão se perdeu e minha mãe não pôde fazer nada por ele. Os passageiros não sabiam que não existiam botes salva-vidas para todos, isso não passava pela cabeça de ninguém. Provavelmente eles estavam congelados e não conseguiam mais gritar, só restava esperar que algum milagre acontecesse.

Logo que subi no Carpathia um dos passageiros do Titanic estava esperando por mim ao lado do meu irmão e da minha mãe. É claro que quando vi o meu irmão fiquei muito aliviada [*** ver esclarecimento no parágrafo abaixo]. Nós perdemos tudo, tínhamos alguns amigos no Kansas, mas ficamos em dinheiro, sem roupas, sem nada, então minha mãe decidiu voltar para a Inglaterra. Eu acho que eles estão muito errados, o Titanic deve ficar onde está, no fundo do mar, como um túmulo".

***As menções de "memórias sobre o Titanic" aqui relatadas por Millvina Dean oferecem a impressão de que ela lembrava-se dos fatos em primeira mão, ou seja, que ela tinha memórias da tragédia. Na realidade absolutamente tudo o que Millvina Dean sabia sobre sua estadia e salvamento fora-lhe repassado através das histórias contadas por sua mãe e posteriormente, ao ler sobre a tragédia e inteirar-se com outras pessoas sobre o assunto. Millvina Dean tinha apenas 73 dias de vida quando fora salva, portanto não guardara qualquer memória pessoal do Titanic. Soma-se ao fato de que a tradução do discurso de Millvina para o português também oferece falhas.
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Michel Navratil, passageiro da 2ª Classe, tinha 4 anos no momento da tragédia [Michel Marcel Navratil, * 12 de junho de 1908 - 30 de janeiro de 2001]

 Michel Navratill faleceu aos 92 anos de idade

"Sim, eu tenho perfeitamente registrado em minha memória a noite do naufrágio, eu me lembro como se tivesse acontecido ontem. Toda vez que vejo uma foto do Titanic, tenho a impressão de reviver aquele momento. Eu estava ansioso, provavelmente porque eu estava longe da minha mãe e não entendia que o Titanic ia afundar. Meu pai me colocou num bote e ainda lembro do momento em que soltaram as cordas e do barulho do pequeno barco batendo na água e das ondas do mar. Eu me lembro do momento em que meu pai me colocou no bote, ele disse para eu sempre amar minha mãe, e foi isso que eu contei para ela quando nos reencontramos".
Eva Hart, passageira da 2ª Classe, tinha 7 anos no momento da tragédia [Eva Miriam Hart, * 31 de janeiro de 1905 - 14 de fevereiro de 1996] 

 Eva Hart faleceu aos 91 anos de idade

"Minha mãe teve uma premonição, desde o começo ela sabia que tinha algo para temer. Os gritos e sons que eu escutei são algo impossível de descrever, foram os ruídos mais pavorosos que u já ouvi. Bem, eu lembro disso o tempo todo, e este é o pior pensamento que tenho em minha mente quando lembro da imagem do navio afundando, eu vejo como tudo aconteceu. Se dizia que o navio nunca afundaria, foi assim que ele foi anunciado. Bem, para dizer que o navio não afundaria estava se desafiando o poder divino. Minha mãe teve uma premonição e nunca dormia à noite, ela passava a noite inteira acordada e só adormecia depois do amanhecer, eu ficava com o meu pai, e pensávamos como era estranho a minha mãe passar o dia todo dormindo. Mas desde o início da viagem parece que ela sabia que algo de errado estava para acontecer.

Como os poucos botes já tinham partido, você pode imaginar o pânico dos passageiros que ainda estavam a bordo... bem, eu acho que não dá para imaginar, ninguém pode imaginar isto. O barulho das pessoas se afogando é algo impossível de se descrever, foi o som mais apavorante que eu já escutei em toda a minha vida. Depois dos ruídos veio um silêncio profundo, o navio tinha desaparecido e a escuridão tomou conta de tudo. Se o Titanic tivesse um número suficiente de botes salva-vidas certamente ninguém teria morrido, porque teria tempo para salvar toda a tripulação. Eu respeito o trabalho dos cientistas, mas espero que eles nunca retirem o Titanic do mar".

Marjorie Newell Rob, passageira da 1ª Classe, tinha 23 anos no momento da tragédia [* 12 de fevereiro de 1889 - 11 de junho de 1992]

 Marjorie Newell faleceu aos 103 anos de idade

"Eu nunca vou esquecer do barulho que o Titanic fez quando afundou, as pessoas gritavam e tentavam escapar, mas não conseguiram porque era tarde demais. Uma hora e meia depois de eu ter deitado aconteceu o pior acidente que um ser humano já tinha presenciado, foi horrível. Meu pai estava perto da porta e me disse: "Pegue suas roupas de frio e me siga". Eu nunca vou esquecer do barulho horrível que o navio fez quando afundou, pessoas gritando e o ruído do mar, foi terrível".
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Ruth Becker, passageira da 2ª Classe, tinha 12 anos no momento da tragédia [Ruth Elizabeth Becker, * 28 de outubro de 1899 - 06 de julho de 1990]

 Ruth Becker faleceu aos 90 anos de idade

"Eu também me lembro que tudo era bonito e grandioso, meu pai não viajou conosco porque estava na Índia, ele trabalhava lá a seis anos, mas meu irmão caçula ficou muito doente e o médicos falaram que ele tinha que se tratar nos Estados Unidos ou então morreria. Minha mãe saiu da cabine e perguntou para um marinheiro o que tinha acontecido: "Porque nós paramos no meio do oceano?" Ele respondeu que não tinha acontecido nada demais, que tinha sido apenas um pequeno acidente. O navio seria consertado e a viagem voltaria ao normal em poucos minutos.

O barulho nas escadas era ensurdecedor, as pessoas corriam para todos os lados. Os passageiros gritavam o tempo todo enquanto passavam apressados por corredores e salões. Nós colocamos nossas roupas, os vestidos de noite, calçamos os sapatos, mas não pegamos nenhum colete salva-vidas, e depois fomos para uma sala grande cheia de mulheres, algumas vestidas com trajes de noite e outras com roupas íntimas, elas choravam e estavam apavoradas porque não sabiam o que estava para acontecer. Nós ficamos lá durante cinco minutos, e minha mãe disse para mim “Ruth, lá fora está muito frio, volte à cabine e pegue três cobertores para aquecer seu irmão caçula [que tinha dois anos] e sua irmã [que tinha quatro]”. Então eu esperei, é claro que eu fiquei um pouco assustada, eu estava nervosa porque eu nunca tinha imaginado que eu poderia morrer afogada. De qualquer maneira eu me controlei e pedi para entrar num outro bote. O oficial no navio disse que sim, me pegou no colo e me colocou na embarcação.

O transatlântico afundava lentamente e as pessoas que ainda estavam a bordo se equilibravam no convés e nas varandas, na esperança de que alguém ainda viria para resgatá-las. Mas não teve jeito, infelizmente o Titanic afundou. Os passageiros tiveram que pular no mar. Eles se jogaram e gritaram por socorro, mas é claro que ninguém apareceu para ajudá-los. Nós remamos o mais rápido possível porque as pessoas que estavam gritando queriam entrar em nosso bote, sessenta e cinco ou setenta passageiros já estavam a bordo e não cabia mais ninguém. Nós remamos de 1 h até as 4:30 h da madrugada, e finalmente chegamos num ponto distante, um sinal luminoso. Depois surgiram disparos de morteiros. Nós gritamos, comemoramos, e começamos a remar o mais rápido possível na direção da luz e fomos salvos, era o Carpathia.

Nós tínhamos cobertores, comida, conhaque e café. E até uma mulher se aproximou de mim e perguntou “Seu nome é Ruth Becker?”, eu respondi que sim, e ela disse que minha mãe estava me procurando por todos os lados. Finalmente me reencontrei com meu irão, minha irmã e minha mãe, todos estavam bem. Quando o Carpathia nos salvou, todas as mulheres correram para as varandas do navio para procurar pelos maridos nos outros botes, mas eles nunca apareceram. Apenas quem tinha algum amigo ou parente em Nova Iorque podia desembarcar. Meu pai estava na Índia e um amigo nosso enviou um telegrama para ele informando que nossa família estava salva. Meu pai ainda não sabia o que tinha acontecido, e achou que tínhamos escapado de um acidente de trem"..
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Edith Brown Haisman, passageira da 2ª Classe, tinha 15 anos no momento da tragédia [* 27 de outubro de 1896 - 20 de janeiro de 1997] 

 Edith Brown faleceu aos 100 anos de idade

"Quando nós subimos na escadaria principal eu fiquei encantada com a sua beleza, tudo no navio era maravilhoso, quadros bonitos pendurados na parede e as mesas com talheres de prata e toalhas brancas. Era realmente magnífico. Você nunca verá nada igual o Titanic, nunca. Meu pai levou minha mãe e eu até o bote 14. Quando começamos a descer alguém pulou na embarcação, era um homem, e o oficial disse “Eu ia atirar em você”, e ele respondeu, “Você ia apavorar as mulheres e crianças que estão no bote”.
  
Crédito
Pesquisa, transcrição de texto e adaptação de imagens - Rodrigo, Titanic em Foco
Em memória a todos os envolvidos no desastre do Titanic

16 comentários:

Anônimo disse...

incrivel tem 1 delas qe esta com a mesma idade do Lindo,Perfeito e Maravilhoso RMS-Titanic

jose.a disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
jose.a disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Gente, açguém poderia me informar o nome da musica que é cantada pelo coral dentro do titanic, naquela cena onde Jack tenta falar com a Rose, mas é impedido. Por favor, já rodei toda a internet, os creditos do filme, trilha sonora e não encontro.


Grtao, se souberem por favor, enviem para meu e-mail: tito-emiliano@hotmail.com

Rodrigo disse...

Oi amigo.

O nome da canção é "Eternal Father Strong to Save". A música está inclusive na matéria "A banda do Titanic: A música a bordo do mais famoso navio da história", que pode ser acessada pela aba direita do blog no item "Matérias Recentes".

Até mais.

Anônimo disse...

Muito obrigado... :D

Anônimo disse...

Olá rodrigo ja esta acabando a Matéria Do HMHS BRITANNIC?

Rodrigo disse...

Oi. Ainda não, mas será uma das próximas.

Carlos Eduardo disse...

eu amei; fico muito feliz que tenha-o pessoas que salva a memoria destas pessoas que tanto sofreram.

Rodrigo disse...

Oi Carlos,

Infelizmente não há tantos depoimentos em vídeo quanto este como deveria haver. São estas histórias contadas pelos próprios sobreviventes que devolvem o caráter pessoal da história do Titanic. Quanto mais o tempo passa, mais impessoal se torna a história, porque hoje a maioria de todos nós olha a história do Titanic de "fora para dentro"... quando quem sobreviveu, depõe sobre o que passou de "dentro para fora"...

São depoimentos de grande valor, mas sempre carregados de emoção e de um grande pesar.

Anônimo disse...

Desculpe Mas que Demora Para Lançar Matérias Novas! Tenho Certeza que todos estão anciosos!

Rodrigo disse...

Oi, eu é que me desculpo. Estarei publicando poucas matérias nos próximos meses e vou "estacionar" meu trabalho aqui neste ano. O Titanic em Foco não foi planejado para ser de grande giro, tampouco comercial. O desejo que eu tinha assim que eu fundei o blog já foi atingido: Publicar material relativamente bom, que servisse como referência básica para quem gosta do assunto.

Fecho meu trabalho neste ano, e desde já agradeço a atenção de sempre. O Titanic em Foco permanecerá no ar, como prova de meu carinho pela história.

Até mais. Não sei quais e quando serão publicadas novas matérias, mas serão editadas no mesmo formato básico de sempre.

Anônimo disse...

Obrigado!Descupe ser direto e sem educação! admiro muito seu trabalho !esta de parabens!

Anônimo disse...

Hello friends and the followers of Titanic em foco, you can see this another documentary on you tube, the name is this: (TITANIC-Especial Fox--Buscando Novos Territórios).

hope you like it, thanks. jose.a Rms Titanic forever.





Oi amigos e seguidores do Titanic em foco, você pode ver este outro documentário no You Tube, o nome é este: (TITANIC-Especial Fox--Buscando Novos Territórios).

espero que gostem, obrigado. jose.a Rms Titanic para sempre.

Anônimo disse...

muito legal so fascinada por Titanic

Jose. A disse...

Eu não quero ir do Titanic em foco, sem dizer algumas palavras sobre este vídeo.

Como eu disse, quando eu estou fazendo coisas no computador, trabalhando em qualquer modelo, ou fazer qualquer coisa. Eu estou sempre ouvindo algo colocado no computador, ele me faz companhia. Filmes, documentários, e outras coisas...

As coisas que eu quase sempre ver, são na sua maioria a minissérie Titanic 1996 é a minha superfavorita, vejo também a minissérie Titanic 2012, e outras coisas.

Mas este documentário eu vejo com muita frequência. Eu não posso colocar em palavras o quanto eu amo este documentário. E Deus sabe que eu não estou mentindo quando digo que eu sempre derramar lágrimas no minuto 13:20 a 13:40 me emociona muito esse momento, com o Pobre capitão Smith, simboliza o caminho para o desastre.

Este documentário é perfeito, não falam bobagem, é incrível para 1997. A análise clínica da tragédia, os sobreviventes são sublimes em suas histórias, os historiadores também. Em fim.. Eu amo muito, muito, muito, este documentário.

Agora eu ter colocado este documentário...

Esta é uma de mis matérias favoritas do blog.
Minha favorita é Linha do Tempo, eu vôo com ela.

Eterno abraço a todos.

Saudações a todos. Obrigado.
Jose Aurelio.
Da Europa.