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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Feliz Natal, Feliz 2018

Ao concluir mais um ano, passo pelo Titanic em Foco para desejar à você, leitor, um Natal soberbamente iluminado pela graça da união, amor e paz junto de seus familiares, regado com as esperanças de que 2018 venha acompanhado de muitas oportunidades para a realização de grandes sonhos.

Um grande agradecimento ao Senhor pelo ao de 2017, e o envio da mais esperançosas preces para o ano novo que se aproxima, que nos envolva de graças sempre, de todas as formas e em todos os lugares.

Feliz Natal, Feliz Ano Novo, Feliz 2018

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Titanic Belfast: Entusiasta brasileiro visita o berço onde nasceu o Titanic e compartilha emoções com o Titanic em Foco

Acima: O entusiasta Titânico brasileiro Taylor Moreira posa frente à famosa Doca Seca Thompson, em Belfast, capital da Irlanda do Norte, de braços abertos para o local onde há 105 anos o lendário navio que nomeia este blog repousou num dos últimos estágios de sua construção. A doca seca gigantesca foi construída em 1904 e mede 259 m de comprimento, 13 m de profundidade e 29 m de largura.
Veja via satélite AQUI
Seja bem vindo ao Titanic em Foco

Que tal uma rápida viagem até o local onde nasceu o navio que há 105 anos navega pela história e interesse popular?

Em uma grata contribuição com o Titanic em Foco, o colega e entusiasta brasileiro Taylor Moreira presenteou o blog com as impressões de uma muito aguardada viagem até a cidade de Belfast, Irlanda do Norte, onde o lendário navio foi construído entre 1909 e 1912. Taylor viajou à cidade de Belfast nos primeiros dias de julho de 2017 e conferiu por dois dias a receptividade e os atrativos da cidade, no local que é hoje o maior centro turístico atrativo relacionado ao Titanic do mundo.

Não está habituado ao nome ou ao local? Belfast, capital da Irlanda do Norte, é a cidade onde estava sediado o famoso estaleiro Harland and Wolff, responsável pela construção do Olympic, do Titanic, do Britannic, dentre outras dezenas de embarcações da extinta empresa White Star Line - além de ter construído centenas de embarcações históricas para muitas outras companhias de navegação desde 1861, e por um período de quase 100 anos de atuação. O último navio construído pela empresa foi há 56 anos, o navio o SS Canberra, no começo da década de 1960, e a empresa hoje ainda existe mas opera com outros tipos de soluções tecnológicas, não mais se dedicando a criação de navios. 

Foram necessários 100 anos para que a cidade de Belfast percebesse, enfim, que o massivo legado deixado pelo naufrágio do Titanic metamorfoseou a história infeliz do grandioso e infeliz navio que saiu das mãos de seus trabalhadores, elevando-o à categoria de um mito cultural adorado internacionalmente graças, em parte, ao apelo romantizado atribuído ao Titanic pelos feitos do filme homônimo de James Cameron lançado em 1997. O nome do navio que por muito tempo foi a pesada memória de uma tragédia, hoje gera renda e visibilidade para a capital irlandesa.

Belfast finalmente há 5 anos fez definitivamente as pazes e abraçou com orgulho o Titanic novamente, e o relato que você lê aqui são as impressões de um brasileiro em sua emocionada aventura à cidade que viu o Titanic partir em abril de 1912 e retornar 100 anos depois sob novas formas e recebendo pessoas de todo o mundo.

Site Oficial do centro Titanic Belfast AQUI

Acompanhe

Ao lado:
Nesta cena de "Titanic" (1997), o Titanic aparece ancorado às margens da cidade de Cherbourg, na Franca, em 10 de abril de 1912, com o pequeno Nomadic transbordando passageiros vindos da costa francesa. Abaixo: O entusiasta Taylor Moreira posa com o histórico SS Nomadic, o último navio existente da extinta companhia de navegação White Star Line. O pequeno barco de 67 metros de comprimento foi especialmente construído para levar ao Olympic e ao Titanic os passageiros que embarcassem na primeira escala da viagem às margens da cidade de Cherbourg, na França, cujo porto não tinha capacidade de acolher navios de porte tão grande. Através do Nomadic 274 passageiros foram levados ao Titanic na tarde de em 10 de abril de 1912, incluindo Sir Cosmo Duff Gordon e sua esposa Lady Duff-Gordon, a milionária de Denver Margaret Brown [a famosa Molly Brown] e o industrialista Benjamin Guggenheim. Operando durante décadas a serviço da White Star Line, e posteriormente a serviço da Cunard White Star, o Nomadic transportou estrelas internacionais como Charlie Chaplin e Elisabeth Taylor. Aposentado em 1968, permaneceu de 1974 à 2002 ancorado no rio Sena em Paris como restaurante flutuante, totalmente descaracterizado. Hoje semi restaurado às suas formas originais somente graças à sua ligação direta com o Titanic, o Nomadic segue atracado precisamente no mesmo local de seu nascimento, e servindo como um grande atrativo turístico no chamado Titanic Quarter. Veja via satélite AQUI

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c7/B-logo-1.png/570px-B-logo-1.pngelfast, 30 de Junho de 2017. Geralmente quando vejo o nome dessa cidade acompanhada de uma data, logo penso em 10 de Abril de 1912. Mas não, a data está correta. Para mim, esse dia entrou na história. O dia que realizei o sonho de todos aqueles que possuem a mesma paixão: conhecer Belfast, o berço do Titanic e seus irmãos. Sonhei com isso a minha vida toda, mas nunca tive a iniciativa de pesquisar como chegar lá, ver passagem aérea, hotel, quanto gastaria para essa viagem, etc. Afinal, Belfast fica na Irlanda do norte. Meio fora de mão para quem mora no Brasil.

Enfim, há umas duas semanas, comecei a me programar. Ganhei alguns dias de folga e finalmente esse sonho estava ganhando corpo e começando a sair do papel. Pesquisei tudo, passagem, hospedagem, passeios e graças à ajuda do meu amigo Rodrigo Piller e seu vasto conhecimento no tema, dei início a essa jornada. Peguei um voo saindo de Guarulhos com destino a Madrid. Foram 10 longas e cansativas horas de voo. Mas esse ainda era apenas 1/3 do trecho da viagem. Chegando em Madrid, peguei outro voo com destino a Dublin, na Irlanda. Havia pesquisado varias maneiras de chegar em Belfast. Existe trem, avião e ônibus partindo de Dublin. Por economia, optei pelo ônibus. O nome da empresa que faz o trajeto é Aircoach e o preço da passagem foi £ 12,00. A viagem durou cerca de 2 horas e confesso que não consegui apreciar a mesma, porque dormi o tempo todo. Estava muito cansado.

Cheguei em Belfast por volta das 08:00, horário de Brasília e 12:00 horário local em Belfast. 4 horas a mais de fuso. Quando desci do ônibus e me dei conta que estava em Belfast, a cidade que abrigou o nascimento do Titanic e lar de tantas pessoas envolvidas em sua construção, o cansaço foi embora.

Fui a pé ate o hotel, bem pertinho do ponto do ônibus, e maravilhado com a beleza da cidade. Diferente de tudo que já vi, com seus prédios antigos e elegantes. Ruas limpas e organizadas, crianças vestidas de social indo pra escola, a mão inglesa das ruas e dos carros dando um nó no cérebro e vez ou outra avistava nas lojas  uma pintura do Titanic na parede, o que me deixava mais animado ainda.

O tempo estava nublado e fazia muito frio. Mas para mim, estava perfeito. No caminho pro hotel, sem querer, encontrei um memorial em homenagem as vitimas do naufrágio. Esse memorial fica no Belfast City Hall. Uma espécie de museu que conta a história de Belfast. Existem várias salas que conta a história da cidade em fotografias e esculturas.

Foi quando me deparei com uma maquete grande e muito bem feita do Titanic, dentro de um Box de vidro e toda iluminada. Aquela sala era dedicada a história do Titanic e possuía além da maquete, fotos, documentos e um móvel que segundo uma informação anexada ao móvel, foi encomendado pela White Star Line para fazer parte da mobília do Titanic, mas não ficou pronto a tempo para embarcar. Depois de admirar por alguns minutos aquela maquete e tirar algumas fotos, segui para o hotel.
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Assim que avistei as ilustres “máquinas” da antiga Harland & Wolf, em amarelo com as inicias H & W meu coração acelerou. São muito visíveis e estão lá, imponentes. Estão lá desativadas, como uma memória da potência que foi essa empresa um dia naquela cidade. Deixei minha mala no hotel, peguei minha câmera e segui para conhecer o museu e finalmente ver de perto aquele lugar. A empolgação era tanta que nem parecia que tinha enfrentado quase 15 horas de viagem, somando os 2 voos e 1 ônibus. À medida que ia caminhando até o local, eu ficava verbalizando pra mim mesmo, onde eu estava e o que tinha acontecido naquele lugar. Eu não estava acreditando. Um sonho de anos estava sendo realizado. A sensação de estar naquele lugar é indescritível. Minha alegria era quase palpável. Foi quando avistei de longe, uma das pontas do museu, imitando a proa dos navios irmãos, Titanic e Olympic. Não sabia se contemplava aquela cena, se parava pra tirar foto ou se continuava até ele. Cada passo era uma emoção e sensação diferente.

Abaixo: Com 106 anos de intervalo, as duas fotos registram o mesmo local, numa vista da famosa Queen's Road, em Belfast, que durante três anos viu o Titanic surgindo por detrás dos galpões da Harland and Wolff, através das mãos e talento de milhares dos profissionais da cidade. A foto de época fora tirada em 1911 pouco tempo antes do lançamento do casco do Titanic, e a silhueta de seu formato aparece envolvida pelas estruturas dos imensos pórticos de construção ao fundo; hoje em seu lugar levanta-se o grande prédio moderno do museu em sua homenagem. Os trabalhadores que tomam conta da rua na foto terminavam mais um dia de árduo trabalho, e ao soar dos apitos às 17:30 da tarde seguiam para seus lares ao fim de mais um dia de obras. À direita é possível ver em ambas as fotos a proa do pequeno S.S. Nomadic, que em 1911 seguia sendo finalizado para servir ao Olympic e ao Titanic, e hoje retornou ao seu lugar de nascimento carregado de mais de 100 anos de história. Foto atual - Taylor Moreira.
http://imagizer.imageshack.us/a/img923/9243/hQxYjJ.gif

De repente, ao dobrar uma esquina, avisto o Nomadic. O navio irmão do Titanic, construído para auxiliar os outros irmãos maiores. Confesso que sabia pouco sobre ele, mas depois de muita conversa com o Rodrigo, passei a entender e me tornei fã da pequena embarcação que permanece viva, depois de 100 anos de vida. Parei um pouco ao lado do navio, tirei algumas fotos e segui para o Museu do Titanic. Esse me surpreendeu! Como é bonito! Muito alto e imponente com sua forma peculiar e arquitetura moderna. A placa de aço vazada escrito “Titanic” na frente do museu é ponto para fotos e vive sempre cheio de turistas querendo pegar a melhor posição. Não quis tirar foto naquele momento e entrei no museu. 


Me organizei para conhecer o museu no dia seguinte, no sábado. Na sexta, dia de minha chegada, eu ia conhecer apenas os ‘arredores’ do museu, que também é cheio de história. Após a porta giratória, cheguei ao átrio do museu. É bem amplo, possui 2 lanchonetes e 1 restaurante. Os doces e bolos de uma das lanchonetes  possuía bandeirinhas da White Star Line. Uma graça.
 
Possui também uma loja de souvenirs com artigos do Titanic além das bilheterias. Confesso que esperava mais da loja de souvenirs. Apesar de ter uma boa variedade de artigos, nada ali me surpreendeu muito. Já estive no Museu do Titanic em Orlando, na Flórida, e os artigos são praticamente os mesmos. Camisetas, chaveiros, quadros, livros, algumas joias, canecas e chocolates em caixas estilizadas com o Titanic. A exceção é que ali, os produtos possuem o selo de produto original.

Fiquei ali uns 5 minutos e logo saí pela “porta dos fundos” do museu que dá acesso ao local exato da construção do navio. Ali o coração realmente aumentou as batidas e as lágrimas se fizeram presente. O tamanho daquele lugar impressiona. E no chão, o desenho demarcando exatamente a posição de onde um dia esteve o Titanic e ao lado, seu irmão. Assim que pisei na ponta do desenho, representando a proa, fechei os olhos por um instante e uma sensação incrível tomou conta de mim.

Uma forte emoção por estar pisando naquele lugar, no berço onde o mito começou sua inacreditável história. Exatamente onde o Titanic um dia começou sua história. Tudo começou ali. Abri os olhos e comecei a visualizar, imaginando toda a estrutura que foi montada ali, desde o início de sua construção até sua finalização e o lançamento no mar. Eu poderia me prolongar tentando explicar esse momento, mas nada que eu disser vai expressar a alegria, emoção e gratidão de estar naquele lugar. No mesmo lugar onde o Titanic esteve um dia.  Só estando lá para sentir e entender esse sentimento.

Há uma placa de vidro com o nome de todos que perderam suas vidas na tragédia. Comecei a andar sentido a popa, seguindo o desenho no chão que faz todo o contorno do navio. Inclusive as chaminés, os conveses, os botes. Mais uma vez, me emocionei ao estar “passeando pelo Titanic”. Fui até a popa, onde existe uma balaustrada de ferro imitando o desenho da proa e funcionando também como proteção, pois logo depois dali já é o mar. O mesmo mar, onde o Titanic deslizou em 31 de maio de 1911.

Abaixo: Taylor posa sobre o imenso desenho em tamanho natural da planta baixa do Titanic simplificada. Caso estivesse sobre o verdadeiro Titanic, Taylor estaria em pé exatamente sobre a chamada sala dos tanques d'água, situada entre a terceira a a quarta chaminés. O grande círculo oval a alguns metros adiante de Taylor trata-se da demarcação da posição da terceira chaminé. Adiante está o prédio do Centro Titanic, para onde aponta o formato afunilado da proa do navio redesenhado na imensa rampa de construção.Veja via satélite AQUI

Bem ao lado, está o desenho do Olympic. Mas com uma diferença. Existe um gramado, dividido em 4 partes e em tamanhos diferentes. Esse gramado representa, proporcionalmente em tamanho, o número de vítimas do naufrágio do Titanic. Um gramado, maior representa as vidas perdidas da terceira classe. Outro, um pouco menor, da segunda classe e um menor, representando as mortes da primeira classe. Há também um gramado, do mesmo tamanho do da terceira classe, representando as mortes da tripulação.

Fiquei ali por quase 2 horas, refletindo sobre o que tinha acontecido naquele lugar e tirando algumas fotos.  O cansaço começou a bater e resolvi ir pro hotel. Fiquei vendo as fotos que tirei ao som da trilha sonora do filme de James Cameron e as vezes não acreditava que tinha pisado naquele lugar; mal consegui dormir a noite, de tanta emoção e ansiedade pelo dia seguinte. 

Antes do despertador tocar, eu já tinha acordado. Comecei a me preparar e logo já estava a caminho do museu. Comprei pelo aplicativo Get Your Guide um ticket que dava acesso ao Museu + visita ao Nomadic. Custou £ 20,00. Comecei primeiro pelo Museu. Antes, fiquei um pouco ali no átrio, admirando tudo novamente. É muito bonito. Aproveitei e fui na bilheteria e comprei a entrada na Doca Seca. Custou £ 3,00. O senhor da bilheteria me recomendou, visitar o museu, ir ao Nomadic e depois ir a Doca Seca.

Subi então a escada rolante para a entrada da exposição. Um funcionário sorridente pegou o ticket e me deu as boas vindas. Disse que era permitido fotografar, mas sem flash.  A exposição é bem extensa, e conta absolutamente toda a história do Titanic, desde os tempos que ainda nem se sonhava em construir o maior navio da história, até então.  A exposição é bastante interativa, com luzes e sons nos dando a sensação de estar presente em determinado ponto da história. 

Depois de passar por umas 3 salas contando a história da White Star Line, antes do Titanic, e de pessoas envolvidas com a companhia bem como os navios que foram construídos antes do Titanic, é preciso pegar um elevador que nos leva até o último andar do museu. Saindo do elevador, muitas fotos em alta resolução sobre o início da construção do Titanic. Muito lindas e algumas eram raras pra mim.

De repente, uma surpresa. Um carrinho guiado sob um trilho, assim como em parques de diversões, que mostrava em vídeos e fotos, momentos da construção, homens trabalhando, martelando rebites e algumas caldeiras, que transmitia calor. Esperava mais, pela estrutura que foi montada, pois, além de durar pouco esse ‘trajeto’, não mostrou nada de tão interessante. Só vídeos de atores simulando os construtores martelando rebites e algumas fotos reais. Uma voz saia de uma caixa de som do próprio carrinho simulando também conversas entre os construtores e algumas situações que eles enfrentavam.

Saí desse carrinho e segui conhecendo o museu. A próxima sala pra mim foi a mais interessante. Um painel muito grande com a famosa foto do Titanic ainda sendo construído e com seu nome no casco, bem visível. Essa era a ‘porta de entrada’ da sala com uma vista belíssima da parte externa do museu, onde era possível visualizar com muita clareza, o local da construção dos navios bem como observar o desenho no chão representando o local que eles estavam. Dessa vez, olhando de cima, dá pra ter uma noção melhor sobre o tamanho de tudo. A sala possui alguns bancos. Sentei em um deles e fiquei observando toda aquela imensidão do pátio e relembrando tudo o que aconteceu ali.

Abaixo: Margeada pelo rio Lagan, a esplanada é o exato local onde antes estavam alocadas as rampas e os pórticos de construção do Titanic [esquerda, concreto] e do Olympic [direita, com gramado fracionado]. Foi exatamente daqui que em 31 de maio de 1911 a elegante proa do Titanic deslizou rumo ao seu meio natural pela primeira vez acompanhado pelos olhares estupefatos de uma multidão de milhares de curiosos. Hoje o local é um imenso memorial à história. 

As salas seguintes mostravam fotos de sua finalização na doca seca, alguns pôsteres da White Star Line anunciando seu lançamento e fotos da época. Foi então que entrei numa sala escura, com sons que imitava o código Morse. Era a sala que contava seu naufrágio. A sala é fria, escura, o que te faz imergir na história mais ainda e na situação do naufrágio. Na parede, textos das conversas entre o Titanic pedindo ajuda aos navios próximos. Tudo sequencial.

Abaixo: Neste vídeo um dos atrativos interativos do Centro Titanic Belfast, que é projetado em uma enorme tela imersiva em formato de "D" que faz o visitante ter uma breve sensação de estar "dentro do Titanic" através do vôo em computação gráfica por alguns dos espaços icônicos dos interiores do navio de luxo.


A próxima sala é dedicada ao ‘pós naufrágio’ e mostra fotos e documentos da época.  Alguns jornais relatando o naufrágio, algumas fotos dos sobreviventes chegando em Nova York, da audiência marcada para entender o naufrágio, etc. Uma réplica do bote em tamanho real ocupa uma das salas. Um cenário montado representando um dos quartos da primeira classe e uma sala com telas em forma de D mostrava cenas do interior do Titanic, desde a sala de máquinas, até a ponte de comando.

Há também uma sala de cinema que mostra cenas de uma expedição feita ao Titanic e uma outra sala mostrando tudo que foi feito ao longo da historia a respeito do assunto. Filmes, livros, series, documentários, musicais. A lista é bem grande.

Assim que terminei a visita, segui para o Nomadic. A emoção tomou conta quando entrei na pequena embarcação e a guia local contou brevemente a história do navio, contando que aquele era o navio real, construído a mais de 100 anos. Algumas poucas partes foram reconstruídas pelo desgaste do tempo, mas que quase tudo ali era original da época. Ela comentou da porta de entrada. Disse que era original e que por ali já haviam passado celebridades como Charles Chaplin, Elizabeth Taylor e o direto James Cameron. Além é claro, dos passageiros em Cherbourg que foram levados até o Titanic através dele. Parece que é de propósito essa pequena introdução, porque você entre no navio mais animado ainda em saber de tudo isso. Comecei então a passear pelo Nomadic, visitando cada espaço, sala e cômodo do navio. É emocionante. Saber que não se trata de uma réplica ou maquete gigante. É o irmão do Titanic. O próprio!

Abaixo: Aqui Taylor posa a bordo do SS Nomadic hoje restaurado. O detalhe fica por conta do padrão geométrico colorido do piso de linóleo que coincide quase perfeitamente com o mesmo padrão de design e cor utilizado no enorme salão de jantar de primeira classe do Titanic. Uma surpresa que aconteceu durante o processo de restauro do pequeno barco, através da descoberta de frações do piso original, que foi então reproduzido tal e qual teria sido em 1912.
Permaneci no navio quase 2 horas, registrando cada momento, tirando fotos e refletindo novamente a história daquele navio e da importância que ele teve na história da White Star Line.

Segui para a Doca Seca. Na verdade, ela fica um pouco distante do Titanic Quarter, então, peguei uma espécie de trenzinho motorizado com um guia muito simpático que foi contando as histórias que ele sabia do Titanic e daquele lugar.

Chegando na Doca Seca, fui rapidamente entrando para conhecer. Existe uma lanchonete naquele casarão que aparece em uma foto do Olympic na doca, e funciona também como bilheteria. Tinha muita curiosidade em visitar aquele lugar, pois a grande maioria das fotos existentes do Titanic e seu irmão, foram tiradas ali. E realmente o lugar te leva a relembrar isso, pois em vários pontos da Doca Seca, tanto na parte de fora como em seu interior, existem placas que mostram onde algumas fotos foram tiradas. Isso para o turista entender, conhecer e tentar reproduzir as fotos. Reproduzi todas as fotos que foram tiradas ali e o resultado foi interessante. 

Abaixo: Nesta comparação de fotografias Taylor posa dentro da doca seca Thompson, em Belfast, a menos de 1 Km de distância das rampas de construção onde foram construídos o Olympic, o Titanic e o Britannic. Foi aqui onde foram realizados os trabalhos finais de equipagem dos navios, especialmente as obras de pintura do casco.  A foto de época, exaustivamente repetida na Internet como sendo das hélices do Titanic, na realidade trata-se do Olympic muitos anos após o naufrágio do Titanic, quando passava por obras de reparos; no entanto a comparação ilustra bem as dimensões das obras, tanto da doca quanto dos dois navios gêmeos. Como fato curioso, a maquinaria equipada junto à doca tinha capacidade de bombear os seus 26 milhões de galões d'água em apenas 1h e meia, a uma velocidade de 2 piscinas olímpicas por minuto. Um esvaziamento que durante a estadia do Titanic dentro da doca teve de ser feito de modo desacelerado em virtude de garantir a segurança do procedimento.

Foi muito interessante visitar a Doca Seca. É um lugar muito grande e profundo. Emocionante saber que ali foi também de certa forma, um berço do Titanic e onde ele foi finalizado e lançado ao mar para sua curta, trágica e marcante viagem. O tempo fechou assim que cheguei à Doca Seca, o que dificultou um pouco o passeio e as fotos não ficaram exatamente como eu queria. Mas consegui registrar o momento com bastante fotos e vídeos. Por ser muito grande, gastei bastante tempo na Doca para conhecer tudo. Mesmo com o tempo fechado, garoando forte, além do frio, consegui conhecer tudo. Desci até seu interior, onde existe até hoje a vértebra que sustentou o Titanic. Andava passando a mão nessa vértebra para sentir a emoção de estar tocando em algo que um dia esteve o Titanic. Emocionante. Porém o interior da Doca é um lugar um sujo, com muito lodo devido a umidade e algumas substâncias gosmentas no chão, não identificáveis. É um pouco nojento. Porem vi isso somente nas extremidades e nas paredes.


Assim que terminei o passeio na Doca, o tempo abriu. Segui de volta para o Museu. No caminho de volta, o trenzinho passou bem próximo das maquinas da Harland & Wolf e pude ver o tamanho que elas realmente são. É impressionante. Voltei ao lugar da construção dos navios irmãos e permaneci ali por alguns momentos, novamente contemplando tudo. O passeio temático havia acabado. Consegui visitar e conhecer tudo que aquele lugar havia para contar a história.

Tirei o tempo restante para ir a loja de souvenirs ver o que poderia comprar e levar de lembrança. Comprei um calendário 2018 com imagens do Titanic, pinturas e fotos reais. Alguns cartões postais, uma caneca e claro, o colar “Coração do Oceano” que não pode faltar na coleção de um Titânico. Havia muitos livros, mas nenhuma deles me chamou a atenção.

Permaneci ainda na frente do museu admirando mais uma vez aquela arquitetura, tirando algumas fotos e agradecendo a Deus, pela oportunidade de poder visitar aquele lugar, que tanto sonhei um dia em conhecer. Conhecer de perto o local onde o Titanic iniciou sua jornada, será inesquecível! Algo que vou levar pra sempre em meu coração e pensamento. Além das muitas e muitas fotos e vídeos que fiz, registrando cada momento.

As sensações são tão variadas quanto indecifráveis. Impossível descrever a emoção de pisar e tocar onde um dia o Titanic esteve. Acho que pra superar isso, só descendo até o próprio e vê-lo de perto. Me sinto realizado como fã. Fã da sua história, da curta trajetória e do legado de sentimentos que ele deixou no coração de todos que amam sua história. Agradeço ao Rodrigo Piller por mesmo de longe, ter sido meu guia e gastado seu tempo me dando uma aula de história sobre o tema e me ajudando a identificar lugares em Belfast. Voltei pra casa com o coração pesado de gratidão a Deus e a memória cheia de lembranças. 

Vídeos


Agradecimento
Ao amigo Taylor Moreira por aceitar publicar seu depoimento através do Titanic em Foco e pela grande e paciente colaboração
.Crédito
Depoimento e fotos Taylor Moreira / Edição Rodrigo,Titanic em Foco

terça-feira, 27 de junho de 2017

Titanic com audiodescrição: Um trabalho do fan brasileiro Charles Moreira, Audiofilmes e Portal da Deficiência Visual

Seja bem vindo ao Titanic em Foco

Que tal ouvir o filme "Titanic" com o recurso da audiodescrição?
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Após 20 anos de contato entusiástico com o filme que me levou à curiosidade pela história e legado do famoso e histórico navio de 1912, eu, Rodrigo, editor do Titanic em Foco - ainda que de fato não sou deficiente visual - poso nesta foto com intuito de ilustrar a experiência de "sentir" esta obra do cinema pela primeira vez de uma nova forma: Apenas ouvindo o áudio do filme acompanhado do recurso da AUDIODESCRIÇÃO.
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Um trabalho que no Brasil agora foi tornado possível e disponível gratuitamente através dos grandes esforços do colega Titânico Charles Carvalho Moreira, que traduziu ele próprio o roteiro audiodescritivo do filme e orientou os trabalhos de edição, em colaboração com a locução de Rafael Nimoi, a Audiofilmes e o Portal da Deficiência Visual. E que com prazer agora publico como forma de uma simples contribuição ao amigo Charles Moreira, que me emocionou profundamente através de um pedido pessoal dele, quando publicou um chamado de colaboração no Facebook.

A narrativa descritiva de gestos e cenas incluída ao áudio original expõe uma curiosa forma de emoção a quem a tanto tempo se familiarizou com este épico do cinema. E faz refletir sobre a importância deste recurso aparentemente simples, mas de grande valia aos colegas entusiastas cegos ou deficientes visuais. A audiodescrição traz uma grande inclusão e maior imersão em todas as formas de arte visual, sejam os filmes, novelas, peças de teatro, exposições e tudo o mais que possa ser descrito para trazer sensações ainda mais profundas de interpretação pessoal.
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Mas o que é audiodescrição? Audiodescrição é a uma faixa de narração adicional para os cegos e deficientes visuais consumidores de meios de comunicação visual, onde se incluem a televisão e o cinema, a dança, a ópera e as artes visuais. Consiste num narrador que fala durante a apresentação, descrevendo o que está a acontecer na tela durante as pausas naturais do áudio e por vezes durante diálogos, quando considerado necessário. Para as artes performativas (teatro, dança, ópera) e para os meios de comunicação (televisão, cinema e DVD), a descrição é uma forma de tradução audiovisual, usando as pausas naturais no diálogo ou entre elementos sonoros cruciais para inserir a narrativa, que traduz a imagem visual de uma forma que a torna acessível a milhões de indivíduos que de outro modo não teriam um acesso pleno à televisão e ao cinema. 

O amigo Charles mora no Rio de Janeiro, cursa letras, tem 25 anos, e diz: A Audiofilmes foi fundada em 2010 por Wagner Maia, fundador e diretor da instituição Portal da deficiência visual e por Joice Guerra, mais conhecida em nosso meio como Jobis! 

Infelizmente, após o lançamento do primeiro filme com audiodescrição, intitulado "O Projeto da Bruxa de Blair", o projeto foi descontinuado, e só agora em 2017, eu em parceria com o Rafael Nimoi, que foi o narrador audiodescritivo tanto do projeto da Bruxa de Blair quanto de Titanic, decidimos resgatar este projeto que ficaram interrompidos com o apoio de Wagner Maia, - que foi o idealizador inicial do mesmo junto com a Joice - e tocá-lo em frente contando com a ajuda do Rafael e de alguns amigos de nosso meio. 

Rafael Nimoi é Radialista e operador de áudio, tendo feito vinhetas e jingles para várias rádios FM's e web rádios. Eu sou fluente no espanhol tanto falado quanto escrito, e atualmente estou cursando letras. O roteiro que foi utilizado na audiodescrição do filme Titanic foi traduzido e adaptado por mim, a narração audiodescritiva ficou a cargo do Rafael Nimoi e a edição da narração com o filme dublado ficou sob minha responsabilidade.
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Para saber mais e acompanhar novos projetos, acesse: Charles Moreira no Facebook / Portal da Deficiência Visual no Facebook / Áudio Filmes (site)
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Conhece alguém que gostaria de ver "Titanic com audiodescrição? Então não deixe de compartilhar! Bom filme!

Agradecimentos
Charles Carvalho Moreira
Rafael Nimoi
Portal da deficiência Visual
.Crédito
Charles Carvalho Moreira e Rodrigo Piller, Titanic em Foco

quarta-feira, 3 de maio de 2017

O gigante comprimido: 18 incríveis maquetes do Titanic

http://imagizer.imageshack.us/a/img923/4524/oUjMg2.gif.
Seja bem vindo ao Titanic em Foco
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Construir um modelo rigorosamente correto do Titanic segue ainda hoje como uma desafiadora e impossível tarefa. O navio lendário é o mais reconhecido da história, ainda que o público mais generalizado ficaria surpreso ao saber que a maioria dos espaços internos e externos do Titanic não foram sequer fotografados em 1912 antes do desfecho infeliz se sua viagem inaugural. 

Parte dos projetos originais do navio ainda seguem preservados, e artistas e modelistas vem ao longo do tempo confiando também nas fotos de época de seu navio irmão, o Olympic, e algumas vezes até mesmo nas fotos de seu ainda menos conhecido irmão de classe, o Britannic, para preencher as muitas lacunas de informação sobre o visual do Titanic, impossíveis de serem conferidas nas plantas hoje preservadas. O Britannic não esteve à tona por muito tempo e nunca transportou sequer um curioso passageiro pagante que carregasse uma câmera fotográfica, e fotografias de bordo são de extrema raridade, todas tiradas pelo pessoal de bordo em horário de folga. O Olympic, no entanto, levou passageiros através do Atlântico por mais de duas décadas, mas apesar de sua longa e bem sucedida carreira, os modelistas mais exigentes ainda seguem frustrados pela falta de documentação fotográfica de grande quantidade de seus detalhes de convés. Ainda que o navio tenha sido ostensivamente fotografado em seus mais de  24 anos de existência.

A descoberta dos destroços do Titanic em setembro de 1985 foi um "BOOM" muito bem vindo pelos modelistas ao redor do mundo, produzindo toneladas de novas informações sobre a estrutura do navio, e as lacunas de informação seguem desde então se afunilando mais velozmente nos últimos anos graças, em parte, aos muitos sites dedicados a esquadrinhar os mais inéditos detalhes do Titanic, como o site “Titanic Research and Modeling Association” (TRMA, AQUI); Mas apesar da dedicada pesquisa, a identidade de algumas áreas e “misteriosos equipamentos” do Titanic permanecem como frustrantes enigmas a serem revelados. E não há sequer para quem perguntar, haja visto que os indivíduos que desenharam e construíram o Titanic há muito se foram. E mais de um século depois, muitos desses detalhes da estrutura do lendário transatlântico podem nunca ser finalmente desvendados.

Ao lado - Quarteto fantástico: As mais corretas maquetes do Titanic já criadas, nomeadamente obras de 1. Peter Davies Garner, 2. James Cameron, 3. Fine Arts Models e 4. Jason King.

E é exatamente por estas limitações incontornáveis que criar um modelo rigorosamente fiel do Titanic segue como uma tarefa impossível até a presente data. E nesse intento muitos já se aventuraram neste último século, mas seguramente nenhum indivíduo, amador ou profissional, ou qualquer organização, comercial ou histórica, conseguiu de fato construir um modelo que se possa alegar como definitivo. Muitos são notórios pelo intrincado nível de detalhes e polimento das formas, mas em nenhum caso "historicamente e rigorosamente impecáveis". Afinal, modelismo é arte, e como arte está em primeiro lugar a serviço especialmente de encantar o espectador. Assertividade excepcional, neste caso, é apenas um "sonho de ícaro", que pode estragar totalmente o prazer na hora de criar ou expor um trabalho deste quilate, que se vale muito mais pelo tamanho da lenda em que se baseia do que, de fato, pelo nível infinitesimal de detalhamento.

Mas dos que embarcaram nessa árdua tarefa de modo polido, educado, concentrado ou criativo, nesta matéria seguem listados alguns dos modelos criados por aventureiros inspirados. Uma infinidade inumerável de modelos impressionantes ou exclusivos do Titanic “navegam” hoje ao redor do mundo em coleções particulares ou plenamente expostos em museus, e aqui estão listadas algumas poucas obras que chamam atenção pela sua importância histórica, pelo detalhamento notável ou pela simples singularidade de seu resultado final. [Texto adaptado do original de Ken Marschall para o livro "Titanic A Modemakers Manual, de Peter Davies Garner]

Confira, e com isso, quem sabe, inspire-se você também

 1- A mais perfeita das maquetes do Titanic

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Construído durante um período de 2 anos e meio, este imenso modelo de 5,6 m de comprimento, na escala 1:48, foi obra das mãos do profissional modelista alemão Peter Davies Garner, que lançou mão de técnicas especializadas para criar a obra que lhe fora originalmente encomendada por um museu em Orlando, Estados Unidos. 

Garner trabalhou auxiliado por cópias de plantas originais do Olympic e do Titanic, e devido à extrema atenção aos detalhes, foi capaz de descobrir e retificar aspectos sobre o visual externo do Titanic jamais antes percebidos por outros modelistas. Durante a construção Peter ainda fez questão de fotografar cada etapa da obra e registrar todo o processo, métodos, plantas e dificuldades, documentos que reuniu no livro "Titanic A Modelmakers Manual", que segue ainda hoje como única publicação a descrever uma espécie de passo a passo parcial generalizado da construção de um modelo profissional do Titanic, e tem servido ao longo dos últimos anos à modelistas ao redor do mundo. 

O próprio modelista assume que um modelo exato do Titanic certamente nunca será construído, devido à evidente falta de registro visual do navio original, mas considera que seu trabalho foi o que mais se aproximou do intento impossível. O modelo foi recepcionado com louvor nas palavras do artista e especialista visual do Titanic, o norte americano Ken Marschall, que na introdução para o livro de Peter menciona "... olhando para estas fotografias [do modelo] é quase como estar vendo uma visão fresca e dramática do navio real. O tempo e a generosidade de Peter neste modelo com qualidade de museu é evidente em cada polegada".

País: Alemanha / Estados Unidos
Escala: 1:48
Comprimento: 5,6 metros
Nível de detalhes: Altíssimo, e ainda hoje não ultrapassado.
Assertividade histórica: 9 (de 10)
Concluída em: 2004
Tempo gasto na construção: 2 anos e meio
Localização atual e status: Em exposição no "Titanic Branson Attaction", Missouri, EUA
Destaque: Segue ainda hoje como a mais correta maquete externa do Titanic já construída. O processo de construção está descrito no livro "Titanic A Modelmakers Manual". Por estar exposto em uma exibição particular que proíbe imagens, o modelo é raramente fotografado, e até a presente data o editor deste blog nunca localizou qualquer vídeo desta maquete, com exceção das poucas imagens no vídeo abaixo.

A partir de 2:17 min


2 - A estrela internacional de James Cameronhttps://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrp8oex94i85RdGvfn4LU3BzmGbDFkkdeI11U1lyeatrCFVXZCRBb4muH6SJlB2x17mDZGxml1PvG1JuVPYCAKeDQfDld4qWrpBpL4FSgYqOGSNy6xwB4SXo3Fpr87Bfp78G7MAq7VYMA/s1600/titanic_model_scale_1997_cameron.jpg

Construído para as gravações das cenas de efeitos especiais de "Titanic" (1997), o filme dirigido por James Cameron, este é um modelo gigantesco de 13,45 metros de comprimento, na escala 1:20. A maquete levou 5 meses para ficar pronta com um batalhão de artistas trabalhando 7 dias por semana, que a concluiu com um nível de detalhes e realismo fotográfico nunca alcançado até então. Além de ter sido propositalmente envelhecida para que parecesse mais natural debaixo dos pesados holofotes e câmeras que captaram imagens que depois foram processadas por computador e então convertidas nas vívidas cenas da partida e naufrágio.

O modelo era plenamente iluminado e contava até mesmo com as famosas cadeiras de descanso espalhadas ao longo do convés de botes para completar a ilusão de realismo. Curiosamente o modelo jamais esteve em contato com a água, e as cenas onde é visto em pleno oceano foram criadas com a utilização  de efeitos em computação gráfica. Foi um modelo criado não apenas para ser detalhado, mas para parecer totalmente verossímil frente às lentes poderosas das câmeras. Poucas pessoas imaginam, mas o modelo foi construído em duas partes separáveis numa junção alocada próxima ao meio, para que fosse possível transportá-lo e também suspendê-lo em um ângulo de 45º para as tomadas onde o navio está prestes a se quebrar em duas partes.

País: Estados Unidos
Escala: 1:20
Comprimento: 13,45 metros
Nível de detalhes: Altíssimo
Assertividade histórica: 8 (de 10)
Concluída em: 1996
Tempo gasto na construção: 5 meses
Localização atual e status: Bastante danificada, mas exposta no MBS Media Campus, em Manhatan Beach, Califórnia, EUA.
Destaque: Foi construída especificamente para as gravações das cenas do filme "Titanic" (1997), e é a mais conhecida maquete do Titanic no mundo em virtude de suas aparições ao longo do filme multi premiado. Famosa por ter sido utilizada com destaque nas tomadas de efeitos das cenas icônicas "Eu sou o rei do mundo!" e "Eu estou voando, Jack!", entre outras dezenas de tomadas inesquecíveis do filme. E ainda detém o título de ter sido uma das mais belas, detalhadas e realistas reconstruções do Titanic em miniatura; no quesito realismo fotográfico segue ainda hoje não ultrapassada por qualquer outro modelo conhecido pelo editor deste blog. Segue como a segunda maior maquete completa do Titanic já criada, perdendo apenas para o modelo criado para o filme "Raise the Titanic" (1980).
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3 - Parcialmente destruída com explosivos

Construída também a pedido de James Cameron, a maquete media 18 metros de comprimento e 8 metros de altura. O modelo de proporções inéditas teve de ser enviado ao local das gravações no deserto de Acton, na California, sem as chaminés e os detalhes de convés porque não passaria pelos obstáculos da rodovia, e foram necessárias duas semanas para que chegasse ao local das filmagens, onde foi definitivamente remontada.

A réplica pesava entre 7 e 8 mil Kg (!) e foi construída de maneira reforçada para que aguentasse o extremo stress das gravações, então foi preparada para ser repetidamente quebrada em duas partes de maneira controlada. Uma pequena área dos interiores do navio teve de ser construída de maneira detalhada na área da ruptura, porque seria mostrada durante a destruição nas cenas em close. Além da cena onde o navio se quebra, o modelo foi também utilizado em várias das tomadas impressionantes do "mergulho final" do transatlântico em direção ao fundo do oceano.

País: Estados Unidos
Escala: 1:8
Comprimento: 18 metros
Nível de detalhes: Altíssimo
Assertividade histórica:(de 10)
Concluída em: 1996
Tempo gasto na construção: 3 meses
Localização atual e status: Bastante danificada, e parte de sua dimensão original conservada está exposta hoje no "Hollywood Casino" em Tunica, Mississippi, EUA
Destaque: Foi parcialmente destruída durante as gravações das cenas de efeitos especiais de "Titanic" (1997) no deserto da comunidade de Acton, no estado da Califórnia, EUA. Caso fosse construída de maneira integral - o navio em toda sua extensão - teria se tornado então a maior maquete do Titanic da história, com 33 metros de comprimento.

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4 - Apodrecendo de cabeça pra baixo !?

http://titanicemfoco.blogspot.com.br/2016/05/e-ai-voce-sabia-uma-lista-de.htmlO próximo modelo é também obra das encomendas de James Cameron. O diretor canadense optou por mostrar cenas reais do verdadeiro Titanic a 3.800 metros de profundidade no Atlântico Norte no começo do filme "Titanic", atingindo  assim um alto nível de qualidade e de realismo em sua superprodução; um feito que ele conseguiu após 12 mergulhos ao local dos escombros do Titanic no ano de 1995, onde coletou as assombrosas cenas do verdadeiro navio decrépito no fundo do Atlântico. Cameron usou de fato as cenas reais captadas do Titanic, no entanto parte das cenas de exploração exibidas no começo do filme foram feitas com cenários e maquetes do navio naufragado gravadas em estúdio. A  qualidade do trabalho e os cortes entre cenas reais e com modelos, no entanto, são tão rápidos que se torna difícil ainda hoje identificar "o que é real e o que não é".

Em favor de facilitar a manipulação das câmeras controladas por pesados equipamentos de movimentação computadorizada, a equipe de James Cameron acabou optando por gravar as cenas de exploração subaquática com a maquete do Titanic afixada de cabeça para baixo, o que se revelou mais simples do que prender todo o aparato operacional ao teto do estúdio.

O grande modelo do Titanic em sua forma apodrecida foi construído com a ajuda de construtores de barcos reais para que fosse suficientemente resistente, e o visual da réplica apodrecida foi baseado firmemente nos detalhes do verdadeiro navio naufragado em 1912. Para representar o grande grau de ferrugem e material decomposto, a equipe de arte criativamente optou por aplicar no modelo - acredite - farelo grosseiro de trigo e salgadinho de milho pintado de marrom para que se assemelhasse à deposição de material ferruginoso. 

País:  Estados Unidos
Escala: 1:20
Comprimento: ?
Nível de detalhes: Altíssimo
Assertividade histórica: 8 (de 10)
Concluída em: 1996
Tempo gasto na construção: ?
Localização atual e status: Bastante danificada, mas exposta no MBS Media Campus, em Manhatan Beach, Califórnia, EUA
Destaque: Segue ainda hoje como a mais realista reprodução dos escombros da proa do Titanic. Para os efeitos de ferrugem a equipe de arte optou por utilizar farelo de trigo e salgadinho de milho pintado de marrom para alcançar o efeito realista de apodrecimento e detritos ferruginosos. Até mesmo o visual correto esquemático dos vidros das janelas quebradas foi fielmente copiado do navio real naufragado.

A partir de 1:07
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5 - A mais cara a venda. Mais perfeita de todas?... Bem, quase. 




A Fine Art Models, número 1 do mundo em modelos e réplicas, criou entrou em contato com o estaleiro Harland & Wolff em Belfast, Irlanda do Norte e propôs a criação de um modelo definitivo do Titanic. A proposta era construir o melhor e mais detalhado modelo já visto no mundo e a Harland & Wolff embarcou no projeto e trabalhou lado a lado com a empresa.

A Fine Art Models então teve acesso ao planos originais  do Titanic, e também ao caderno do projetista do Titanic com detalhes de mudanças e desenhos adicionais.  O Titanic em escala 1:48 foi completado em 2002, e levou sete anos para ficar pronto, mais tempo que o Titanic original. Desde 2002 o modelo esteve em exposições em museus e mostras particulares. Os números da obra são impressionantes: São 5,6 metros de comprimento e 680 quilos. O casco é uma forma de fibra de vidro com revestimento de latão, e foram usados mais 3.376.000 simulações de rebites para o casco. A superestrutura é totalmente feita de latão. Ao todo o projeto de iluminação consumiu 19 quilômetros de cabo de fibra ótica.

A vitrine luxuosa de exposição em madeira demorou 2 anos para ser esculpida por dois artesãos. Os vidros laterais são peças únicas e foram feitos na Inglaterra, com 453 quilos cada. Um fato muito importante que ronda a réplica é que por acordo junto à empresa Harland and Wolff, de Belfast, Irlanda do Norte, onde o verdadeiro navio foi construído entre os anos de 1909 e 1912, a maquete nunca poderá ser exibida junto com artefatos recuperados do verdadeiro navio do fundo do oceano. Além de que a exibição do modelo não pode visar gerar renda com o desastre do Titanic. (Texto adaptado de "Blog de Brinquedo", AQUI)
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País:  Estados Unidos
Escala: 1:48
Comprimento: 5,6 metros
Nível de detalhes: Altíssimo
Assertividade histórica: 7 (de 10)
Concluída em: 2002
Tempo gasto na construção: 7 anos
Localização atual e status: Em 2017 exposta no Mariner Theatre, na cidade de St. Clair County no estado do Michigan, EUA
Destaque: Ao que se tem de notícia foi a mais cara maquete do Titanic já disposta para venda, permaneceu por longos anos anunciada ao valor de 2 milhões e 500 mil dólares em um site de vendas. Apesar de erroneamente anunciada como "a mais perfeita maquete do Titanic" [quando em realidade não é a mais correta], seguramente o modelo pertence ao seleto e reduzidíssimo grupo dos mais polidos e detalhados modelos já criados, ainda que seus intrincados detalhes não respeitem exatamente o visual correto do navio original. A qualidade extraordinária de polimento dos detalhes neste modelo segue, assim como nos melhores, como algo virtualmente inalcançável com técnicas amadoras.
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6 - A mais correta criada do zero por um entusiastahttps://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi41NacBkRM5FTCYN3kvGTWXemUnDyrXtcTLdurb5VaUN3Dg2SXXhyphenhyphen8kmskTzhAb37Q6yQWh6vn1E2MfC4Oi4p5emrnv2HmCb8pAvHe1ueMkQAelrVKzFmgBQjVZUq9wPpZT-PGUw-RZI0/s1600/titanic_model_jason_king.png
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Um entusiasta Titânico inglês, com sua grande maquete do Titanic construída desde o zero pelas suas próprias mãos, pode alegar que fez do zero uma das mais belas e corretas recriações do famoso navio. Jason King, 40, passou dois anos e meio elaborando o modelo de 2,69 metros de comprimento. Cada pequeno detalhe da embarcação foi replicado em escala 1:100. Os materiais utilizados foram desde velhos mecanismos de relógio à videocassetes quebrados, mas também algum material para modelismo profissional. 

Jason, que é da cidade de Welwyn, Hertfordshire, Inglaterra, gastou 2.500 Libras (R$ 7.500) em materiais para sua obra. Ele comprou mais de 150 livros sobre o Titanic com a finalidade de investigar sobre cada pequeno detalhe, e admitiu: “Foi um pouco de tentativa e erro. Eu havia construído alguns outros modelos do Titanic anteriormente, mas nenhum tão grande como este. Eu não queria construir um modelo deste tamanho e economizar em nada. Assim fiz uma boa investigação, analisando fotos antigas para me assegurar de que tudo estava correto. A maioria das pessoas sequer nota os detalhes, mas eu queria me assegurar de que nada estivesse errado”.  

Jason calcula que investiu 25 horas por semana trabalhando em seu modelo durante mais de 24 meses. Ainda tendo anunciado que não venderia seu modelo, o colecionador encontrou alguém disposto a levar a maquete para casa, e assim seu Titanic cumpriu a bordo de um avião aquilo que o navio original não conseguiu... cruzou o Atlântico em direção aos EUA e hoje se assenta no acervo de um colecionador particular, enquanto Jason segue se dedicando a mais um modelo, desta vez ainda maior.

País: Inglaterra
Escala: 1:100
Comprimento: 2,69 metros
Nível de detalhes: Altíssimo
Assertividade histórica: 8 (de 10)
Concluída em: 2012
Tempo gasto na construção: 2 anos e meio
Localização atual e status: Proprietário desconhecido, colecionador privado, Estados Unidos
Destaque: Ao que se tem de informação este é o mais correto e detalhado modelo completo do Titanic já criado por um entusiasta não profissional da área de modelismo.
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7 - A primeira e única de seu gênerohttps://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ3qlwQoRi6hHT8EOSDKHz_WefDjseeNed6HWJZyua0sU1QZbPcJcWIHtUWjD9ABhCBVH10bKquB-sqjhe_Go8X5dSyeaiGvtdnzGnKT07KRtWfa4Qk2Fma7mznZt7xDMcpyzZaE-ubnc/s1600/titanic_jason_king.jpg

Ao concluir o fantástico modelo do Titanic em abril de 2012, Jason King ainda reuniu fôlego e literalmente mergulhou numa nova aventura de construção, iniciando um modelo inédito da proa do Titanic na mesma escala de 1:100, que exibe o panorama do transatlântico devastado imediatamente após a colisão com o leito do oceano depois do naufrágio. 

Jason King baseou sua nova réplica em fotografias e vídeos dos escombros do verdadeiro Titanic, no entanto teve de usar muito esforço e criatividade para virtualmente reverter o processo de corrosão do Titanic e "levá-lo" novamente às primeiras horas do dia 15 de abril de 1912 quando finalmente pousou no leito marinho depois do mergulho fatal aos 3.800 m de profundidade do Atlântico Norte. Jason disse: "Este é meu mais recente modelo, completado em maio de 2014. Eu construí este modelo do zero na escala 1:100. Tanto quanto estou informado um modelo deste tipo nunca foi construído antes. Ele retrata como eu imagino o visual do Titanic na manhã imediatamente após o naufrágio quando ele atingiu o fundo do oceano".

País: Inglaterra
Escala: 1:100
Comprimento: ?
Nível de detalhes: Altíssimo
Assertividade histórica: 8 (de 10)
Concluída em: 2014
Tempo gasto na construção: ?
Localização atual e status: Atualmente (2017) continua na coleção de Jason King. 
Destaque: Ao que se tem de notícia este foi o primeiro modelo dos escombros do Titanic em sua condição de recém naufragado. E ainda que não tenha sido o primeiro é, certamente, o mais correto já criado em virtude da quantidade extraordinária de detalhes incluídos na obra.
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8 - A recordista, maior de todas já criadashttps://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxi0l_AAbed0sKsL4NehEzHQMg8A9nSlZYpue6kyBeE1dgUyxjB3uOQc9U69Az59pg4rxeFkwpcXr9YUF6JIlEhyusqJteL4RM4SGlx1A2R_Y-m-ZKqLKb7wG2OXi0imHlABzdoRg-upM/s1600/raise_the_titanic.png

A maior maquete integral do Titanic já construída foi uma gigante de quase 17 metros de comprimento de cerca de 5 milhões de dólares e concluída em 1980 para o filme "Raise the Titanic". O modelo impressionante com 10 toneladas e 3,65 m de altura tinha o interior do casco equipado com tanques de flutuação e tubulações que permitiam a passagem da água para que viesse à tona do fundo do tanque durante as gravações.

O trabalho foi feito com a consultoria do historiador e artista Ken Marschall em 1979, nos estúdios da CBS na Califórnia, EUA. A mamute gigantesca teve de ser transportada dos Estados Unidos para a ilha de Malta, no Mediterrâneo, a bordo de um navio de carga, mas para a surpresa sequer passou pela escotilha dos porões de carga, obrigando a equipe a acomodá-la sobre o convés externo. Depois de gravadas as cenas iniciais do filme, onde o Titanic apareceria na noite da tragédia, a equipe de efeitos especiais passou a trabalhar na alteração do modelo para que se parecesse com um navio que já havia passado 68 anos debaixo de água; realizando também várias mudanças estruturais especialmente no mastro dianteiro para que a maquete "casasse" com o visual do navio grego SS Athinai, que serviria como dublê apodrecido do Titanic.

Ao término das gravações o enorme modelo foi armazenado com cuidado, mas posteriormente deixado ao relento na propriedade dos estúdios em Malta. Os restos do modelo maltratados pelo tempo foram vagarosamente se desintegrando com o passar dos anos, e o casco hoje oferece um vislumbre assombroso de um navio que apodreceu a céu aberto. Quase quarenta anos de decadência tiveram um alto preço desde que o filme foi concluído, e os restos do modelo já não podem mais serem restaurados ao visual original sem um gasto milionário.

País: Estados Unidos / Malta
Escala: 1:16
Comprimento: 16,8 metros
Nível de detalhes: Alto
Assertividade histórica: 6 (de 10)
Concluída em: 1979
Tempo gasto na construção: ?
Localização atual e status: Estocada ao ar livre sem proteção no "Mediterranean Film Studios" em Malta, e completamente danificada para além da possibilidade de reparos
Destaque: Segue ainda hoje como a maior maquete completa do Titanic já criada. Originalmente foi concluída com o visual do Titanic "novo em folha", mas logo após as gravações iniciais foi propositalmente envelhecida para representar o Titanic após décadas perdido no oceano. Ainda foi reutilizada no início da década de 1990 maquiada como HMHS Britannic, e aparecendo em cenas curtas de efeitos especiais na microssérie "Mountain of Diamonds". A maquete era também originalmente iluminada. Curiosamente os trechos em que fora gravada em seu "estado de glória" nas cenas da colisão com o iceberg nunca foram utilizados no filme, e hoje existem raras fotografias em cores que exibem a maquete antes do envelhecimento proposital que a transformou.
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9 - Desmontando para afundar

A maquete foi construída especialmente para as gravações das cenas de efeitos especiais do filme "A Night to Remember" de 1958 (Somente Deus por Testemunha, no Brasil). A reprodução media 10,7 m de comprimento, no entanto apenas sua lateral de bombordo foi plenamente recriada, deixando o estibordo livre e aberto para acesso às instalações internas do modelo. O trabalho foi feito em 6 semanas por 14 homens trabalhando dia e noite, e pesava cerca de 500 Kg.

Durante sua construção curiosamente a equipe de arte utilizou como base de pesquisa o histórico modelo original dos construtores do Titanic, que na época ainda carregava traços do design do Britannic, o último navio irmão do Titanic. Fato que acidentalmente fez com que o modelo do filme carregasse para as telas detalhes "emprestados" do Britannic. Para os olhos mais atentos é possível ver nas cenas as áreas onde o modelo seria dividido, especialmente onde há falhas na continuidade das janelas ao longo da superestrutura da maquete iluminada. Para as tomadas de efeitos a maquete foi gravada dentro de um tanque com apenas 1,2 m de profundidade, tornando necessário construí-lo em módulos separáveis para que fosse possível afundá-lo sem que atingisse o fundo do tanque.

Na década de 1950 os efeitos especiais primitivos obrigaram que o modelo fosse gravado "navegando" em velocidade acelerada dentro do tanque para que durante a edição, as cenas fossem corrigidas para a velocidade lenta, e causassem a ilusão de um movimento mais fluido da água, mais de acordo com o que se vê naturalmente num navio real de grande porte. Na tentativa de tornar o visual mais grandioso, as chaminés no modelo foram criadas proporcionalmente mais altas que as chaminés do verdadeiro navio, detalhe nitidamente percebível durante as cenas.

País: Inglaterra
Escala: 1:25
Comprimento: 10,7 metros
Nível de detalhes: Médio
Assertividade histórica: 4 (de 10)
Concluída em: 1957 (?)
Tempo gasto na construção: 6 semanas
Localização atual e status: Desmontada após as gravações, paradeiro dos componentes desconhecido
Destaque: O modelo foi construído com auxílio técnico de um dos oficiais sobreviventes do Titanic, que prestou consultoria durante o processo de pré produção do filme "A Night to Remember".
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10 - Um Titanic de muitos disfarces à serviço de Hollywood .
Construído para as gravações das cenas de efeitos especiais do filme "Titanic" (1953), o modelo media 8,5m de comprimento e pesava cerca de 1 tonelada, e foi utilizado diretamente dentro d'água. Depois das gravações o modelo foi modificado, teve suas quatro chaminés removidas e substituídas por três versões mais curtas, junto de outras alterações estruturais e nos botes salva-vidas.

Com o novo visual agora muito similar ao famoso Queen Mary, o modelo foi renomeado e utilizado em outras três produções; a primeira delas "Os Homens Preferem as Loiras (com Marylin Monroe), a segunda em "Dangerous Crossing" e a terceira em "Blueprint for Murder", todos lançados em 1953. O modelo foi então vendido em 1971 e convertido novamente para o visual do Titanic, e hoje segue conservado, exposto no Maritme Museum de Fall River em  Massachusetts , EUA.

País: Estados Unidos
Escala: 1:32
Comprimento: 8,5 metros
Nível de detalhes: Médio
Assertividade histórica: 4 (de 10)
Concluída em: 1952 (?)
Tempo gasto na construção: ?
Localização atual e status: Preservado, exposto no Maritme Museum de Fall River em Massachusetts , EUA
Destaque: Foi utilizado diretamente sobre a água, possuía iluminação interna, e apareceu em 4 filmes diferentes na década de 1950 com visual modificado. É o único modelo dos filmes do Titanic - além do modelo utilizado por James Cameron - que segue plenamente conservado ainda hoje.
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11 - O padre que cortou o Titanic ao meio


Construído na escala 1:48, com 5,6 metros de comprimento, o modelo é obra das mãos mais que pacientes do padre norte americano Roberto Pirrone, da igreja St. Theresa of Avila de Silverlake, Estados Unidos. O padre em realidade construiu três modelos, todos hoje expostos a bordo do famoso transatlântico RMS Queen Mary em Long Beach, na Califórnia. A maquete levou 5 anos para ser construída, e Pirrone a iniciou com apenas 15 anos de idade na garagem da casa de seus pais.

"É o meu navio favorito" ele declara sobre os três em exposição. Quando questionado sobre por onde começar a construir um modelo deste porte, ele diz "Do fundo para cima… Eu tento não imaginar a coisa integralmente, se não você fica louco". O navio foi construído de papelão que seu pai trazia do trabalho e suas ferramentas eram um simples estilete de precisão, tesoura e régua. Foi entediante? Foi Difícil? “Não”, responde o padre, “Não é preciso muita paciência porque ele não responde", ele adiciona rindo "Eu escutava a rádio católica enquanto estava trabalhando e o tempo voava".

País: Estados Unidos
Escala: 1:48
Comprimento: 5,6 metros
Nível de detalhes: Altíssimo
Assertividade histórica: 6 (de 10)
Concluída em: 1977
Tempo gasto na construção: 5 anos
Localização atual e status: Preservada e exposta a bordo do histórico transatlântico RMS Queen Mary, em Long Beach, na California, EUA
Destaque: É a mais detalhada maquete de corte longitudinal do Titanic hoje. E segue exposta a bordo de um dos mais famosos transatlânticos ingleses  da história, o RMS Queen Mary. Também juntas estão mais duas maquetes de Roberto Pirrone, uma do lendário RMS Lusitania e a outra do famoso transatlântico francês SS Normandie. O modelista já chegou a fazer retoques no design de sua maquete mesmo muitos anos após tê-la concluído,  influenciado por novas descobertas acerca do visual do Titanic.


12 - Selada para sempre, como um sanduíchehttp://www.mitidelmare.it/FOTO%20GRANDI/Titanic%20fra%20i%20ghiacci.jpg

País: Itália
Escala: 1:100
Comprimento: 2,69 metros
Nível de detalhes: Alto
Assertividade histórica: 4 (de 10)
Concluída em: ?
Tempo gasto na construção: 8 mil horas no intervalo de 10 anos desde a década de 1980
Localização atual e status: ?
Destaque: É o único modelo construído por um entusiasta do Titanic que ganhou uma participação em um dos muitos filmes sobre o assunto, a maquete de Duilio Curradi foi utilizada para as gravações das cenas de efeitos especiais do filme "The Chambermaid on the Titanic", 1997 [A camareira do Titanic], onde é mostrada com a utilização de efeitos especiais nos momentos em que o transatlântico partiu em sua viagem de estreia a partir do porto de Southampton. O modelo foi originalmente construído com andares superiores removíveis, no entanto o construtor posteriormente colou todos os andares juntos, selando para sempre a visão interna de sua maquete.



13 - Mais velha que o próprio Titanic

Este modelo de 5,6 metros de comprimento é uma das estrelas expostas em Merseyside Maritime Museum na Inglaterra. O modelo foi construído em 1908 como o único guia completo que representava o trio da White Star, ou seja, esta foi a maquete utilizada na demonstração da aparência final que teriam o Olympic, o Titanic e posteriormente o Britannic.

Concluído como um modelo internamente iluminado em caso de exposição e magnificamente ornamentado com detalhes dourados, passou por uma série de mudanças enquanto pertencia à White Star Line. Inicialmente a maquete fora construída configurada com a aparência final do Olympic, sendo convertida então para o visual do Titanic logo em seguida, quando este estava sendo construído. Em 1914, dois anos após o desastre do Titanic, foi substancialmente alterada para representar o terceiro navio da Olympic Class, o HMHS Britannic.

Enquanto de propriedade da White Star Line, o modelo nunca foi convertido permanentemente para uma réplica exata do Titanic. Por razões óbvias a White Star Line queria eliminar da memória coletiva o seu azarado navio naufragado na viagem inaugural em 1912. No início dos anos 1920 foi alterado novamente para representar apenas o Olympic. O modelo foi doado ao National Museums Liverpool em 1951. Em 1982 foi restaurado completamente na tentativa de aproximá-lo novamente à configuração exclusiva do Titanic, porém ainda hoje restam detalhes híbridos do Olympic e do Britannic na maquete.

País: Irlanda do Norte
Escala: 1:48
Comprimento: 5,6 metros
Nível de detalhes: Baixo
Assertividade histórica: 4 (de 10)
Concluída em: (?)
Tempo gasto na construção: (?)
Localização atual e status: Exposta no Merseyside Maritme Museum em Liverpool, Inglaterra
Destaque: Ao longo dos anos já passou por diversas restaurações, e na década de 1950 serviu como base de pesquisa para a equipe de arte do filme "A Night to Remember", que utilizou o modelo como referência para a criação da maquete utilizada para as cenas de efeitos especiais no filme inglês. Dentro do modelo se descobriu recentemente um esquema de prismas refletores de luz que originalmente foi instalado para dissipar a iluminação interna através das centenas de janelas do modelo. Apesar de ter sido utilizada para representar o visual final dos navios irmãos, a maquete não foi criada originalmente com nível grande de detalhamento, ainda que embelezada com toques de dourado em várias partes de seus equipamentos.
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14 - A maior da Espanha... que encanta pela visão interna

País: Espanha
Escala: 1:30
Comprimento: 8,9 metros
Nível de detalhes: Altíssimo
Assertividade histórica: 3 (de 10)
Concluída em: 2015
Tempo gasto na construção: 1 ano
Localização atual e status: Hoje exposta no Parque de las Ciencias em Granada, Espanha
Destaque: É alegada erroneamente como a maior maquete do Titanic já criada. A possibilidade de ver parte dos interiores do navio em movimento e até mesmo o porto recriado de Southampton trazem encanto ao trabalho, que tecnicamente é bastante devedor no quesito assertividade histórica.

15 - Eternamente ancorada, enquanto dure
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País: Alemanha
Escala: 1:25
Comprimento: 10,7 metros
Nível de detalhes: Baixo
Assertividade histórica: 4 (de10)
Concluída em: ?
Tempo gasto na construção: ?
Localização atual e status: Em exposição permanente no parque de miniaturas Rügenpark na cidade de Gingst, Alemanha.
Destaque: Apesar da falta de informações sobre o modelo, ele é parte do tour de monumentos em miniatura do parque alemão Rügenpark, e permanece ancorado às margens de um lago onde pode ser visto e fotografado pelos visitantes. É das raríssimas maquetes do Titanic permanentemente expostas ao ar livre e dentro d'água.

16 - A que nunca afunda
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País: Alemanha
Escala: ?
Comprimento: ?
Nível de detalhes: Médio
Assertividade histórica: 3 (de 10)
Concluída em: ?
Tempo gasto na construção: ?
Localização atual e status: Exposta permanentemente no Minimundus Bodensee em Meckenbeuren, Alemanha
Destaque: É das raríssimas maquetes do Titanic permanentemente expostas ao ar livre e dentro d'água.
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Aos 2:30 min

17 - A brasileira

A penúltima maquete nesta pequena lista de obras criativas vem das mãos de editor deste blog que vos fala, este é o modelo criado pelo entusiasta paranaense do Titanic Rodrigo Piller. A maquete foi construída integralmente do zero absoluto num período de 22 meses e consumiu 2.500 horas trabalhadas.

A reprodução foi ancorada em 14 anos de pesquisa e em dezenas de fotografias de época, nas mais famosas maquetes do Titanic já criadas e em reconstruções em computação gráfica. O modelo construído na escala 1:100 pesa em torno de 40 Kg junto da simulação do oceano, e foi idealizado no formato diorama com a representação de cenas do cotidiano do navio, por isso foi ambientada numa vitrine com simulação de água e populada com 247 miniaturas de pessoas, todas criadas uma a uma à mão.

Iluminado por cerca de 700 microlâmpadas internas do tipo incandescente, o modelo consumiu mais de 45 metros de fio em suas instalações. A construção teve início em 17 de maio de 2014 e a conclusão veio em 02 de abril de 2016, no mesmo dia em que a finalização da construção do navio real completava 104 anos. A maquete chegou a receber alguma atenção da mídia brasileira, sendo apresentada em jornais locais no Paraná e uma apresentação rápida no programa matinal "Encontro com Fátima Bernardes" em junho de 2016. Além do visual externo recriado, a maquete conta também com várias áreas internas plenamente recriadas, como as recepções de embarque nos conveses C, D e E, o convés de Passeio Particular das suítes milionárias de bombordo, o Palm Court, dentre outros ambientes  internos simplificados. Saiba mais AQUI

País: Brasil
Escala: 1:100
Comprimento: 2,69 metros
Nível de detalhes: Alto
Assertividade histórica: ?
Concluída em: 2016
Tempo gasto na construção: 22 meses
Localização atual e status: Colecionador privado, Paraná
Peculiaridades e particularidades: A primeira maquete do país completamente iluminada e populada com miniaturas de pessoas, muitas das quais em posições e locais copiados diretamente das fotos de época. Construída com materiais alternativos por um entusiasta não profissional da área de modelismo. Trata-se de um diorama parcial do navio, com apenas o lado de bombordo plenamente detalhado.
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18 - Um Titanic ancorado no quintal de casa

Stan Fraser, entusiasta de marinha construiu ele próprio uma maquete de nada menos que 30 m de comprimento do RMS Titanic, a réplica está assentada nos fundos de seu quintal na cidade de Inverness, Escócia. A vários anos Stan começou a coletar itens náuticos e sua casa está cheia de coletes salva-vidas, modelos de outros navios e cópias de jornais sobre a perda do Titanic. A réplica que ele criou a partir de sucata funciona como um pequeno café, atrativo turístico e museu do Titanic, onde o entusiasta recebe visitantes.

“Tudo começou quando eu optei por um tema náutico para minha casa. Minha mãe me contava um monte de histórias sobre marinheiros, e eu acho que isto desenvolveu o meu amor pelo mar. Eu instalei uma portinhola na porta traseira de casa porque estamos ao lado de um córrego, e então transformei um bote a remo num navio pirata. Eu acho que o Titanic é o navio mais belo de todos os tempos, muito mais bonito do que qualquer navio dos dias atuais. Comecei a construir um modelo do Titanic para me divertir, mas queria que fosse maior. Eu tinha dois antigos trailers no jardim e usei isso como base, alguém me deu um velho barracão para reaproveitar e um amigo que estava construindo uma casa me deu um pouco de madeira e pregos para reciclar, e isto foi o início."

País: Escócia
Escala: 1:9
Comprimento: 30 metros
Nível de detalhes: Baixo
Assertividade histórica: 2 (de 10)
Concluída em: ?
Tempo gasto na construção: ?
Localização atual e status: Em exposição permanente no quintal de Stan Fraser na cidade de Inverness, Escócia 
Destaque: Esta é seguramente a maior maquete do Titanic já construída por um fan. Apesar de não ser um modelo completo e nunca ter sido de fato finalizado, segue hoje como a maior maquete do Titanic criada por um fan à exposição.
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Crédito
Texto e edição por Rodrigo Piller, Titanic em Foco
Introdução traduzida e adaptada do texto original de Ken Marschall para o livro "Titanic A Modelmakers Manual" de Peter Davies Garner