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quinta-feira, 29 de junho de 2023

Como está o Titanic hoje?

O Titanic foi extensivamente explorado desde que o naufrágio foi descoberto em 1985. Mas é tão grande que, na escuridão das profundezas, as câmeras só podem mostrar instantâneos do navio decadente — nunca a sua totalidade. Pela primeira vez em 111 anos estamos vendo o navio em sua totalidade, iluminado como jamais fora feito antes em sua integridade, ficando até recentemente à cargo dos holofotes e câmeras fotográficas e de filmagem a captura de pequenas áreas do transatlântico em seu repouso eterno.Cientistas realizaram com sucesso o primeiro escaneamento digital tridimensional de larga escala do Titanic, a 3.800 metros de profundidade no Oceano Atlântico

Em abril de 2023 imagens impressionantes divulgadas à imprensa revelaram detalhes únicos do estado do navio completo, como se toda a água ao seu redor tivesse sido drenada — o que as torna mais precisas do que as já obtidas através de câmeras enviadas por submarinos em expedições passadas, desde 1º de setembro de 1985, quando os destroços do Titanic foram finalmente descobertos após permanecerem por 73 anos longe da mira pública.

A expectativa dos pesquisadores é, com o mapeamento digital, obter mais informações sobre como aconteceu o seu naufrágio em 1912. Mais de 1.500 pessoas morreram na época após a colisão com um iceberg na viagem inaugural de Southampton, no Reino Unido, a Nova York, nos EUA.

As imagens podem revelar o que aconteceu com o Titanic?

O Titanic foi bastante estudado desde que seus destroços foram encontrados em 1985. Mas sua enorme extensão e a localização em áreas remotas dos mares só rendem imagens parciais e nem sempre claras do navio. 

Graças ao novo mapeamento, cientistas agora podem contemplá-lo inteiramente — ao menos, tanto quanto for possível, já que o navio se partiu em duas porções ao afundar. A proa e a popa estão separadas, no fundo do oceano, por 600 metros. Há, contudo, destroços neste espaço.


Como foi realizado o escaneamento? Em primeiro lugar, equipamentos subaquáticos controlados remotamente por um time a bordo de um navio especializado passaram mais de 200 horas capturando imagens do comprimento e da largura do Titanic. Em seguida foram utilizadas um total de mais de 700 mil imagens de todos os ângulos para realizar uma reconstrução 3D fiel do navio.

Nesta foto do perfil de bombordo torna-se claro o aspecto de "descascamento" de parte do costado do Titanic, onde parte de seu casco aparece literalmente virado ao avesso, deixando a mostra o que antes eram suas paredes internas com escotilhas circulares.


Gerhard Seiffert, líder da expedição da Magellan, garantiu à BBC que foi o maior projeto de mapeamento que já fez. "A profundidade, de quase 4 mil metros, representa um desafio, e você tem correntes de água no local também. Não podíamos tocar nada para não danificar os destroços", enumerou.

Maciçamente "fincada" sob o leito marinho, a imensa hélice de bronze manganês de 7 m de circunferência do Titanic ainda segue parcialmente visível. O mesmo não vale para a hélice central que está permanentemente atolada em sua posição original sob o solo junto da estrutura inferior da popa que, aparentemente, atingiu o fundo de modo inclinado.

"Outro desafio foi ter que mapear cada centímetro quadrado — mesmo as partes desinteressantes, como no vão de destroços em que você tem que mapear a lama —, mas você precisa preencher [as lacunas] entre todos estes objetos interessantes", explicou.

O amontoado praticamente disforme aqui visto trata-se de uma visão à bombordo da popa do Titanic que, em sua "queda" de cerca de 7 minutos ao abismo de 3.800 m de profundidade na madrugada de 15 de abril de 1912, acabou sendo "descascada" de maneira avassaladora pela força de seu próprio movimento e as correntes colossais de água que enfrentou enquanto efetuava giros e cambalhotas até atingir o fundo. No meio da dantesca confusão de conveses desabados e o formato ainda distintivo do arco da popa ainda é possível ver com certa clareza o mastro traseiro tombado sobre o costado.


Os resultados encontrados

O mapeamento revelou tanto a escala do navio como alguns detalhes, como o número de série de uma de suas hélices. A proa, agora coberta de estalactites de ferrugem, ainda é "instantaneamente reconhecível", segundo a BBC, mesmo após mais de um século. É possível ainda ver o vão no deque onde esteve antes uma grande escadaria.

Abaixo: Gravado sobre o bronze de uma das pás da hélice de boreste do navio, o número de série 401 permanece plenamente visível, certificando a identidade do navio naufragado. Por suas propriedades de impressionante resistência à água, as hélices do Titanic, bem tudo o mais nos destroços que for composto por bronze e/ou latão, serão certamente as últimas lembranças a se desintegrarem com o tempo, neste caso talvez centenas ou milhares de anos. Após 111 anos ainda não há sinal qualquer de degradação nos objetos deste tipo de composição, como estruturas de lustres, base para o timão e demais artigos.





Já o estado da popa é mais complexo, já que esta porção teria sofrido mais danos ao afundar. Mas nos destroços ao redor do navio é possível encontrar porções metálicas da decoração, estátuas e garrafas nunca abertas de champagne. Há ainda objetos pessoais dos viajantes, como dúzias de sapatos.

Configurado hoje como um grande fosso quadrangular que desce pelas estruturas do navio, o local onde antes estava alocada a luxuosa escadaria dianteira da primeira classe, que permeava 6 conveses do Titanic segue sendo ao longo dos anos um permanente ponto de acesso aos robôs câmera teleguiados remotamente que são enviados aos interiores para capturar parte da beleza decrepta do que um dia foi o mais luxuoso paquete da história. As duas aberturas quadrangulares menores aqui eram, respectivamente, clarabóia de um lavatório e uma para o teto da sala de telégrafio, de onde foram emitidos os pedidos de socorro ente a noite de 14 e a madrugada de 15 de abril de 1912. Ao lado: imagens autênticas do fosso da escadaria da 1ª classe obtidas em video em 2001 pelo cineasta James Cameron para o documentário "Ghosts of the Abyss"

A corrida contra o tempo 

Parks Stephenson, expert que estuda o Titanic há anos, acredita que o grau de detalhes oferecido pelo projeto da Magellan com a Atlantic Productions pode oferecer novas ideias sobre o que aconteceu com o Titanic na noite do naufrágio.

A varredura foi realizada no verão de 2022 pela Magellan Ltd, uma empresa de mapeamento de águas profundas, e pela Atlantic Productions, que está fazendo um documentário sobre o projeto. Nesta imagem a bombordo do Titanic fica claro o desabamento lento da superestrutura, que vem decaindo em direção ao extremo da proa vagarosamente, assim literalmente "panquequeando" os andares posteriores uns sobre os outros. A "quebra de espinha" pela qual passou o navio ao atingir o fundo do mar é também muito visível, um dano sofrido ainda na madrugada do naufrágio.

"Não entendemos bem o caráter da colisão com o iceberg. Não sabemos nem mesmo se o navio colidiu a estibordo, como é mostrado em todos os filmes — ele pode ter "ancorado" [colidido por baixo] no iceberg", sugeriu a BBC. Ao estudar o estado da popa, ele acredita que pode ser revelada a dinâmica de como o Titanic afundou. 

Um dos maiores desafios para pesquisadores é o fato de que a erosão marítima e a fauna e flora locais estão degradando, cada vez mais, as partes restantes daquele que foi o maior transatlântico do mundo. As novas imagens obtidas, contudo, oferecem um retrato "congelado" no tempo do Titanic e permitirão um estudo mais aprofundado durante anos.

A proa do navio aqui aparece maciçamente fincada 18 metros sob o leito marinho; apenas cerca de 7 metros de sua altura original aqui neste ponto permanece visível acima do leito oceânico. O percurso inclinado em direção ao fundo durante o naufrágio, após a quebra do navio em duas partes ainda na superfície, fez com que a proa ganhasse em velocidade até atingir o solo, escondendo para sempre até mesmo as cicatrizes dos danos causados pela colisão com o iceberg. A grande âncora de 7.800 Kg no entanto permanece tal em qual em sua posição original desde abril de 1912. O letreiro "TITANIC" aqui não parece visível, mas fora flagrado em vídeo em uma das expedições dos anos 2000.


Crédito

Texto original em - uol.com.br

Reedição de texto - Rodrigo, Titanic em Foco

2 comentários:

Jose. A disse...

Olá a todos



Que bom que você vai falar sobre isso.

Boa Matéria.

Também eu, como toda a comunidade do Titanic, fiquei impressionado com esta grande obra, com esta grande surpresa. Apresentado ao mundo recentemente.

Agora talvez marcado pela tragédia de Ocean Gate.

Não há palavras para definir este grande trabalho.
Os restos do mito, como nunca foram vistos.


Mesmo para quem não se interessa pela história do Titanic..

"Esta visão é uma amostra da magnitude da tragédia."


Algo quase educativo, evocativo, de compreensão, de dimensão, repito até para o público, não interessado em a história do navio. E de estudo científico para especialistas.


29/06/2023


Jose. A
Da Europa.
Saudações a todos. Obrigado.

Jose. A disse...

Bacana demais !!! agora em brasileiro.

Podem disfrutar aqui...

Link:

Fantasmas do abismo 2001

https://www.youtube.com/watch?v=5orx1cjnaK0&pp=ygUHdGl0YW5pYw%3D%3D


5/11/2023



Jose. A
Da Europa.
Saudações a todos. Obrigado.