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quinta-feira, 14 de março de 2013

Violino tocado durante o naufrágio do Titanic é encontrado

Acima - O violino histórico recém autenticado como verídico e uma cena de "A Night to Remember" (no Brasil, "Somente Deus por Testemunha", 1958), um dos primeiros filmes que retratam os músicos do Titanic em seus postos até o momento final.

ATUALIZAÇÃO NO VÍDEO ABAIXO - Sábado, 19 de outubro de 2013: Violino do lider da banda do Titanic é leiloado por 1 milhão, quatrocentos e cinquenta mil dólares na Inglaterra (R$ 3,1 milhões de reais).

Seja bem vindo ao Titanic em Foco

Hoje, 14 de março de 2013, a versão Online do Jornal Daily Mail, Inglaterra, pulicou esta longa matéria sobre a surpreendente confirmação da autenticidade de um centenário violino que pertenceu ao violinista britânico Wallace Henry Hartley, que ficou mundialmente conhecido após perecer aos 34 anos na tragédia do Titanic, na madrugada de 15 de abril de 1912, quando este colidiu com um iceberg e naufragou em sua viagem inaugural no trajeto entre as cidades de Southampton, Inglaterra, e Nova York, Estados Unidos, onde morreram mais de 1.500 pessoas. 
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Ao lado - O violinista Wallace Hartley e os músicos representados no filme "Titanic" (1997). Hartley aqui foi vivido pelo ator Jonathan Evans-Jones e a banda pelos músicos verdadeiros da banda "I Salonisti", fundada em 1983. Jonathan chegou a visitar o túmulo de Wallace Hartley em Colne, Lancashire, na Inglaterra, em função de tê-lo representado no cinema.

Wallace Hartley é hoje relembrado como um dos mais reconhecidos heróis na tragédia do Titanic, onde junto de uma orquestra executou números musicais no Convés de Botes do navio à pedido do capitão, como forma de acalmar os passageiros no processo de embarque nos botes salva vidas. O centenário violino que pertenceu à Hartley passou por sete anos de análises e, recentemente confirmado como verídico, se torna uma das mais icônicas e importantes relíquias relacionadas ao Titanic já encontrada até hoje.
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Saiba mais desta história
Abaixo, foto de fundo - A entrada de bombordo para a famosa Grande Escadaria da 1ª classe no Convés de Botes do Titanic em sua condição real atual, há 3.800 metros no fundo do Oceano Atlântico Norte, onde os escombros do Titanic repousam desde a madrugada do naufrágio em abril de 1912 (imagem extraída do documentário "Ghosts of the Abyss", 2003). Os "espectros fantasmas" na fotografia mostram 05 dos 08 músicos do Titanic em sua "tarefa final", executando músicas alegres enquanto o navio era tragado pelas águas geladas e os botes salva-vidas eram lotados pelos passageiros e tripulantes. A grande destruição desta área, especialmente pelo desaparecimento completo da Grande Escadaria, não impede a identificação das conhecidas janelas arcadas e da porta de entrada para a 1ª classe. Foi exatamente aqui onde Wallace Hartley e parte da orquestra tocou naquela madrugada. Todos os 08 músicos pereceram com o navio. Direita - O mesmo local aqui visto em uma maquete do Titanic.
 .O violino que pertenceu à Wallace Hartley, lider da orquestra do Titanic (na foto ao lado), pode alcançar um preço maior que 06 dígitos.
 
.É popularmente aceito que a banda do Titanic tenha tocado a música “Nearer, My God, To Thee” (Mais perto, meu Deus, de ti) até o final. No entanto ainda hoje, 101 anos após a tragédia, não existem provas conclusivas sobre qual teria sido a última peça tocada pela banda.

.O violino têm duas rachaduras na madeira que foram causadas pela água do mar.
Memories: More than 100 years after Titanic sank, this violin has been confirmed as the one that played as the ship went down
Por mais de 100 anos o Titanic domina a imaginação do mundo, com mistérios e uma grande quantidade de  perguntas sem resposta. Mas agora um dos segredos mais enigmáticos do navio condenado foi descoberto, especialistas estão certos de que um violino manchado de água, que foi descoberto em um sótão, estava no navio. 

Descrito como o artefato mais importante já recuperado do mar após o desastre em 1912, o violino pertencia ao músico Wallace Hartley. É o instrumento que ele tocou enquanto o navio afundava no Atlântico, e que mais tarde utilizou como um auxílio à flutuação quando o Titanic finalmente desapareceu sob as águas. O violino foi descoberto apenas por acaso, quando o filho de um músico amador encontrou-o em seu sótão. Foi dado à sua mãe pelo seu professor de violino e ficou por muito tempo juntando poeira.

A descoberta era boa demais para ser verdade, o que levou os especialistas a levar a relíquia para uma examinação forense feita por alguns dos mais reverenciados corpos científicos na Grã-Bretanha. Agora, depois de sete anos de testes a um custo de dezenas de milhares de libras, o violino manchado de água se provou ser o único tocado por Hartley, na noite da tragédia. 

Estas imagens mostram o quanto está incrivelmente bem preservado o violino de madeira rosa, apesar de sua idade e de ter sido exposto ao mar por 10 dias após o naufrágio. Há duas longas rachaduras em seu corpo que acredita-se terem sido abertas por danos causados ​​pela umidade. As fotos também mostram uma placa de prata gravada corroída aparafusada na base do violino, o que forneceu aos cientistas a prova chave de sua autenticidade. 

O violino histórico, que acredita-se valer uma soma de seis dígitos, será posto em exposição pública no Hall da cidade de Belfast, onde Titanic foi construído, no final de março de 2013. Também há negociações em andamento para exibi-lo em museus ao redor do mundo, incluindo na América. É provável que seja leiloado no futuro. Os especialistas sobre o Titanic descrevem este como o artefato mais importante associado com o navio infame encontrado até hoje. 

Abaixo - O violino pertenceu a Wallace Hartley (esquerda), e foi encontrado com ele em sua maleta, dias depois que o navio afundou. Uma anotação também foi encontrada no diário de Maria Robinson (à direita), a noiva de Hartley, em luto pela morte de seu amado.
...............The violin belonged to Wallace Hartley who was found with it in its box days after the ship went downWallace Hartley's fiancée, Maria Robinson

Abaixo - O violino e a maleta foram descobertos com o corpo de Wallace 10 dias após o desastre e apresentam danos causados por água.
..............The violin and case discovered with Wallace's body 10 days after the disaster were water damaged

Poucos minutos depois de o Titanic ter atingido um iceberg em 14 de abril de 1912, Hartley foi instruído a montar a banda e tocar música, a fim de manter a calma dos passageiros. Os oito músicos galantemente se apresentaram no frio convés do Titanic enquanto os passageiros se alinharam para entrar nos botes salva-vidas.
 
Two cracks from the f-holes to the base of the violin show the damage suffered by the instrument because of the sea water
Ao lado - As duas fendas a partir das aberturas em forma de “f” até a base do violino mostram o dano sofrido pelo instrumento, devido à água do mar.

A banda continuou até o amargo fim, e ficou famosa por tocar a música “Nearer, My God, To Thee” (Mais perto, meu Deus, de ti). Hartley, e os outros sete membros da banda, morreram junto com 1.500 pessoas quando o navio de luxo afundou às 2:20 da madrugada de 15 de abril de 1912. Depois que seu corpo foi recuperado pelo navio Mackay- Bennett 10 dias depois da tragédia, o violino não foi listado pelos funcionários entre o inventário de itens encontrados em sua posse. 

Uma reportagem de jornal mais tarde afirmou que Hartley foi encontrado completamente vestido e com o instrumento amarrado ao seu corpo. Relatos conflitantes deram lugar à teoria de que o violino simplesmente flutuou para longe no mar do Atlântico ou foi roubado por alguém envolvido com a manipulação dos corpos. Enquanto os cientistas passaram sete anos estudando violino, a casa de leiloeiros Henry Aldridge e Son, especializada no Titanic, e um biógrafo de Wallace Hartley, meticulosamente pesquisaram sua história para descobrir a verdade. 

A pesquisa parece mostrar que Hartley realmente amarrou ao redor de si sua grande valise de couro mala de viagem – na qual colocou seu violino momentos antes do naufrágio. Uma teoria é que a mala e o item de madeira teriam auxiliado sua flutuação. Eles também encontraram a transcrição de um telegrama de 19 de julho de 1912, no diário da noiva, Maria Robinson, para o Secretário da Província da Nova Escócia, para onde o corpo de Wallace Hartley foi levado junto com as outras vítimas resgatadas pelo navio Mackay-Bennett.

Lê-se: "Eu ficaria muito grata se você pudesse transmitir os meus sinceros agradecimentos a todos os que tornaram possível o retorno do violino de meu noivo falecido."

A senhorita Robinson tinha dado o violino a Hartley em 1910 para marcar o noivado e o gravou com a mensagem relativa ao momento. Ela havia solicitado a devolução do violino por causa de sua conexão emocional com ele. Os pertences pessoais Hartley, incluindo a cigarreira de prata e um anel de sinete de ouro, foram devolvidos ao pai dele, Albion Hartley.
 
Abaixo - Uma inscrição no violino (nesta foto junto com outros artefatos da vida de Hartley) sugere que ele foi um presente de sua noiva, Maria Robinson.
..............An inscription on the violin (pictured with other artefacts from his life) suggests it was a gift from his fiancée, Maria Robinson

O Sr. Hartley, pai do falecido Wallace, mais tarde deu esses itens a senhora Robinson, que nunca se casou. Ela manteve as jóias e violino no estojo de couro como um santuário memorial de seu falecido noivo. Ela morreu de câncer de estômago, em 1939, com 59 anos, em sua casa em Bridlington, East Yorkshire. Por ser sua propriedade, sua irmã, Margaret, encontrou a valise de couro de Hartley que tinha suas iniciais WHH" (Wallace Henry Hartley) com o violino dentro. Ela deu a bolsa para a o Exército da Salvação de Bridlington e disse a seu líder, o Major Renwick, sobre a associação do instrumento com Titanic. 

A pesquisa mostra que o Major Renwick por sua vez deu a mala a um de seus membros, um professor de violino do local. No início dos anos 1940, a mãe do atual proprietário era membro da Força Aérea Auxiliar das Mulheres”, estacionada em Bridlington. Ela conheceu o professor de música que depois despachou a valise e o violino para ela. A carta que foi encontrada afirma: “O Major Renwick pensou que seria mais apropriado usar o violino, mas eu achei praticamente impossível de tocar, sem dúvida devido a sua vida cheia de tragédia."

O proprietário não identificado herdou a mala e seu conteúdo, incluindo o violino e as jóias, anos mais tarde contatou a casa de leilões Henry Aldridge e  Son de Devizes, em Wiltz.

Abaixo - Esta carta para Hartley de sua mãe também foi encontrada em seu corpo quando ele foi retirado do mar.
..............A letter to Hartley from his mother was also found on his body when he was pulled from the sea

Abaixo - Maria Robinson enviou uma carta de agradecimento após o violino ter sido devolvido para ela com outros itens pessoais de Hartley.
..............Maria Robinson sent a letter of thanks after the violin was returned to her with Hartley's other personal items

Eles levaram o violino para o Serviço do Governo de Ciência Forense em Chepstow, que concluiu que os "depósitos de corrosão” sobre o item foram considerados compatíveis com imersão em água do mar". Um eminente especialista em prata do conselho da Associação Gemológica da Grã-Bretanha estudou a placa na base do violino. Ele confirmou que a placa era um dispositivo original do violino e a gravação era contemporânea da marca da placa, que eram feitas em 1910. Andrew Aldridge, da casa Henry Aldridge e Son, disse: 

"Quando vimos pela primeira vez o violino tivemos que abafar nossa emoção, porque era bom demais para ser verdade. A placa de prata no violino, juntamente com os outros itens que estavam com ele, como a valise de couro com as iniciais de Hartley, suas jóias e uma carta de sua mãe, sugeriam que era autêntico ou embuste extremamente elaborado, assim como os falsos diários de Hitler. Sabíamos que teríamos de analisá-lo com calma. Tudo precisava ser pesquisado adequadamente e os especialistas corretos tinham de ser chamados. Passamos os últimos sete anos reunindo as provas e já atingiram a fase em que podemos dizer que, sem nenhuma dúvida razoável, era o violino de Wallace Hartley no Titanic. Uma das partes mais interessantes da prova é a placa gravada com os dizeres: "Para Wallace, por ocasião do nosso noivado de Maria."

Abaixo - Para Wallace: A mensagem de amor deixada em uma placa de prata ligada ao braço do violino.
..............For Wallace: The loving message left on a silver plate attached to the tail piece of the violin

“Isto não só mostra a origem imediata, mas também foi demonstrado que a gravura é contemporânea da marca em 1910. Isto de certa maneira  também explica por que Maria Robinson queria o violino de volta e porque Hartley o carregou até na água. É o artefato mais importante relacionado ao Titanic à surgir até hoje e, provavelmente, o mais valioso. Em todos os livros e filmes feitos sobre o Titanic, Wallace Hartley é sempre representado ao tocar este violino até o fim. Nós sabemos agora que minutos antes do fim, ele colocou seu violino amado nesta valize de viagem. A mala repousou em cima de seu colete salva-vidas e teria ficado acima da água. Uma carta de sua mãe foi encontrada no bolso do peito e que não sofreu praticamente nenhum dano da água."

Abaixo - Um medalhão pertencente a Maria Robinson contendo uma foto de seu noivo.
..............A locket belonging to Maria Robinson containing a picture of her fiancé

Abaixo - Quarta-feira, 10 de abril de 1912, porto de Southampton, Inglaterra, por volta das 12:20 da tarde: O Titanic é fotografado minutos após soltar amarras enquanto deixa a cidade em sua viagem inaugural condenada. Cinco dias depois desta foto o convés superior do navio, junto da 2ª chaminé, seria palco de um dos mais relembrados e célebres concertos musicais da história, quando Wallace Hartley e sua orquestra praticariam um último ato de heroísmo. Nenhum membro da orquestra sobreviveu para contemplar o amanhecer do dia 15 de abril de 1912, mas seus nomes ficaram gravados na eternidade.
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Craig Sopin, 55, um advogado da Filadélfia, é dono de uma das maiores coleções do mundo de lembranças históricas do Titanic, e disse: "A pesquisa mostrou que isto é algo que eu gostaria de ter em minha coleção, o que significa que eu acredito que seja 100 % genuíno. Estou convencido de que é o violino que estava no convés do Titanic. A crença popular é de que o violino foi perdido ou tenha desaparecido, mas às vezes os milagres acontecem e ele aconteceu aqui. Em se tratando de lembranças do Titanic, esta é a peça mais importante já encontrada, assim como os artefatos recuperados do fundo do mar, tais como o sino do cesto da gávea."

Ao lado - Cenas do filme "A Night to Remember" (no Brasil, "Somente Deus por Testemunha", 1958). Aqui são representados 06 dos 08 músicos do Titanic em uma das mais emocionantes sequências do filme. Wallace Hartley (solitário com violino) foi interpretado pelo ator Charles Belchier.

Hartley, que morreu aos 34 anos, nasceu em Colne, Lancashire, mas viveu em Huddersfield e Dewsbury. Ele era músico a bordo do RMS Mauritania e no RMS Lusitana antes de ingressar no Titanic em Southampton em 1912. O especialista na vida de Wallace Hartley e autor Christian Tennyson-Ekeburg, trabalhou ao lado da casa de leilões Henry Aldridge e Son na pesquisa e escreveu uma nova biografia sobre o violinista Hartley, chamada de “Nearer, My God, To Thee” (Mais perto, meu Deus, de ti).

Ele disse que Hartley levou seu violino e o arco em um estojo normal para violino, mas optou por colocar o instrumento em sua valise antes do naufrágio. O arco era muito longo para a maleta, e é por isso que não foi encontrado quando seu corpo foi recuperado. Alguns artigos de joalharia de Hartley, incluindo o estojo de cigarro, serão vendidos em um leilão em Devizes, no próximo mês, enquanto o violino vai ser exibido em exposições.

Abaixo - O corpo de Hartley foi recuperado pelo navio Mackay-Bennet quase duas semanas após o naufrágio. Ele foi transferido para o navio Arabic e enviado para a Inglaterra. O funeral de Hartley aconteceu em Colne em 18 de Maio de 1912. Mil pessoas compareceram ao seu funeral, enquanto 40.000 pessoas se alinharam na rota de seu cortejo fúnebre. A carruagem decorada com flores conduz o corpo do corajoso violinista.
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Os oito músicos do Titanic
(Todos pereceram em 15 de abril)
1.....................2......................3.....................4.....................5.....................6.....................7.....................8
1: Wallace Henry Hartley, 34 anos, líder da banda.....2: W. Theodore Ronald Brailey, 24 anos..... 3: John Frederick Preston Clarke, 30 anos.....4: John Wesley Woodward, 32 anos..... 5: Georges Alexandre Krins, 23 anos.....6: Percy Cornelius Taylor, 32 anos.....7: John Law Hume, 21 anos.....8: Roger Marie Bricoux, 20 anos.

Abaixo - Quatro dos oito músicos da orquestra do Titanic tocam “Nearer, My God, To Thee” nestas emocionantes cenas de "Titanic" (1997), dirigido pelo canadense James Cameron.
Divulgação -  JonRichie94
Crédito
Matéria de Luke Salkeld, originalmente publicada em "dailymail.co.uk" em 14 de março de 2013, integralmente traduzida e reeditada por Rodrigo, TITANIC EM FOCO

27 comentários:

Dharana disse...

Oi,Rodrigo!

Nossa...estou sem palavras...que notícia incrível!Eu sou harpista e imagino o que Hartley deva ter pensado nas últimas horas do Titanic...ele quis ficar junto com seu instrumento até o final!Vou ser sincera...eu teria feito o mesmo!A maoria dos músicos tem um afeto ao seu instrumento!

Agora eu deixo uma dura crítica:Acho que o violino não deva ser leiloado!Para quê?Ficar encostado num canto escuro?Nas mãos de quem não tem sensibilidade?Só porque esteve no Titanic?O violino deveria ficar exposto no museu em Belfast.Essa é minha opinião.

Meus parabéns ao Blog =)Continue sempre assim!Nos presenteando com amtérias ótimas! ^^

Rodrigo disse...

Oi Dharana, agradeço a atenção à matéria.

A atitude da banda do navio naquela noite é algo inacreditável mesmo, tanto por ficarem calmos quanto por permanecerem em suas funções tocando para dissimular a situação tão extrema da tragédia que se encaminhava. São atitudes de uma dignidade mais do que impressionante. Eram 08 músicos, e nenhum deles sobreviveu, e sequer há relatos de que eles tenham tentado entrar em botes salva-vidas.

Quanto à história do violino, eu mesmo estou muito cético, porque a autenticação foi feita em nome de uma famosíssima casa de leilões; e todos sabemos que o intuito destas casas é lucrar com a venda de peças raras/valiosas. Por isto pode haver falsificação por detrás disto tudo. O violino parece mesmo ter pertencido à Hartley, mas toda a tonelada de informações para provar que ele é autêntico parece espetacular demais para ser verdade...

Bem, verdadeiro ou não verdadeiro, se ele for usado para relembrar com dignidade a memória de Hartley e da orquestra, está muito bom. A lástima é esta venda desmembrada das peças, mas isto é normal, infelizmente. Quando se trata de dinheiro, a memória, a verdade e a história estão sempre em segundo plano.

Dinheiro compra quase tudo, mas não é capaz jamais de apagar histórias verdadeiras, que merecem ser preservadas...

Unknown disse...

Eu sei como é isso.. o amor pelo instrumento.. quando viajo para dar aulas, e passo por estradas movimentadas, a qualquer sinal de perigo instintivamente seguro o instrumento... de certa forma, nossos instrumentos fazem parte de nós.
Otima matéria

Rodrigo disse...

Oi Livania, grato pela atenção à matéria.

Eu tenho meu questionamento sobre a autenticidade do violino, parece haver indícios de fraude. Mas enfim, isto não vêm ao caso se a peça, que parece realmente ter pertencido à Hartley, for utilizada para relembrá-lo com respeito.

E sobre o apego com o instrumento, certamente é muito grande mesmo, porque instrumentos musicais parecem ter alma (especialmente os violinos, harpas, violoncelos, violas e pianos), é assim que eu os enxergo. Não sou instrumentista, mas faço pinturas. E apesar de ser uma relação bem diferente com a arte, tenho um apego muito grande pelo que crio.

Até mais

Priscilla disse...

ola tudo bem Rodrigo, quero em primeiro lugar parabeniza-lo pelo blog maravilhoso..e falar q eu estava olhando o site do titanic museum onde tem ate uma data para as pessoas enviarem curriculos etc....e tbm fiquei impressionada com uma coisa; a pessoa que trabalha no museum tem que ser entusiasta da historia do navio e etc...mas sera que eh so pra pessoas que sao da irlanda....a hora que voce puder voce poderia escrever alguma materia sobre esse assunto...desde ja... obrigada

Rodrigo disse...

Oi Priscilla, agradeço as palavras. Te aconselho que tente contatar o Centro Titanic Belfast por e-mail, certamente eles devem ter um canal para este fim, este tipo de instituição costuma ser bem atenciosa. Infelizmente não tenho planos de escrever algo sobre, preciso ser mais focado. As matérias do blog, apesar de simples, consomem muito de meu tempo e disposição.

Não deixe de tentar o contato, será um prazer saber que uma brasileira esteja trabalhando por lá para ajudar manter a história viva. Até mais.

Unknown disse...

Olá Rodrigo, como vai? Terminei de ler o livro "Uma Noite Fatídica" e lá, Walter Lord, escreve que o Titanic chgou há uma inclinação de 90° antes de afundar, e achei o final do livro um tanto conflitante com a nossa versão dos fatos atual, não menção ao fato da separação do navio em dois, e no livro conta que o Titanic foi inclinando, e inclinando, até chegar aos 90° aí ganhou velocidade e foi "(...) voltando à superfície (...)" até que o mar atingiu o mastro da bandeira da popa, e aí começam as opiniões dos marinheiros... até que no livro se diz que o navio foi tragado pelas águas. Isto se deve por não ter sido confimado na época a secção do navio?
Grato, Matheus J. F.

Unknown disse...

Olá Rodrigo, cá estou de novo! Mais duas dúvidas eu tenho! Como que as autoridades e o próprio estaleiro H&W sabiam que o Titanic tinha mais de 46 mil toneladas? E como que naquela época, o cápitão sabia a latitude e a longitude da embarcação? No caso essa informação foi transmitida pelos operadores de rádio do Titanic naquela noite, e como o capitão E. Smith, sabia essas informações? Grato desde já. Matheus J. F.

Unknown disse...

Somente, mais este, daí as minhas dúvidas acabaram, e não vou mais te encomodar Rodrigo! No Titanic, tinham os botes desmontáveis, como eles funcionavam e de que eles eram feitos, e qual as suas medidas? E quantas pessoas cabiam em cada um? Só mais esta dúvida, no livro "Uma Noite Fatídica" O quadro em que Thomas Andrews passa em frente os seus últimos momentos é "Approach to the New World", Mas na realidade não era o quadro "Plymouth Harbour" ? Grato desde já. Matheus J. F.

Priscilla disse...

obrigada pela sua resposta....com certeza vou tentar entrar em contato com o museu do Titanic....
Eu imagino que qualquer materia escrita por vc aqui no blog....exija um bom tempo de estudo....por isso o Titanic em Foco eh o site que procuro para tirar minhas duvidas....um abraço....
obs: o livro de Walter Lord... uma noite fatidica....fez eu me sentir do lado daquelas pessoas, fez eu pensar no que eu teria feito, eh angustiante....

Rodrigo disse...

Oi Maycon. Não posso responder sobre aspectos técnicos porque eu não estudo sobre o Titanic, eu apenas leio sobre o assunto de modo descompromissado. Mas consultando rapidamente e puxando pela memória, talvez tenho algo.

SOBRE O MODO DO NAUFRÁGIO – Toda esta confusão sobre a maneira que o navio naufragou foi causado por um simples fator: falta de iluminação. Não havia lua na noite do naufrágio e a luz do navio falhou pouco tempo antes das “Grandes Explosões”, relatadas pelas testemunhas nos botes. Ninguém viu com clareza, ninguém pôde descrever com clareza. E quem mais se aproximou da verdade, descrevendo sobre uma quebra evidente, não recebeu o devido crédito e atenção na época, porque não se admitia a possibilidade de o navio ter se partido em dois. E ainda hoje, 101 anos depois da tragédia, não existe uma resposta para tudo, mas os estudos já revelaram toneladas de informações que hoje formam o panorama que conhecemos, e que pode se expandir ou se modificar ligeiramente, conforme novas informações surgirem. Toda história é passível de correções, sempre.

Rodrigo disse...

Continuação...

PESO - O peso de um navio é calculado através de uma co-relação entre a metragem cúbica do casco imerso na água, a densidade da água no local onde ele está, e o volume de água deslocada pelo casco. Através de fórmulas matemáticas, que não conheço, era deste modo que se sabia o peso das embarcações, ou seja, não era através de balança, mas de fórmula matemática. Hoje a tecnologia agiliza tudo isto.

LATITUDE E LONGITUDE - Latitude e longitude naquela época era calculado através de um equipamento chamado sextante e também com ajuda de cálculo matemático. Isto era feito pela observação celeste das estrelas, depois os dados eram processados na sala de mapas, e assim se media a posição aproximada das embarcações. O sextante do Britannic, o navio-irmão do Titanic, inclusive foi recuperado pelo explorador Jacques Cousteau na década de 1970. A informação sobre a posição do Titanic foi transmitida pelo rádio naquela madrugada, mas descobriu-se em 1985 que estava errada por vários quilômetros, não me lembro quantos (a posição é aquela famosa seqüência 41°46' N, 50° 14' W). Em parte é exatamente devido à este erro que o Titanic demorou tanto para ser encontrado.

BOTES - Haviam quatro botes desmontáveis, denominados A, B, C, D. Os botes C e D foram alojados como os 1ºs na parte frontal do navio, logo abaixo dos dois botes permanentemente suspensos para fora do navio na asa de comando, e os botes A e B alojados em ambos os lados da chaminé Nº 01. Eles eram feitos de madeira, tinham duas abas laterais em formato de longos sacos de lona recheados com fibra vegetal flutuante; a proa e a popa do bote eram recheadas com cortiça, também flutuante. Estes botes eram super compactos, mas flutuariam com ou sem as lonas laterais suspendidas, e estas lonas eram suspendidas caso houvesse necessidade de maior flutuabilidade devido à lotação (a função das lonas era simplesmente a de aumentar a altura das bordas do bote para maior lotação de peso). Os quatro botes eram do mesmo tamanho e tinham a mesma capacidade: 7,60 de comprimento, 2,40 de largura, 91 cm de profundidade e capacidade de 47 pessoas em cada (estes números podem variar ligeiramente, porque são obtidos pela conversão de medida em pés - padrão britânico - para padrão métrico brasileiro).

QUADRO DA SALA DE FUMANTES - O erro sobre a identidade dos quadros no livro "Uma Noite Fatídica" foi causado pela falta de informações na época em que o livro foi escrito por Walter Lord em 1955. A identificação correta só aconteceu depois as gravações do filme "A Night to Remember", que foi diretamente baseado no livro de Walter Lord; mas aí já era tarde demais, e ainda hoje o livro não alterou a informação. Apena no filme "Titanic" (1997) a ilustração da tela está correta. E há uma cópia fiel da tela da Sala de Fumantes do Titanic no Museu Marítimo de Southampton, que foi pintada por Rodney Wilkinson, filho do pintor das telas originais do Olympic e do Titanic. Rodney só conseguiu pintar uma cópia porque encontrou as anotações e uma figura minúscula de um esboço da tela original que seu falecido pai pintou para o Titanic (como a tela foi tragada pelo Titanic e não existem fotos da Sala de Fumantes do navio, este foi o único recurso encontrado).

Bem, é isto que pude consultar. Pessoalmente não consigo guardar dados técnicos na cabeça, especialmente porque nunca me concentro em dados técnicos, mas sim na história de um modo geral. Até mais.

Rodrigo disse...

Oi Priscilla. É absolutamente impossível entender o drama real da tragédia do Titanic olhando-se de fora para dentro, observando apenas o navio iluminado sendo engolido pelo mar. É preciso olhar a história de dentro para fora, entender quem estava lá e o que eles relataram, quais eram seus sonhos, suas idéias e como passaram pela provação. O livro faz exatamente este caminho, te coloca dentro do navio, ao lado das pessoas, te faz entendê-las e assim então você compreende com mais proximidade o que tudo aquilo realmente causou naquelas pessoas. Por isto é um livro importante, porque Walter Lord sabia o que estava fazendo.

Até mais.

Unknown disse...

Se é verdadeiro não sei... Mas é maravilhoso!!!!

Só que eu acho que deviam dar atenção aos outros instrumentos também. Da mesma forma que esse violino é histórico, os outros também são.
E certamente os outros musicos também foram importantes.
Ok, como violoncelista sei que sou suspeita pra falar haha!

Ótima matéria Rodigo! ^^

Beijos!

Unknown disse...

Olá Rodrigo! Muito obrigado pelas informações foram de grande valia! E eu pergunto frequentemente pois sou um muitíssimo fã do blog, ele é extremamente rico e me ajuda sempre com o modelismo! Até Mais, M. J. F.

Maryana disse...

Ola,Rodrigo!
Parabens pelo blog. Admiro pessoas como voce que demostram amor por certos instrumentos. Sou violinista e sinceramente, quando vi essa descoberta, fiquei maravilhada!! Meu violino tem 15 anos. Passou por meu avó e agora esta comigo. Se tivesse a oportunidade, tocaria com todo prazer novamente a musica "mais perto meu Deus de ti". Meu bisavó, estava planejando na noite de 04 de janeiro, partir no titanic rumo a NY (nao sou de descendencia brasileira) e ele sempre falou que teria dado tudo para pelo menos ter visto o momento que aquele imenso navio, foi totalmente encoberto pelo mar.. e violino para mim é tudo. nos momentos de dificuldade, toco para mim e me pego chorando por cima dele. A sensação de toca-lo e incomparavel. Bom< ja estou sendo melosa demais.. rsrs.. desde entao, parabens pelo seu blog. poucas coisas no Brasil sao tao lindas e perfeitas assim. Abraços!

Rodrigo disse...

Oi Maryana

Obrigado pela atenção ao blog. Pois é, eu não poderia deixar de divulgar a história do violino, a banda do Titanic é um ponto de destaque primário da história, não tem como não ficar intrigado ou emocionado pelo que fizeram.

E que história interessante a sua, gostaria de saber em qual cidade residia o seu bisavô. Lembrei do caso do pai de João Havelange, ex diretor da FIFA, que também planejou viajar no Titanic (inclusive comprou passagem), mas não conseguiu embarcar. Esta história foi publicada pelo blog de meu amigo de Minas, aí está o link:

http://titanicmomentos.blogspot.com.br/2008/07/joo-havelange-e-o-titanic.html

Quanto ao amor pelo instrumento, eu imagino o quanto isso significa, ainda mais quando há por detrás dele uma história de afeto. Não é a toa que Wallace fora recuperado com uma valise atada ao corpo, onde antes esteve (ou ainda estava) o seu violino.

Enfim, só quem ama a arte, seja música ou qualquer outro tipo de arte, é capaz de entender.

Até mais.

Maryana disse...

Ola novamente, Rodrigo!
Entao, respondendo sua pergunta, meu bisavô era de Southampton-Inglaterra justamente a cidade que o titanic partiu. Ele iria para NY em busca de trabalho. Mas seu pai, que estava muito doente, veio a obito e ele nao embarcou. Ele faleceu tem 5 anos. E mesmo idoso, tinha varias lembranças do titanic. E eu adorava ouvi-las. Ele costumava dizer que o Coração do Oceano (o colar de Rose) era lindo! So poderia ser visto por pessoas de primeira classe. As pessoas mais pobres so podiam falar. Ele tambem dizia que no dia do embarque do titanic (que ele estava no porto) havia muitas pessoas que bebiam ao redor, apostando dinheiros inclusive passagem para embarcar no navio. Havia meretrizes que queriam embarcar para passar a noite com os cavalheiros da primeira classe. Mulheres vistosas, crianças.. Tambem havia animais. Ele disse que as pessoas "pobres" tentavam entrar na primeira classe, e eram barrados, chingados, e ate muitas vezes jogandos para fora do navio.
enfim, é uma historia longa.. Porem perfeita.

Abraços!

Lidia disse...

Triste,mas de uma extraordinária história!!!

Rodrigo disse...

Oi Maryana

À excessão da alegação sobre o colar "Coração do Oceano" (que é um artefato fictício feito única e tão somente para o filme de 1997, assim como também é fictícia a personagem "Rose"), toda a história que você relatou parece bem autêntica. São memórias de uma vida, merecem ser preservadas de algum modo. Procure registrar da melhor maneira.

Tenho memórias de família também, não tão surpreendentes assim, mas procuro manter vivo aquilo que posso preservar.

Até mais, grato pela atenção ao blog e por partilhar sua história.

Maryana disse...

Ola Rodrigo.

Entao, como percebeu, o colar é ficticio. Mas na epoca, existia realmente rumores sobre este possivel colar. O coração do Oceano nao é totalmente uma lenda. Pode nao ser com o mesmo nome. Mas existiu um colar, que meu bisavô conheceu como coração do oceano. :)
abraços!

Matheus Lacerda disse...

Nossa que matéria incrível!!!!
Amei esse blog. Eu sou fascinado pela história do Titanic, são sei por qual motivo mas a história desse navio me emociona muito.
Parabéns pelo blog, aqui encontro todos os detalhes e histórias sobre esse Transatlântico magnífico.

Rodrigo disse...

Oi Matheus

Obrigado, fico feliz em saber que gosta do blog. Sou também um entusiasta desta história, que me emociona, surpreende, encanta e ensina há vários anos. O Titanic se torna inesquecível de maneira especial para quem consegue observá-lo de "mais perto", isto é fato.

Seja bem vindo, agradeço a atenção ao Titanic em Foco.

Anônimo disse...

Acabei de descocobrir ontem que Wallace nasceu em 2 de Junho de 1878.
Davi.

Anônimo disse...

Oi Rodrigo.
Nunca acho vídeos que mostram como foi o naufrágio REAL do Titanic, nas cenas de Titanic 1958, onde tem 6 dos 8 músicos, está Wallace Harley, mais o sobrenome dele é Hartley.
Davi.

Rodrigo disse...

Corrigido.

Se você está se referindo à simulações do naufrágio... a matéria do link abaixo lista os mais recentes vídeos com reconstituições da tragédia. Talvez lhe sirva.

http://titanicemfoco.blogspot.com.br/2011/10/titanic-simulacoes-do-naufragio.html

Até mais.

Unknown disse...

Olá Rodrigo! Sou a mesma pessoa que disse que o Wallace Henry Hartley nasceu a 2 de junho de 1878 (sendo assim morreu com 33 anos) e que disse que o certo é Hartley.