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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

"Porquinho musical": Especialistas recuperam música tocada no naufrágio do Titanic


 Acima, esquerda: O porquinho musical da passageira da 1ª classe do Titanic, Edith Russel, hoje exposto pelo National Museum em Greenwich, Londres. Meio: Edith Russel em foto feita por volta de 1910, antes de que se tornasse uma sobrevivente do Titanic. Direita: Edith Russel aqui fotografada em 1972, por ocasião do 60º aniversário do naufrágio do Titanic. Com então 92 anos de idade ela exibe seu tão afamado amuleto de sorte, que fora presente de sua mãe.

Seja bem vindo ao Titanic em Foco

Você sabia que uma passageira da 1ª classe do Titanic carregou consigo dentro de um bote salva-vidas um curioso amuleto de sorte com formato de um porquinho musical? 

Seu nome era Edith Russel (Edith Louise Rosenbaum/Russel; *1879 - †1975), e ela recusou-se a tomar um bote salva-vidas sem que antes voltasse à sua cabine para recolher o objeto de sorte, que fora presente de sua mãe. Durante a madrugada fria, enquanto estava à deriva em meio ao Oceano Atlântico, ela tornou seu pequeno porquinho musical um objeto de entretenimento para as crianças embarcadas em seu bote, que tocava uma música lembrada apenas como "maxixe", nas palavras de Edith.

Hoje, 101 anos após a tragédia, finalmente especialistas do National Maritime Museum em Greenwich (Londres) foram capazes de recuperar esta música que há mais de 50 anos silenciou quando o porquinho musical deixou de funcionar. Deixando nestes 101 anos decorridos desde a tragédia uma curiosa e simples pergunta: Qual era a música tocada pelo porquinho de Edith?

Se você quer saber mais desta curiosa história, então...

Acompanhe 
Em meio ao horror e devastação da noite em que o Titanic naufragou, o porquinho se destacou como uma das mais comoventes cenas


Quando as crianças se apertaram no calor do colo de suas mães em um bote salva-vidas lotado, elas foram confortadas pela música repetida de um porquinho  musical de brinquedo, usado para bloquear os gritos dos náufragos na água em torno deles. Mas, neste século decorrido desde a tragédia, enquanto o porquinho incrivelmente sobreviveu ao tempo, sua canção foi silenciada, seu mecanismo foi quebrado. Agora, porém, especialistas do National Maritme Museum conseguiram consertar o objeto e fizeram uma gravação da música, em uma tentativa de obter ajuda do público para identificá-la.

Abaixo: A sobrevivente do Titanic, Edith Russell, mostra seu porquinho musical para a atriz Theresa Thorne - a atriz interpretou a própria Edith no clássico filme "A Night to Remember" (no Brasil: "Somente Deus por Testemunha", 1958, capa na foto ao lado). Neste filme Theresa Thorne repete o mesmo ato de Edith na noite da tragédia real, retornando à cabine para recuperar o porquinho musical antes de embarcar em um bote. Nesta fotografia, tirada por volta de 1957 durante os bastidores das gravações do filme, aparentemente o porquinho musical de Edith já não funcionava.

Eles realizaram exames de raios-X em três dimensões do porquinho para descobrir como a caixa musical dentro funcionava, e acabaram descobrindo que o rabo encaracolado, que era usado para ligar o dispositivo, havia se destacado, ficando preso dentro do porquinho. Ao analisar os exames, eles foram capazes de inserir uma pequena haste de bronze no dispositivo interno, para acionar o mecanismo e tocar a música.
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Ao lado - Nesta cena do filme "Somente Deus por Testemunha", Edith Russel [interpretada por Theresa Thorne] retorna para sua cabine apenas para resgatar seu porquinho musical.

Eles só tocaram três vezes, para garantir que o dispositivo não fosse danificado. Rory McEvoy, curador do museu, disse: "A música saiu lindamente. Foi inacreditável e muito emotivo. Há algumas notas que faltam, porque um par de dentes do pente estão soltos, mas por outro lado, a canção saiu tão clara como sempre foi. Ouvi-la pela primeira vez teve um impacto poderoso." O porquinho musical entrou como parte do folclore relacionado ao Titanic. Em histórias sobre o naufrágio, a música sempre foi descrita como sendo uma canção Maxixe, tocada para acompanhar dança sul-americana, semelhante ao tango. Entretanto, o Sr. McEvoy disse que eles tinham sido incapazes de identificá-la, até agora. 

Hoje positivamente identificada como "La Sorella" (ou "La Matchiche"), composta pelos franceses Charles Borel-Clerc e Louis Gallini em 1905, sete anos antes do naufrágio do Titanic. As imagens do vídeo abaixo são reais, provenientes do Raio X tridimensional do objeto.

Ouça a música (ou baixe em MP3 AQUI)

O porquinho pertencia a Edith Russel, com então 32 anos de idade, uma jornalista de moda americana e estilista que havia feito reportagens sobre moda francesa nas corridas do domingo de Páscoa Paris antes de embarcar no Titanic. Ela embarcou no navio em Cherbourg, França, como um passageira de primeira classe, juntamente com 19 baús de bagagens e o porquinho musical. O animalzinho musical tinha sido dado a ela por sua mãe como um mascote de boa sorte, após Edith sobreviver a um acidente de carro no ano anterior em que seu noivo, um fabricante de armas alemão, tinha sido morto. O item teria custado cerca de 10 xelins na época.

Depois de embarcar no Titanic, ela tinha escrito uma carta ao seu secretário em Paris, enviada a partir de Queenstown - a última escala do Titanic - na qual ela elogiou o navio, mas acrescentou: "Eu não consigo superar meus sentimentos de depressão e de premonição de problemas ".

Ao lado: Uma cabine da 1ª classe a bordo do RMS Olympic (o navio-irmão do Titanic) de padrão idêntico à cabine "A11", ocupada por Edith em sua viagem no Titanic. Foi para uma cabine exatamente como esta que Edith retornou antes de embarcar em em um bote salva-vidas, com intuito de recuperar seu porquinho musical. Curiosamente Edith deixou para trás todos os seus outros pertences e jóias, e inclusive uma enorme quantidade de bagagens trazidas da Europa. CURIOSIDADE: Todas as 37 cabines para passageiros localizadas no "Convés A" do Titanic seguiam  precisamente este mesmo padrão simplificado de decoração. Muito diferente do que acostumamo-nos a acreditar, a verdade é que apenas cerca de 1/3 de todas as cabines da 1ª classe do Titanic possuíam decoração de luxo; mais da metade delas era de modelo simples padronizado, como visto na foto ao lado.

Ela estava em sua cabine quando o navio bateu no iceberg e viu a imensa pedra de gelo desaparecer na escuridão através de sua janela. Ela foi para o convés antes de voltar para recolher o porquinho, quando os passageiros se reuniram perto dos botes salva-vidas. 

Ela inicialmente se recusou a entrar em um bote, aparentemente subindo de volta para fora de um deles - como muitos passageiros, ela estava certa de que o navio não iria afundar.  Em seguida um marinheiro agarrou o porquinho - feito de madeira e papel maché, com uma camada externa da pele real de porco - de debaixo do braço de Edith e atirou-o para do bote salva-vidas, dizendo-lhe: "Você não quer ser salva, bem, eu vou salvar o seu bebê "Ela então seguiu o porquinho, embarcando no bote Nº 11. Mais tarde ela lembrou: "Quando eles jogaram aquele porco [no bote], eu sabia que era minha mãe me chamando."

Ao lado: Nesta fotografia digitalmente alterada do "Convés A" do RMS Olympic para representar o mesmo local no Titanic, o destaque indica a exata localização das duas janelas exteriores da cabine de Edith. Ela ocupou a cabine "A11", voltada para o "Convés de Passeio da 1ª classe", ou simplesmente "Convés A". Edith diz em entrevistas que chegou mesmo a ver o iceberg após sentir o impacto e então olhar através da janela de sua cabine para ver o que havia acontecido.

Os passageiros do bote salva-vidas foram apanhados pelo navio Carpathia, depois de quase sete horas à deriva. Após o naufrágio, um passageiro aparentemente se confundiu, reclamando que alguém tinha um porco real a bordo do bote salva-vidas. Edith inicialmente ficou constrangida pela divulgação de que ela tinha carregado um porco brinquedo com ela. Pouco tempo após o desastre ela apresentou duas das maiores revindicações de danos contra os proprietários do navio, pela perda de seus pertences e lesões corporais.
 
Abaixo: O mesmo local visto na foto acima tal qual fotografado em setembro de 2001, em uma expedição liderada pelo cineasta James Cameron para o documentário "Ghosts of the Abyss".


.Abaixo: Quinta-feira, 11 de abril de 1912, o Titanic é aqui fotografado em sua 2ª e última escala na Europa, atracado próximo à cidade de Queesntown (atual Cobh), na Irlanda (fotografia tirada pelo passageiro da 1ª classe Francis Browne, no momento em que desembarcou do Titanic). Edith Russel havia embarcado no Titanic no dia anterior, na cidade de Cherbourg, França.  A seta vermelha indica o bote salva-vidas de Nº 11, onde quatro dias mais tarde a passageira Edith Russel viria a embarcar carregando junto de si o seu porquinho musical. O bote salva-vidas  Nº 11 desceu às 1:35 da madrugada de 15 de abril (45 minutos antes do naufrágio final) carregado com com cerca de 70 pessoas,  dentre os quais haviam cerca de 07 crianças. O bote só foi recolhido pelo navio RMS Carpathia por volta das 7:00 horas da manhã de 15 de abril, cerca de 6 horas e meia após deixar o Titanic. A grande quantidade de pássaros na imagem é notável, possivelmente gaivotas que se aproximam em busca de restos de alimentos despejados pelos dutos de esgoto do navio.


Ao lado: O flagrante momento em que o bote salva vidas de Nº 11 do Titanic se junta ao navio de resgate, RMS Carpathia, carregado com os "sortudos" sobreviventes da tragédia. A fotografia foi tirada por volta das 7:00 da manhã da segunda-feira, 15 de abril de 1912, a partir dos conveses do Carpathia. Perdida entre os olhares do assustado e cansado grupo de passageiros, está a modista Edith Russel com seu amuleto de sorte, o porquinho musical que usou para entreter as crianças durante a fria e amarga madrugada.

A escritora também se tornou uma das primeiras mulheres correspondentes de guerra, passando um tempo com as tropas nas trincheiras durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1918, ela mudou de sobrenome para Russell, com um som menos germânico. Mais tarde, as aventuras em sua vida incluíram dançar com Benito Mussolini em um jantar, e a criação de cães de Maurice Chevalier, o artista francês.

Em 1958, ela e seu porquinho apareceram no filme "Somente Deus por Testemunha", no qual ela também atuou como assessora técnica. No fim de sua vida ela viveu no Embassy House Hotel, em Londres, e morreu na cidade em 1975, com então 98 anos.

O porquinho foi passado para o museu em 2003, como parte da coleção de objetos de Walter Lord, escritor de "A Night to Remember", e William MacQuitty, produtor do filme. Não se sabe exatamente quando o mecanismo parou de funcionar, mas em fotos promocionais do filme "A Night to Remember", a cauda que acionava o mecanismo musical já estava faltando. O rabo encaracolado já foi recolocado e o objeto deve ser colocado de volta em exibição. Um grampo de cabelo também foi recuperado a partir de dentro do porco, provavelmente inserido no passado em um esforço para consertar a caixa de música após a cauda ter caído.

Escute a versão original da música, hoje positivamente identificada como "La Sorella" (ou La Matchiche), composta pelos franceses Charles Borel-Clerc e Louis Gallini em 1905, sete anos antes do naufrágio do Titanic.
(A partir de 1:07 min)
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Crédito
Artigo original de Jasper Copping, para telegraph.co.uk
 Pesquisa, tradução, adaptação de texto e imagens - Rodrigo, Titanic em Foco 

22 comentários:

Anônimo disse...

oi tudo, oi rodrigo, fala jose.

outra contribuição importante nesta matéria.

sinceramente não sabia desta história, e eu sei quase todo do Titanic.

Edith russel, ela durante sua estadia na em titanic fechou o baú que ele tinha em sua cabine, porque ela não confiava as garçonetes a bordo.

ela era muito cauteloso em embarcar no bote, não queria, teve que convencê, entre vários homens foi lançada ela caiu do bote de cabeça de uma grande altura.

é muito agradável histórias pessoais de quase todos os sobreviventes, sua vida pessoal depois da tragédia, não posso deixar de admirar, que pessoas mais maravilhosas, que tempo mais incrível, algo que nunca mais voltará.

eu amo as histórias de todas elas: Ruth Blanchard, eva hart, edith russel, molly brown, alma paulson, edith brown, e assim sucessivamente.

obrigado uma vez mais. jose. a

Anônimo disse...

rodrigo oi de novo, fala jose.

Recentemente eu estava pesquisando, vi sua entrevista com lucas rubio, impressionante, eu admiro sua inteligência, você é inteligente, e hoje é difícil ver pessoas inteligentes.

Eu pesquisei, e por isso eu escrevo isso, como é para torná o blog, e fiquei impressionado o quão complexo ele é, e o esforço envolvido, por isso a minha admiração por você novamente.

e bem, você sabe, eu tinha a intenção de fazer o meu próprio, mas agora para mim é impossível, eu me senti um pouco triste, mas a vida tem limitações.

também, como eu te disse uma vez, eu sou muito ingênuo para o informática, e tudo moderno, não tenho câmera fotográfica ou celular, eu sou espiritual, não materialista.

uma pena, pois poderia criar uma coisa muito boa, e tinha pensado muitas matérias.

rodrigo: eu deixei um breve comentário no anterior matéria porque não quero incomodar, é sobre a teoria, e incrível pesquisa do tim maltin, onde eu acredito cegamente, um maravilhoso documentário esta em you tube:

Titanic: A Verdadeira História [NatGeo]

para você, ou qualquer fã de titanicemfoco, se você quiser ver.

saudações a todos, obrigado.
jose.a 27 anos.
Astúrias
da(europa)

Rodrigo disse...

Oi Jose

Pois é, eu não poderia deixar passar a história sobre a descoberta da música do porquinho musical de Edith. Eu já conhecia a história dela há muitos anos, e quando descobri que nesta semana finalmente a música voltou a tocar, sendo identificada, fiquei bastante movido.

Quanto à entrevista, eu concedi logo após a minha visita à exposição que veio ao Brasil, e passou pela cidade onde moro. Tentei me expressar da maneira mais direta, passando nas respostas aquilo que é minha visão e opinião.

Seria muito bom se você pudesse criar seu próprio site. Mas também posso dizer que o processo é (sob alguns aspectos) muito chato, demorado e cansativo. Sem dizer na eterna expectativa que isto gera e na incômoda busca por melhorias.

E muito obrigado pela dica sobre o documentário, você resolveu uma dúvida de vários meses. Uma amiga de trabalho havia comentado sobre um "super documentário" cheio de bom conteúdo, mas não conseguiu lembrar-se qual é o nome do mesmo. E pela descrição que ela me passou, é exatamente este o documentário; eu fiz o download e vou assistir com calma em minha TV.

Até mais, abraço.

Rodrigo disse...

Obrigado Felipe. ;)

Anônimo disse...

Você conhece o projeto de um russo que colorizou várias fotos do Titanic/Olympic?

http://www.titanic-in-color.com/

Rodrigo disse...

Oi

Sim conheço há mais de 2 anos. Há vários outros que fazem este tipo de colorização de fotos do Olympic/Titanic/Britannic, mas as feitas por ele ainda continuam as mais naturais; no entanto o trabalho dele não está livre de pequenos erros. É interessante o quanto as cores trazem nova vida às fotos.

Anônimo disse...

Você deve ser um dos maiores especialistas em Titanic que existe. Aprendi muito nesse site. A quantidade de dados e materiais reunidos aqui é ímpar, o melhor conteúdo em português.

Rodrigo disse...

Oi

Agradeço. Mas não, passo bem longe de ser especialista, quem merece este título são os autores que pesquisam e escrevem sobre o assunto fora do Brasil. Eles sim resgatam a história de maneira autêntica, de maneira direta.

Sou apenas mais um dos milhares de entusiastas. Criei o blog para manter meu contato com isto tudo. O conteúdo aqui aumenta vagarosamente, conforme meu tempo e disposição permitem. Minha atenção é centrada na história verídica, por isto tento ser o mais assertivo possível. Nunca livre de erros, mas sempre com respeito à história.

Anônimo disse...

oi Rodrigo aqui é a Elis eu não sabia sobre essa história do porquinho achei bem interessante eu tenho uma pergunta mas uma curiosidade mesmo você sabe se existe algum descendente ou parente próximo de algum passageiro do Titanic que vive ou já viveu no Brasil,a eu andei visitando o site da loja do Titanic que você me falou e vi umas jóias que tinham carvão original do Titanic você acha que é realmente verdade beijos e obrigada por sua atenção!

Rodrigo disse...

Oi Elis

Infelizmente nunca li nada sobre a existência de algum parente de passageiro ou tripulante no Brasil. Mas acredito que devam existir, pois afinal eram 2.200 pessoas ao todo a bordo do Titanic, vindas de 28 países distintos (não haviam brasileiros). Como este tipo de parentesco raramente é objeto de mídia, pode ser que hajam descendentes brasileiros que sequer saibam ou se importam em divulgar sobre o assunto.

Há cerca de 1 ano recebi um pedido de informação feito por uma leitora; ela queria saber se no Titanic havia alguém com o sobrenome "Bassani" porque ela tinha a suspeita de quem alguém de sua família havia estado no navio (o sobrenome da leitora também é Bassani).

Fiz um levantamento rápido e descobri que havia realmente uma mulher chamada "Albina Bassani" (incorretamente registrada como "Bazzani"). Ela era criada da passageira da 1ª classe Emma Eliza Bucknell. Albina sobreviveu ao desastre e entrou com um pedido de indenização; e foi graças ao pedido de indenização que está disponível na Internet que descobri a assinatura manual de Albina, comprovando que seu nome era "Bassani" e não "Bazzani".

Enfim, a leitora que me pediu a informação ficou satisfeita em saber desta possível antepassada com mesmo sobrenome. No entanto perdi o contato e não sei se de fato havia mesmo algum parentesco entre ambas.

...

CURIOSIDADES

1. O sobrevivente da 3ª classe do Titanic, Anton Kink, morou no Brasil entre os anos de de 1924 e 1939, depois resolveu mudar-se para a Áustria.
2. A passageira Eleanor Widener da 1ª classe (viúva de George Dunton Widener, morto no Titanic) esteve excursionando pela Amazônia com seu novo marido Alexander Hamilton Rice em 1924.
3. Havia apenas um passageiro no Titanic que estava a caminho do Brasil, ele era português e chamava-se Jose Joaquim de Brito; morava em Londres e estava a caminho de São Paulo (morreu na tragédia, corpo não recuperado). Ninguém sabe ao certo porque ele optou viajar no Titanic, quando na época haviam linhas diretas para a América do Sul, dispensando o transtorno de ter que ir primeiro para os EUA.
4. A camareira do Titanic, Violet Jessop, nasceu na Argentina na cidade de Bahía Blanca. Violet sobreviveu à tragédia e esteve visitando o Brasil em uma de suas muitas viagens de trabalho durante a longa carreira que ainda teve depois da tragédia.
5. O Capitão do Titanic, Edward John Smith esteve encalhado com um navio no litoral do Rio de Janeiro em 1890, vinte e dois anos antes de morrer no Titanic.
...

Quanto aos carvões não posso te dar uma palavra que garanta 100% a autenticidade dos mesmos. Mas posso te dizer que eles são oficialmente as únicas peças verídicas resgatadas do Titanic que são judicialmente autorizadas para venda. Como eles são vendidos especificamente pela "RMS Titanic Inc.", que é a oficial detentora das peças, é mais do que provável que realmente são autênticos.

Eu tenho duas peças; uma que recebi como presente e a outra comprei na exposição que esteve em Curitiba entre o fim de 2011 e o começo de 2012. São peças do tamanho de amendoins grandes, fixas dentro de caixas de acrílico e veludo.

Reais ou não reais, de qualquer maneira elas são itens realmente vendidos diretamente pela RMS Titanic Inc., e a comprovação da honestidade da empresa está longe de meu alcance. O fato é que eles são vendidos ao redor do mundo, e fazem parte das coleções de milhares de colecionadores e entusiastas.

Até mais, sempre grato pela atenção ao blog.

Anônimo disse...

oi Rodrigo aqui é a Elis gostaria e saber se foram recuperados baús com trajes da época e se foram estes trajes estavam na exposição que você participou também gostaria de saber se tem uma estimativa de jóias que ainda não foram recuperadas do navio e se ainda pretendem recuperar e mas gostaria de saber se tem uma estimativa de pertences que foram furtados do Titanic obrigado por sua atenção

Rodrigo disse...

Oi Elis

Segundo o que eu sei nunca foram recuperados baús com roupas, mas sim maletas de couro. O couro é um material de altíssima resistência à corrosão marinha, e os objetos frágeis recuperados do Titanic (documentos, fotos, cartas de baralho e roupas) estavam em malas de couro; é somente por isto que foi possível fazer a restauração.

Na exposição haviam cerca de apenas 240 artefatos, entre eles 1 tolaha de banho, 1 calça, 1 blazer masculino, 1 par de suspensórios e 1 par de meias. Todos estes objetos foram recuperados de dentro de malas de couro, e era impressionante o quanto ainda estavam relativamente bem conservados, apesar da corrosão parcial e a cor acastanhada devido aos mais de 73 anos perdidos entre os destroços. Na exposição também haviam malas de couro preservadas e uma quantidade pequena de jóias.

Curioso mesmo é que jamais vi qualquer roupa feminina resgatada dos escombros; acredito que seja porque as roupas femininas daquela época eram feitas sempre com tecidos mais frágeis, por isto não resistiram (a única "roupa" feminina que vi até hoje resgatada do Titanic é um par de luvas brancas).

Não tenho uma estimativa de valores e quantidade de jóias recuperadas; mas sei dizer que nada foi recuperado de tão espetacular. Sim, foram encontrados peças em ouro e diamante, mas são peças relativamente simples (nada do tipo "jóias da realeza”). Também não tenho nenhuma estimativa de peças que tenham sido roubadas dos escombros; apesar de que acredito que desde 1985 (há 28 anos), quando os destroços foram descobertos, certamente algo foi levado sem autorização.

Lembrando que até hoje foram recuperados cerca de 5.500 artefatos do Titanic, e apenas cerca de 240 estavam na exposição. Eles trouxeram ao Brasil as peças mais resistentes ao transporte, por isto várias das peças que eu sempre desejei ver não estavam aqui. De qualquer modo foi uma visita inesquecível. Ainda há milhares de objetos espalhados ao redor dos escombros do Titanic que ainda não foram resgatados; acredito que as medidas de proteção e as complicações judiciais irão impedir que se resgatem estes objetos, ou pelo menos irão limitar muito o que pode vir a ser resgatado no futuro. O Titanic é desde abril de 2012 “Patrimônio Cultural Subaquático”, um título da UNESCO; e isto quer dizer que ele está protegido por leis e normas protetivas contra roubo e exploração indevida.

Até mais.

Flávia Donderi disse...

Sensacional matéria Rodrigo,estou mt feliz por lhe informar que finalmente meu artigo cientifico sobre o nosso amado titan está saindo da mente,gostaria de te enviar depois de pronto para vc ver,se possível.

Mário disse...

Amigo, fantástico post! Fiquei emocionado com a musica do maxixe.

Rodrigo disse...

Oi Flávia

Acredito que foi você quem me contou sobre este projeto há alguns meses, não me recordo ao certo. Por favor pode enviar, será um prazer ler seu trabalho.

O meu meu e-mail está na "DESCRIÇÃO DO BLOG", na lateral direita da página. Aguardo seu trabalho, abraço.

Flávia Donderi disse...

Sim,sim fui eu,assim que finalizar,te envio lol

joão victor pereira disse...

ola rodrigo como vai tudo bom ó rodrigo sera que voçe pode me dizer quais sao todos os nomes dos documentarios sobre o TITANIC porque eu tinha passado um tempo sem ver nada sobre o TITANIC na internet ai acabei esquecendo todos os nomes dos documentarios sobre o TITANIC entao ja que voce conhece tudo sobre o TITANIC sera que voce pode me dar o nome de todos os documenatrios partindo do primeiro ao ultimo porque eu quero saber como esta a situação atual dele naufragado porque eu ja estou tao acostumado a ver as cenas dele navegando que eu queria saber mais como ta a situaçao atual dele ok

Rodrigo disse...

Oi João

Não sei sequer 10% da história total do Titanic; e para mim é impossível relacionar todos os documentários já feitos, pois são mais de 60. Mas aí estão nomes de ótimos documentários que valem cada segundo:

Os Segredos do Titanic
Fantasmas do Abismo (Ghosths of the Abyss)
TItanic, o nascimento de uma lenda
Os últimos mistérios do Titanic
Titanic: a última palavra com James Cameron
Titanic's Final Moments: Missing Pieces
Reconstruindo o Titanic
Titanic, a história contada pelos sobreviventes
Titanic: Mistério Resolvido
TITANIC-Especial Fox--Buscando Novos Territórios
Mundos Perdidos Construindo o Titanic
Titanic - Dia Após o Desastre

Este sãos apenas 12 dos melhores, mas há dezenas ainda para serem listados. Alguns dos que eu citei estão no YOUTUBE, enquanto outros não estão, alguns são dublados, outros não são. DICA: Para que você encontre documentários completos em português no YOUTUBE, pesquise usando o termo "Titanic documentário" (ou apenas "Titanic")e use o filtro "Longo (mais de 20 minutos)”.

Até mais.

Unknown disse...

Hola rodrigo boa noite primeiramente,
gostaria de tirar algumas duvidas contigo, existe alguma estimativa do valor em joias ainda nao encontrdas do titanic? Vi em uma reportagem que era algo em torno de 300 milhoes de dólares confere?
Outra duvida que gostaria de tirar contigo seria sobre os Romain Jerome Titanic DNA, eu acabei de adquirir um Chronographe e estou mto satisfeito, fiquei em duvida sobre a autenticidade da peca ser realmente parte do titanic mas só resta acreditar, já teve contato com algum dos relogios da linha DNA?
Se tiver tido qual sua opniao?
Muito obrigado desde já agradeco!
Att Vinícius Venâncio...

Rodrigo disse...

Bom dia Vinicius

Eu não tenho informação específica sobre os valores somados apenas das jóias resgatadas do Titanic, mas em 2012 toda a coleção de mais de 5.500 artefatos recuperados do Titanic foi colocada a venda por 189 milhões de dólares pela RMS Titanic Inc. Infelizmente também não tenho informação relativa à quantidade específica de jóias recuperadas; pessoalmente acredito que sejam em torno de 200 ou 300 jóias, entre os 5.500 objetos totais já recuperados desde a década de 1980. Acredito que estes 189 milhões sejam relativos apenas ao valor de posse e tutela dos objetos, este não é o valor de posse definitiva. Se cada objeto unitário recuperado do Titanic fosse colocado a venda, certamente o valor arrecadado resultante chegaria a casa do bilhão.

Só para se ter um comparativo "manco", o famoso colar "Coração do Oceano", utilizado pela cantora Celine Dion na noite do Oscar de 1998, foi leiloado à época por 2,2 milhões de dólares. Isto porque era uma jóia de alta qualidade, mas sem qualquer ligação com a história verídica do Titanic.

Quanto aos relógios, não tive contato com nenhum. Sei apenas que a coleção foi feita com uma liga metálica composta, que inclui uma porcentagem de aço recuperado do Titanic. Se eu não estou enganado, o aço utilizado especificamente nas peças da Romain Jerome veio da chamada "BIG PIECE", a maior peça do casco do Titanic já recuperada, que hoje está exposta no "Luxor Hotel e Casino" em Las Vegas.

Se seu relógio acompanha toda a papelada comprobatória que costuma vir com este tipo de peça, certamente é um autêntico relógio pertencente à coleção 'Titanic DNA' da Romain Jerome. Mas não cabe a mim dizer sobre a idoneidade da empresa na aplicação honesta do aço recuperado do Titanic (ou do carvão, pois alguns relógios receberam mostradores negros compostos com carvão recuperado do Titanic). Só posso dizer que os trâmites de venda de aço entre a RMS Titanic INC. e a Romain realmente foram até noticiados na imprensa na época da idealização e lançamento da coleção.

Aí está a notícia, como publicada no site “G1” em 21 de abril de 2007.
http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL25080-6091,00-PEDACOS+DO+TITANIC+SAO+TRANSFORMADOS+EM+RELOGIOS+DE+LUXO.html

E aí está a página oficial da Romain sobre a coleção “Titanic DNA”
http://www.romainjerome.ch/rj-spirit-sea/

Eu tenho dois fragmentos de carvão recuperado do Titanic que foram adquiridos diretamente da RMS Titanic INC. nas exposições itinerantes da empresa; e nem mesmo isto me comprova com total certeza se as minhas peças realmente foram recuperadas dos destroços do Titanic. Se são ou não são, autênticos ou apenas fraudes... A única solução está honestidade das duas empresas. Eu prefiro acreditar que sim, que são autênticos e que a empresa é honesta.

Até mais, abraço, agradeço a atenção ao blog e parabenizo pelo relógio, é uma peça cheia de história que deve ser preservada com orgulho.

Unknown disse...

Po muito obrigado pela resposta dada tao prontemente, o relógio vem sim com todos os papeis o que me deixa seguro de que pelo menos original ele é!
Outra dúvida Rodrigo como a RMS Titanic INC adquiriu direito aos restos do navio?
Por exemplo se um membro da família Astor hoje em dia quisesse reclamar os bens de seus familiares que morreram no desastre e hoje estao na carcaca do titanic eles teriam direito?
Muito Obrigado desde já!

Rodrigo disse...

Eu não sei como aconteceu a aquisição judicial, mas sei que os direitos de exploração e posse dos objetos é controlado por lei. A RMS Titanic Inc. foi fundada em 1987 pelos mais antigos exploradores marinhos responsáveis pela recolha de objetos do naufrágio. Se eu não estou errado, a posse dos escombros do Titanic foi para aqueles que o encontraram, pos ele está em águas internacionais. Hoje as coisas são diferentes porque ele está protegido por lei como “Patrimônio Cultural Subaquático”, um título concedido pela UNESCO em abril de 2012.

Aí está a história da formação da RMS Titanic Inc. pela WIKI.
http://en.wikipedia.org/wiki/Premier_Exhibitions

O que eu sei é que hoje os objetos são confiados por lei à empresa, e que não podem ser vendidos separadamente; só podem ser repassados para outra organização caso esta seja capaz de mantê-los íntegros. Também não faço idéia de qual seria o processo de disputa caso qualquer família requisitasse a devolução de um bem portado por um ente já falecido. Segundo o que eu posso me lembrar a RMS Titanic Inc. num passado não muito distante devolveu um relógio para uma sobrevivente, cujo qual pertenceu ao pai, falecido na tragédia; agora não me recordo quem era a sobrevivente [Ruth Becker, Eva Hart, Eleanor Johnson, Edith Brown...], e este relógio aparentemente foi entregue à empresa de volta por ocasião da morte da sobrevivente.

Mas posso palpitar que em caso de disputa judicial, qualquer juiz no mundo estaria propenso a conceder a devolução aos reclamantes. E acredito também que a RMS Titanic Inc. não faria objeção maior em devolver um objeto à familiares, caso este fosse comprovado como pertencente a uma vítima. A história do Titanic é ainda hoje motivo de comoção mundial, e isto certamente agilizaria qualquer eventual processo.

Segundo o pouco que sei, a empresa antes tinha uma visão e atitude muito voltada apenas para exploração comercial, mas hoje mudou de visão e colabora positivamente para manter o legado do Titanic vivo.

Enfim, são apenas palpites e coisas puxadas pela memória fraca. Eu não me concentro na área judicial, numérica, processual da história do Titanic. Meu foco de interesse é centrado na área artística e visual deste legado; há toneladas de informações e respostas que eu não tenho pelo simples fato de que sou nada mais que um entusiasta como qualquer outro.

Até mais.