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sábado, 17 de dezembro de 2011

Redescoberta do Titanic em 1985 e situação atual


Acima
- Uma fantástica ilustração dos escombros da proa do Titanic tal qual em sua condição atual [obra do norte-americano Ken Marschall], comparada a um frame de uma das cenas mais célebres do filme "Titanic" (1997).

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Seja bem vindo ao Titanic em Foco
 

A descoberta do local onde repousam os escombros do Titanic, na madrugada de 01 de setembro do ano de 1985, trouxe de volta à luz não apenas a história de uma tragédia, pois junto com esta descoberta veio também à superfície milhares de respostas que estavam esquecidas no fundo do mar desde a fatal data de 15 de abril de 1912, quando o navio afundou as 2:20 da madrugada causando a morte de cerca de 1.500 pessoas. O reencontro do Titanic após 73 anos de seu naufrágio lançou um novo e eterno olhar para a história deste navio que hoje pertence ao imaginário e à cultura popular. Acompanhe nesta matéria um pouco dos acontecimentos ocorridos desde que o Titanic foi descoberto há 28 anos atrás e a atual situação dos escombros.

Acima, direita: Nesta animação em vídeo vê-se proa do verdadeiro Titanic, tal qual hoje se encontra há 3.800 metros da superfície, no Oceano Atlântico Norte. O local se tornou famoso pelas cenas românticas do filme "Titanic" (como a cena abaixo). Originalmente este ponto do navio estava há 15 metros de altura da linha d'água. O brutal impacto do navio com o solo do mar na madrugada de 15 de abril de 1912 fez o extremo da proa literalmente "atolar" 18 metros no solo marinho.. 

Hoje esta área extrema frontal do Titanic encontra-se maciçamente fincada 06 andares no leito lamacento do mar, escondendo para sempre até mesmo os danos causados pela colisão com o iceberg. 

O escombros do Titanic repousam na escuridão marinha eterna, a luz solar jamais alcança os 3.800 metros de profundidade; os restos do navio hoje só se iluminam através dos potentes holofotes carregados pelos submarinos das muitas expedições que o visitaram desde que fora finalmente redescoberto na madrugada de 01 de setembro de 1985, setenta e três anos após desaparecer sobre as águas.

Na animação abaixo - Uma impressionante comparação da lateral de estibordo dos reais escombros do Titanic em sua condição atual, contrastados com o aspecto integral do Titanic tal qual era em 1912. As duas secções principais dos escombros do Titanic encontram-se separadas por 600 metros de distância e, se unidas virtualmente, hoje resultam em aproximadamente apenas 255 metros dos 269 metros originais do transatlântico; um total  de 14 metros da secção central do Titanic foi violentamente destroçada durante a ruptura e descida em direção ao fundo do oceano na madrugada da tragédia. A fantástica fotografia panorâmica dos escombros foi composta através da junção de cerca de 3 mil fotos individuais, unidas através de computação. O mosaico fotográfico fora divulgado pela Revista National Geographic do mês de abril de 2012 (capa ao lado). Ainda que tenha perdido a grande maioria dos aspectos mais frágeis dos seus conveses e suas 4 chaminés de 19 metros de altura, os escombros do Titanic seguem relativamente bem preservados, pesando-se a violência do naufrágio, o decorrer de mais de 100 anos de corrosão natural e os muitos danos causados pelas várias expedições de exploração científica que o visitaram  desde 1985.
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13 fatos-chave sobre os destroços do Titanic que você precisa saber
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Ao lado: Uma reconstituição gráfica em escala que registra com perfeição a noção de distância em que os escombros do Titanic hoje se encontram da superfície do Oceano Atlântico Norte. Numa situação hipotética, seria necessário "empilhar" 14 Titanic's um após o outro na posição vertical, para que a profundidade dos escombros fosse alcançada. 14,13  X  269 m. = 3.800 metros de profundidade 
*** Valores aproximados.

  •  01 "Seis minutos de queda livre" - Segundo os mais recentes cálculos e estimativas, acredita-se hoje que na madrugada do naufrágio a proa (parte dianteira) do Titanic - destacada da popa após a quebra do navio em duas partes - teria mergulhado em direção ao fundo do oceano chegando ao solo  marinho a uma velocidade aproximada de 37 Km/h. A esta velocidade ela teria colidido com o fundo do mar após cerca de 6 minutos de mergulho livre.
  • 02 "Giros e cambalhotas" -  Ainda na madrugada da tragédia, a popa (traseira) do Titanic teria mergulhado em direção ao fundo em velocidade inferior à secção dianteira do navio efetuando "giros/cambalhotas" durante o processo de descida, devido ao seu formato não hidrodinâmico. A popa então teria atingido o solo marinho vários minutos após a secção dianteira do navio.
  •  03 "Setenta e três anos de espera" -  Os destroços do Titanic foram encontrados 73 anos após o naufrágio, na madrugada de um domingo, 01 de setembro de 1985. A expedição foi realizada por uma junta de pesquisadores americanos e franceses, sob a liderança do norte-americano Robert Ballard e do francês Jean-Louis Michel (dos institutos de pesquisa 'Woods Hole' e 'IFREMER', respectivamente).
  • 04 "Nada de ossos humanos" -  Nenhuma expedição já realizada aos escombros do Titanic encontrou qualquer vestígio de restos humanos em meio aos destroços; a salinidade da água, aliada aos microorganismos e ao tempo decorrido desde a tragédia, se encarregaram de decompor por completo qualquer material de origem orgânica humana.
  • 05 "O Titanic realmente se quebrou" - A confirmação irrefutável de que o Titanic havia se partido em duas partes só aconteceu por ocasião da descoberta; desde 1912 era geralmente assumido que o navio havia naufragado sem quebrar-se (apesar das alegações de várias testemunhas de que haviam visto o navio partir-se em 02). Os destroços da proa e da popa (parte dianteira e parte traseira do navio) estão separados por 600 metros de distância.
  • 06 "Longe de New York" - O Titanic encontra-se localizado precisamente sobre as coordenadas 41°43′57″N 49°56′49″W, a 600 Km da costa da Ilha de Terra Nova, Canadá, e a 2.000 Km de seu destino original, em New York, Estados Unidos. (Clique no link para ver o local exato do Titanic via Google Maps).
  • 07 "Vinte e um quilômetros em outra direção" - A demora de 73 anos para o reencontro do Titanic se deve, em parte, porque na noite do naufrágio sua posição exata foi calculada com um erro de 21,2 Km de sua verdadeira localização (a localização calculada naquela noite foi 41°46' N, 50° 14' W). Outro fator agravante para a demora da descoberta se deve ao fato de que o desenvolvimento e aprimoramento de submarinos capazes de alcançar altas profundidades só aconteceu muitos anos após o desastre.
  • 08 "Pressão esmagadora" - A pressão da água no local dos escombros é de 6.000 Libras por polegada quadrada, valor equivalente a 421 Kg por centímetro quadrado (421 Kg/cm²). *A maior profundidade já alcançada por mergulho autônomo humano (sem submarinos) é apenas de 315,25 m, pelo mergulhador sul-africano Nuno Gomes; consequentemente os escombros do Titanic estão há mais de 3,4 Km fora do alcance de mergulhadores sem submarinos.
  • 09 "Jamais iluminado pelo sol novamente" -  Os destroços do Titanic estão localizados na "zona de escuridão eterna", a luz solar alcança apenas pouco mais de 500 metros de profundidade na água do mar.
  • 10 "O maior pedaço" - No dia 10 de agosto de 1998 a empresa RMS Titanic Inc., detentora judicial dos direitos sobre os restos do Titanic, resgatou a maior peça já retirada dos escombros. Trata-se de uma porção do casco com 20 mil Kg. (medindo 4.6 m × 7.6 m.), que soltou-se do navio no momento em que ele se partiu em dois na madrugada do naufrágio. A peça é conhecida como "BIG PIECE", e hoje encontra-se exposta e preservada no Hotel e Cassino Luxor Las Vegas. (Clique no link para ver a peça).
  • 11 "Peças preservadas" - Desde que os escombros do Titanic foram descobertos em 01 de setembro de 1985, já foram resgatados mais de 5.500 artefatos; estes seguem preservados nos arquivos da RMS Titanic Inc., e parte deles integram museus e as várias exposições itinerantes organizadas pela empresa ao redor do mundo.
  • 12 "A dona provisória do Titanic" - A empresa RMS Titanic Inc. é detentora dos mais de 5.500 objetos, contudo é judicialmente proibida de vendê-los separadamente; deste modo os milhares de objetos só podem ser repassados à outra organização em um só lote único, e sob a condição imposta pela justiça de serem preservados na íntegra (eles não podem ser vendidos à colecionadores).
  • 13 "Nenhuma tentativa de resgate" - Até os dias atuais não houve nenhuma tentativa de se resgatar o Titanic, tampouco existe hoje ferramenta adequada para um intento deste porte e tamanha complexidade - para além do fato de que nenhuma empresa planeja resgatar o Titanic hoje, apesar das idealizações mirabolantes do passado, que nunca foram colocadas em prática de fato. Os escombros hoje são protegidos pela UNESCO como "Patrimônio Cultural Submerso", portanto estão sobre rígida fiscalização.
Acompanhe
Como o Titanic naufragou?

Simulações da colisão e naufrágio
Siga abaixo duas simulações em Computação Gráfica que demonstram como se deu o naufrágio do Titanic.

A. Esta teoria é a mais recente de todas, foi formulada por uma junta de especialistas reunida e liderada pelo cineasta James Cameron (de Titanic e Avatar) e apresentada no documentário "Titanic: The Final Word With James Cameron", divulgado em abril de 2012. A simulação gráfica foi elaborada após grande levantamento focado no mais recente mapa fotográfico completo dos destroços do Titanic divulgado em março de 2012, e nos depoimentos cedidos pelos sobreviventes da catástrofe.

Destaques deste estudo 

1. Pode-se notar que o 1º Oficial William McMaster Murdoch ordenou rapidamente para o timoneiro Robert Hichens para que executasse uma manobra com intuito de contornar o iceberg, evitando a colisão das hélices com o bloco de gelo / 2. Durante o naufrágio o Titanic inclinou-se cerca de 9 graus para bombordo, causando a queda da chaminé frontal para o lado esquerdo, sobre a asa da ponte de comando / 3. A ruptura do navio deu-se logo à frente da chaminé nº 03; e não entre a nº 3 e a nº 4, como antes se pensava / 4. A inclinação vertical da popa ocorreu em um ângulo ligeiramente menor do que antes se acraditava. A popa então executou meio giro ao redor do sí antes de desaparecer sobre as ondas / 5. A proa se desprendeu da secção da popa e desceu em posição inclinada até o fundo do oceano, endireitando-se levemente antes de colidir com o leito marinho / 6. A popa sofreu uma explosão durante o início do mergulho e perdeu boa parte dos aparatos e parte do casco, arrancados pelo fluxo de água, chegando ao fundo do oceano depois da parte frontal do navio / 7. Enquanto a secção da proa desceu em queda livre quase na posição correta, a popa sofreu um contínuo processo de giro, lançando milhares de peças, secções estruturais e artefatos ao fundo do mar / 8. Ambas as secções, proa e popa, receberam uma potente onda de choque ao chegar ao fundo, provocada pela enorme fluxo de água deslocada durante a queda de pouco mais de 3.800 metros.
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B. Esta simulação foi apresentada no documentário "Last Mysteries of Titanic" de 2005 (no Brasil "Os Últimos Mistérios do Titanic"), produzido e protagonizado pelo cineasta James Cameron (de "Titanic" e "Avatar").


À procura do Titanic

Após o encerramento das investigações oficiais sobre o naufrágio do Titanic, planos experimentais foram feitos para encontrar o navio. À esta altura era mais que evidente, no entanto, que a tecnologia da época oferecia poucas chances de sucesso. Quando a I Guerra Mundial eclodiu em 1914, a história do Titanic começou a desaparecer dos olhos do público como muitos navios maiores foram perdidos durante o conflito, tirando o foco da atenção que antes era voltado para o Titanic.

Com o tempo, os que ainda mantinham esperanças de localizar e recuperar os destroços geraram contos de que havia um grande tesouro armazenado na carga do Titanic. Veio à tona até mesmo a história de uma múmia egípcia que estaria entre a carga do navio, a qual teria lançado uma maldição sobre a viagem e que pode ter sido a causa do desastre. Apesar dos muitos mitos, a realidade era que o Titanic estava a uma profundidade muito além do alcance da tecnologia do início do século 20.
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Em 18 de novembro de 1929, houve um grande terremoto submarino nas proximidades dos Grandes Bancos, fora da costa da América do Norte, que se acreditava ter enterrado Titanic em um enorme deslizamento submarino de terra. 

Ao lado: O destaque marca o local do epicentro do grande terremoto submarino de 1929, localizado à cerca de 600 km do local onde o Titanic havia naufragado 17 anos antes.

 No entanto, durante a década de 1950, a exploração subaquática gerou grandes avanços através do desenvolvimento de sistemas de sonar e veículos submersíveis, e o Titanic, mais uma vez começou a encantar as mentes de muitos. Rosdon Beasley LTD, uma empresa britânica de salvamento, passou uma semana nas imediações do naufrágio em uma tentativa de localização dos destroços e fizeram gravações de ondas sonoras produzidas por explosões subaquáticas, porém os seus esforços para localizar Titanic foram infrutíferos.

Esquemas para localizar os destroços persistiam. Durante a década de 1970, uma aliança entre Walt Disney Productions e revista National Geographic fez planos para um filme baseado sobre o naufrágio e a posterior descoberta dos destroços. O projeto nunca saiu do papel. Na Inglaterra, a empresa Seawise & Titanic Salvage LTD demonstrou perícia técnica considerável e boas esperanças de encontrar os destroços, mas foi incapaz de obter financiamento.
Jack Grimm

Foi então no verão de 1980 que uma expedição de grande porte foi montada para localizar os destroços do RMS Titanic. O “excêntrico” milionário americano Jack Grimm tentou por três vezes localizar Titanic. A primeira tentativa foi em agosto de 1980. Grimm fez parceria com cientistas do Instituto Scripps de Oceanografia, na Califórnia e do Observatório Geológico Lamont-Doherty, parte da Columbia University de Nova York. Durante todo o curso das três expedições a equipe de Grimm localizou numerosos alvos em potencial, mas nenhum deles foi identificado como sendo os destroços do Titanic. Em sua segunda expedição, Grimm estava certo de que um objeto localizado pelo sonar era uma hélice do navio, mas nenhum dos cientistas em sua equipe confirmou a sua afirmação. A terceira pesquisa também não forneceu qualquer evidência adicional de localização dos destroços do Titanic.

Mapa referencial com os locais relacionados à viagem, naufrágio e resgate dos corpos do Titanic.
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Robert Ballard, o explorador marinho que redescobriu o Titanic.
 
Porém, em 01 de setembro de 1985, 73 anos depois do naufrágio, uma expedição norte-americana e francesa, liderada por Jean-Louis Michel e Robert Ballard, localizou os destroços do Titanic usando um sonar de varredura lateral através dos navios de pesquisa Knorr e Le Suroit (abaixo).
Os destroços do Titanic foram encontrados a uma profundidade de cerca de 3.800 m, pouco mais de 370 Km a sudeste de Ponto Mistaken, Terra Nova (Canadá). A descoberta mais notável feita pela equipe foi de que o navio tinha se separado em duas partes principais, a seção de popa acabou se acomodando a 600 m de distância da seção de proa, estando na direção oposta à parte frontal do navio.

Ao lado: Às 00:48 da madrugada de domingo, 1º de setembro de 1985, após vários dias de pesquisa infrutífera, peças de destroços começaram a aparecer nos monitores do navio de pesquisa Knorr. Uma delas foi identificada como uma caldeira, idêntica às vistas nas fotografias de 1911, ou seja, os primeiros destroços do Titanic foram finalmente encontrados. No entanto apenas no dia seguinte o navio em sí foi propriamente avistado e fotografado. A descoberta foi uma notícia divulgada com grande cobertura ao redor do mundo inteiro. Setenta e três anos após o horrível desastre onde morreram 1.500 pesoas o Titanic voltava a ser manchete. *** Acima, direita: Uma das caldeiras do Britannic, navio irmão do Titanic, suspensa por um guindaste para ser instalada à bordo, fotografia feita por volta de 1914.
 
Robert Ballard fala em entrevista para a Revista National Geographic de dezembro de 2004 (capa ao lado):

"Faz dezenove anos que eu descobri o Titanic (28 anos hoje), trabalhando numa equipe de pesquisadores franceses e americanos. Agora eu voltei para ver as mudanças ocorridas no navio. Sabia que uma empresa particular de salvamento, a RMS Titanic INC., já havia mergulhado ali muitas vezes, retirando, legalmente, milhares de objetos desse local que eu considero um túmulo sagrado. Submarinos russos já haviam levado James Cameron, diretor do filme Titanic, além de muitas outras pessoas, ao naufrágio, também sem infringir nenhuma lei mas, pelo que se relata, chocaram-se contra o casco. Navios de cruzeiro haviam circulado o local enquanto a RMS Titanic INC. tentava içar um pedaço do navio. Uma fábrica de cervejas havia patrocinado um sorteio cujo prêmio era assistir ao pessoal de salvamento recuperando garrafas de cerveja. Já houve até um casal de New York que mergulhou num submersível para celebrar seu casamento na proa do Titanic. Tudo isso era uma grande comédia - exatamente o que eu não queria que acontecesse. Eu havia apelado a todos para que tratassem os restos do Titanic com dignidade, tal como foi feito com o encouraçado Arizona em Pearl Harbor, no Havaí. Em vez disso, o Titanic foi transformado num espetáculo típico de um parque de diversões."

 A preservação do Titanic nas palavras de Robert Ballard

Robert Ballard fala sobre o desejo de preservar o mais famoso navio da história da pilhagem e da destruição em palestra em maio de 2012, cem anos após o desastre e 26 anos após tê-lo descoberto. 

Agradecimento ao amigo Victor Vila
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A descoberta do Titanic: O depoimento de Robert Ballard
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Assista no vídeo abaixo como se deu a descoberta dos destroços do Titanic. O vídeo é um trecho extraído do documentário "Secrets of the Titanic" ["Os Segredos do Titanic"], de 1986, pela National Geographic.

Como o Titanic foi encontrado 73 anos após naufragar?
Divulgação - Revista ÉPOCA
As imagens de sonar dos destroços do Titanic

Pesquisadores criaram o que é considerado o primeiro mapa abrangente da área de 4,8 km por 8 km na qual estão espalhados os destroços do Titanic. As imagens foram divulgadas em março de 2012 e mostram com clareza que os restos do luxuoso navio ocupam uma área com cinco quilômetros de largura e oito de comprimento no fundo do mar. A equipe de expedição usou imagens de sonda e cerca de 130 mil fotos tiradas por robôs submarinos para criar o mapa, que mostra o local no qual centenas de objetos e partes do navio caíram após colidir com o iceberg.

Os exploradores do Titanic sabem há mais de 25 anos onde estão a proa (parte da frente) e a popa do navio, mas os mapas anteriores do solo ao redor dos destroços eram incompletos, de acordo com Parks Stephenson, historiador consultado durante a expedição realizada em 2010.

Segundo ele, estudar o local com os mapas antigos era como tentar navegar em um quarto escuro com uma lanterna fraca. “Com o mapa sonar, é como se de repente tudo se iluminasse e você pudesse passar de cômodo a cômodo com uma lupa, documentando tudo”, afirmou. “Algo assim nunca tinha sido feito no local onde está o Titanic.”

As 130 mil fotos em alta resolução tiradas por robôs foram unidas por um programa de computador, criando um detalhado mosaico dos destroços. O primeiro mapeamento do Titanic foi feito logo após sua descoberta, em 1985, usando fotos tiradas com câmeras instaladas em um veículo operado por controle remoto que não se aventurou muito além da proa e da popa. Com o passar dos anos, os mapeamentos foram ficando mais sofisticados.

O mapeamento foi feito em 2010, durante uma expedição ao Titanic liderada pela RMS Titanic Inc., a dona legal dos destroços, em conjunto com o Instituto Oceanográfico Woods Hole, de Falmouth, em Massachusetts, e o Instituto Waitt, de La Jolla, na Califórnia.

(ao lado) Extraordinário: As grandes secções da proa e da popa descansam há cerca de 600 metros uma da outra, separadas por um grande campo de pequenos e grandes destroços. Como já previamente sabido, a secção da proa (frente do navio) continua notavelmente preservada com seu formato característico, enquanto que a secção da popa (traseira do navio) se apresenta como um amontoado incaracterístico de escombros. Proa e popa apontam em direções opostas, cada parte voltada para direções diferentes, elas não caíram na exata posição em que se encontravam na superfície.

Após a ruptura do navio em duas partes na madrugada da tragédia em 15 de abril, as duas partes desceram ao fundo comportando-se de modo diferente: A proa deslocou-se para frente, colidindo violentamente com o leito marinho relativamente inteira. Enquanto que a secção da popa, gravemente afetada pela ruptura da parte frontal, enfrentou uma brutal descida ao abismo com correntes aquáticas geradas pelo movimento de queda e girou durante este processo, arremessando muitos destroços no solo marinho.Secção da proa (acima) e secção da popa (abaixo): Pela primeira vez completamente mapeado, as imagens em alta resolução dos destroços do Titanic permitirão avanços importantes nos estudos das reais causas e condições do naufrágio e também contribuirão para a própria monitoração e preservação dos escombros.

A arte que retrata o panorama dos destroços
(acima e abaixo) - A proa e a popa descansam a aproximadamente 600 m de distância. Devido à dinâmica da descida na madrugada de 15 de abril suas respectivas posições no fundo do mar não são exatamente abaixo de onde afundaram. Tendo em vista a extrema escuridão do ambiente onde os escombros do Titanic se encontram, não é possível a visualização do panorama completo em uma só imagem fotográfica, restando então apenas as reconstituições artísticas (acima e abaixo), as quais são as únicas que permitem exibir todo o panorama virtualmente iluminado.

A proa: agora e antes
A base de bronze onde antes ficava o timão ("volante") do navio, o qual estava sendo manobrado pelo timoneiro Robert Hichens no momento da colisão com o iceberg, às 23:40 da noite em 14 de abril de 1912. O que antes era um aparato de manobra, hoje é um pequeno monumento memorial às pessoas que pereceram na tragédia.

Apesar da longa descida à quase 4 Km de profundidade e o violento imapcto contra o leito marinho, a parte frontal do Titanic (proa), encontra-se em notável estágio de conservação, preservando a maioria dos seus aspectos estruturais mais resistentes. O impacto contra o solo ocasionou um soterramento de cerca de 8 andares na porção frontal do navio, fazendo com que todos os danos causados pela colisão contra o iceberg ficassem abaixo dos sedimentos, impossibilitando um estudo mais aproximado.

As estruturas principais mantiveram-se relativamente inalteradas, porém as explorações interiores revelam que as colunas de sustentação sofreram uma forte curvatura, o que vêm à confirmar as brutais forças com que o navio colidiu com o fundo do mar. A ponte de comando e a casa do leme, localizadas à frente do Convés de Botes, foram consideravelmente danificadas, em parte devido ao fato de terem sido construídas com madeira, algo que prevenia a interferência magnética na bússola do navio.
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O mastro da proa, onde localizava-se o cesto da gávea (posto de vigia de onde avistou-se o iceberg) tombou em direção à área de bombordo do Convés de Botes, mantendo-se afixado ao Castelo de Proa, possivelmente tendo sido o próprio mastro um dos causadores da devastação da ponte de comando.

Na área frontal da ponte de comando ainda hoje mantém-se em pé a base de bronze do timão do navio, o qual perdeu o timão em sí, que era de madeira e diluiu-se ao passar dos anos. Aos pés da base do timão, as muitas equipes de exploração vêm depositando ao longo dos anos várias placas com mensagens memoriais às vítimas do naufrágio.

  A proa hoje: área de estibordo (direita do navio)
Esquerda - Ilustração de Ken Marschall / Direita - reconstituição gráfica 

A proa hoje: área de bombordo (esquerda do navio)
Esquerda - Ilustração de Ken Marschall / Direita - reconstituição gráfica 

Abaixo seguem as imagens das atuais condições da proa do Titanic, obtidas na expedição realizada no ano de 2010 pela RMS Titanic INC; a empresa é detentora dos direitos de exploração, resgate e preservação dos destroços do navio. As imagens impressionam pela grande nitidez e pelos detalhes.
Divulgação - Titanic

A popa: agora e antes
Uma das poucas imagens da popa do Titanic em sua condição atual, raramente fotografada ou filmada pelas equipes de exploração. Foi precisamente neste local que, agarradas às grades e aparatos de convés, se concentraram as últimas pessoas que permaneceram no navio. Foi esta também a última porção do navio à desaparecer sobre as águas geladas as 2:20 de 15 de abril de 1912.

A área da popa, destacada do navio após a quebra e submersão da parte frontal, sofreu enormemente os danos causados pelo mergulho brutal no oceano. Devido ao enorme rombo causado pela ruptura, a popa enfrentou um processo de contínua destruição durante a queda livre de quase 4 Km em direção ao fundo.

Enquanto a estrutura principal se manteve relativamente intacta, boa parte da "pele de aço" e os aparatos de convés foram literalmente varridos de suas estruturas, um efeito devastador que tornou esta porção do navio em uma massa quase irreconhecível. Apesar dos enormes danos ainda é possível reconhecer parte do mastro contorcido entre os escombros, boa parte do chapeamento do casco no lado de bombordo (esquerda do navio) e a porção superior da hélice de estibordo (direita do navio) e do leme, que encontram-se parcialmente soterrados no leito oceânico.

Esta foi a área onde refugiaram-se as últimas vítimas do naufrágio, que nos estágios finais se digiriram para a parte posterior do castelo de popa, a última porção do navio à submergir as 2:20 da madrugada de 15 de abril. As explorações em vídeo desta área são bastante reduzidas em relação à parte frontal do navio, em parte devido ao fato de que poucas coisas aqui são reconhecíveis à primeira vista.

A popa hoje: área de bombordo (esquerda do navio)
Esquerda - reconstituição gráfica / Direita - ilustração de Andrea Gatti

A popa hoje: área de estibordo (direita do navio)
Esquerda - reconstituição gráfica / Direita - ilustração de Ken Marschall

Abaixo seguem as raras imagens da popa do Titanic em sua condição atual, onde a simulação de efeitos especiais ilustra o pânico dos últimos passageiros que se refugiaram nesta área do navio. Estas são imagens obtidas para o documentário "Ghosts of the Abyss" (2003), dirigido por James Cameron (Titanic, Avatar). Acompanhe a aparição aos 1:26:48 min.
Divulgação -  mathy906

VOCÊ SABIA?
VOCÊ SABIA QUE A PRESSÃO DA ÁGUA NO LOCAL ONDE O TITANIC SE ENCONTRA (A 3800 M DE PROFUNDIDADE) É TÃO FORTE QUE É CAPAZ DE COMPRIMIR UM COPO DE ISOPOR EM MENOS DA METADE DE SEU TAMANHO? (Como na imagem ao lado, de um copo de isopor que foi levado aos escombros do Titanic) 

E É ESTA ENORME PRESSÃO O FATOR QUE IMPOSSIBILITA COMPLETAMENTE O MERGULHO DE PESSOAS AOS ESCOMBROS DO TITANIC SEM A PROTEÇÃO DE SUBMARINOS. 

*** A PRESSÃO DA ÁGUA NO LOCAL ONDE O TITANIC ESTÁ NAUFRAGADO É EQUIVALENTE À 6.000 LIBRAS POR POLEGADA QUADRADA, OU SEJA, À CADA 1 CENTÍMETRO QUADRADO (CM ²) ATUA UMA ENORME PRESSÃO DE 421 quilos: 421 Kg/cm².
 Reportagem do Fantástico: Setembro de 1985
Divulgação -  Billy Martins

Da descoberta aos dias atuais

Até a descoberta dos destroços em 1985, haviam relatos contraditórios de testemunhas da tragédia no que se refere ao navio ter ou não se quebrado ao meio na madrugada do naufrágio.

Até então era geralmente assumido que o Titanic não havia se quebrado ao meio, e este fato só confirmou-se com a descoberta dos escombros.

Ao redor do naufrágio há um enorme campo de destroços com peças do navio, louças e objetos pessoais espalhados por mais de 2 quilômetros quadrados. Desde a descoberta em 1985 cerca de 5.500 artefatos foram retirados dos escombros. Muitos destes foram colocados em exposição no National Maritime Museum, em Greenwich, Inglaterra, e mais tarde fizeram parte de uma exposição itinerante. No Merseyside Maritime Museum, na cidade de Liverpool (porto de registro do Titanic) também há uma extensa coleção de artefatos resgatados a partir dos destroços, os quais fazem parte de uma exposição permanente.

Alguns dos objetos encontrados ao redor dos escombros. Esquerda: Um par de sapatos de couro repousa lado-a-lado, uma clara evidência do último descanso de uma das vítimas cujo corpo diluiu-se com o passar dos anos. Meio: um dos megafones utilizados para comandar o lançamento dos bote salva-vidas. No Titanic haviam apenas dois deles, este pode então ter sido utilizado na noite da tragédia. Direita: A hélice de estibordo (direita do navio) parcialmente atolada no leito marinho.
CLIQUE PARA AMPLIARLink
Muitos cientistas, inclusive Robert Ballard, estão continuamente preocupados com o fato de que as visitas constantes de turistas em submersíveis e recuperação de artefatos estão apressando a decadência dos escombros do Titanic, acelerando o processo de destruição do próprio navio.

Micróbios subaquáticos estão continuamente corroendo o aço do Titanic desde que o navio afundou, mas devido aos danos extras causados por visitantes o “National Oceanic and Atmospheric Administration” estima que "o casco e toda a estrutura do navio pode desabar no leito do oceano nos próximos 50 anos ".

Um gráfico referencial do processo de deterioração dos escombros do Titanic desde sua descoberta na década de 1980, o desenho foi publicado na edição de dezembro de 2004 da Revista National Geographic; este é um grosseiro erro de cálculo, visto que o processo de deterioração é acelerado, mas não tanto quanto se antecipa na previsão para o ano de 2012. Atualmente (em 2011) a condição de preservação é muito próxima à figura mostrada para o ano de 1996, ou seja, o Titanic ainda encontra-se notavelmente preservado, apesar da degradação contínua.

A redescoberta do Titanic em 1985 lançou um debate sobre a propriedade dos destroços e os itens resgatados do navio. Em 1994 a empresa RMS Titanic Inc., recebeu a concessão dos direitos de propriedade e recuperação dos artefatos do navio pelo Tribunal Distrital dos Estados Unidos.

Em 24 de março de 2009, foi revelado que o destino de 5.900 artefatos recuperados do naufrágio poderiam, finalmente, descansar após a decisão de um Juiz Distrital dos EUA. A decisão foi posteriormente emitida em duas decisões em 12 de agosto de 2010 e 15 de agosto de 2011.

Conforme anunciado em 2009, o juiz considerou que a empresa RMS Titanic Inc. detém a propriedade dos artefatos recuperados e sua decisão também centrou-se na situação do naufrágio, bem como no estabelecimento um sistema de monitoramento para verificar a atividade futura no local dos escombros.
Em 15 de agosto de 2011, a juíza Rebeca Beach Smith concedeu propriedade dos milhares de artefatos recuperados à empresa RMS Titanic Inc., que está sujeita a uma lista detalhada das condições relativas à preservação e disposição dos itens.

Hoje os artefatos recuperados só podem ser vendidos para uma empresa que esteja preparada para respeitar a longa lista de condições e restrições impostas pela justiça, a fim de que sejam seguramente preservados. Assim então, a empresa RMS Titanic Inc. pode lucrar com os artefatos recuperados do navio através de exposições itinerantes ao redor do mundo, uma das quais passou pelo Brasil no ano de 2011 e se retirou no início de 2012, continuando sua turnê mundial.
O nome "Titanic" revelado nos escombros do navio

Nitidamente gravado em uma das placas de aço que compunham a proa, o nome "TITANIC" media 45 cm de altura e fora pintado com tinta amarelo cromo, a mesma tinta utilizada na faixa decorativa que percorria a subdivisão entre o enorme paredão negro de aço e a superestrutura branca do navio. Curiosamente as fotografias em preto e branco não beneficiavam a nitidez da cor amarelo cromo, por isso em apenas um número limitado destas fotos pode se ver com clareza os letreiros gravados nas duas laterias da proa e sob a popa do transatlântico, e também a longa faixa decorativa que dividia o casco. Deste modo o letreiro "TITANIC" só aparece plenamente legível nas fotografias tomadas sob determinadas condições de luminosidade, e também em fotos capturadas sob distância e ângulos específicos entre navio e fotógrafo.

Acima, esquerda: 10 de abril de 1912, Southampton, Inglaterra, por volta das 13:00, o Titanic lentamente deixa a zona portuária da cidade e inicia sua jornada à sua primeira escala na cidade de Chebourg, França, onde chegaria as 18:30 daquele mesmo dia. Direita: O letreiro fotografado nos primeiros meses de 1911, com o imenso navio ainda preso à rampa de construção e ao pórtico dos Estaleiros Harland and Wollf, em Belfast, Irlanda do Norte, antes do lançamento do casco.
Abaixo: A animação fotográfica ajuda a destacar com clareza as letras que compõe a palavra "TITANIC", gravadas na lateral de bombordo dos escombros do Titanic. Esta junção de fotografias e a gravação mais abaixo foram obtidas em anos recentes pela empresa RMS Titanic Inc., a detentora exclusiva dos direitos de exploração dos escombros do navio. O mosaico revela que as 07 letras foram escavadas diretamente sobre as placas de aço do casco, contrariando a impressão de que teriam sido simplesmente pintadas sobre a superfície. A sobrevivência do letreiro frente aos 100 anos decorrentes desde o naufrágio, se deve exclusivamente à esta técnica de "gravação escavada e pintura", visto que a tinta denota ter se corrompido há muito tempo, deixando a mostra apenas as letras escavadas em baixo relevo, e que vagarosamente desaparecem sob a deposição do ferrugem formado pelas bactérias que se alimentam de aço.

Ao lado: 11 de abril de 1912, Queenstown, Irlanda (entre 11:30 e 13:30), um grande grupo de passageiros da 3ª classe é fotografado ao sol, na popa do Titanic. O letreiro "TITANIC" aqui também media 45 cm de altura, enquanto que cada letra da palavra "LIVERPOOL" media apenas 30 cm de altura.

No Titanic haviam três pontos com identificação do navio: Seu nome fora gravado sobre a lateral de bombordo e a de estibordo (esquerda e direita do navio) sob a forma de letras maiúsculas escavadas sobre as placas de aço. Estas letras posteriormente foram pintadas em amarelo cromo, a mesma cor aplicada sobre a contínua faixa decorativa que percorria toda a extensão mediana do navio.

O terceiro enunciado fora gravado diretamente sob a popa, com os dizeres "TITANIC LIVERPOOL", que eram respectivamente seu nome e a cidade de Liverpool, Inglaterra, onde localizava-se a sede da companhia White Star Line e onde o navio fora registrado.

Acompanhe no vídeo abaixo a exploração do letreiro "TITANIC" gravado na lateral esquerda do navio, o lado de bombordo.
Divulgação - abranic

A expedição de 2010


***Imagem ilustrativa, trata-se de uma maquete do Titanic


O ano de 2010 marcou o início da maior e melhor expedição fotográfica já realizada ao RMS Titanic, a qual foi organizada pela empresa RMS Titanic INC, que detém os direitos de exploração, resgate e controle dos artefatos.

O intuito da expedição centrou-se na coleta de imagens detalhadas dos destroços com tecnologia de alta definição para a criação de um mapa tridimensional dos escombros. Acompanhe algumas destas imagens recentemente divulgadas.
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Acima - O desabamento das paredes da suíte de Edward John Smith, o capitão do Titanic, revela a banheira que era de seu uso privativo. O emaranhado de encanamentos mostra uma curiosidade: ele podia escolher entre água quente e fria, doce ou salgada. Curiosamente no Convés de Botes esta era a única banheira, um privilégio único e exclusivo direcionado ao capitão do navio.
O destaque na imagem ao lado (que é de uma maquete) exibe a exata localização das janelas do camarote ocupado pelo Capitão Smith, abaixo da 1ª chaminé, junto à ponte de comando. 1 lavatório com a banheira 2 quarto 3 e 4 sala de estar

Cientistas trouxeram à tona imagens nunca antes vistas do RMS Titanic no fundo do Oceano Atlântico, revelando dramáticas visões em 3D do casco enferrujado e visões fantasmagóricas do fundo do mar onde o navio afundou há quase um século.

As imagens tiradas de um veículo submersível de controle remoto foram mostradas a um juiz em meio a uma reivindicação de resgate de artefatos que está envolvendo naufrágio mais famoso do mundo. Os cientistas que participaram de uma expedição em 2010 no local do naufrágio disseram que as imagens são da mais alta qualidade já registradas do navio. A expedição também mapeou totalmente o campo de destroços, que mede um total de 5 km por 8 km, e que está localizado a 4000 m abaixo da superfície do Oceano Atlântico.


Acima: Um dos turcos (guindastes) responsáveis por sustentar e baixar os botes salva-vidas. Poucos destes equipamentos resistiram no convés de botes, e este em especial parece demonstrar as forças brutais que "varreram o Titanic" em sua descida à quase 4 mil metros de profundidade. Na madrugada de 15 de abril de 1912, este equipamento foi parte dos aparatos essenciais no processo de salvamento. 

Direita: Numa fotografia tirada no Convés de Passeio da 2ª classe do Olympic (o navio irmão do Titanic), vê-se o conjunto dos bote salva-vidas Nºs 10, 12, 14 e 16 com seus respectivos turcos (guindastes). No Titanic este modelo de guindaste funcionou primorosamente na madrugada do naufrágio, permitindo a evacuação de 18 dos 20 bote salva-vidas de modo seguro. Os únicos 02 botes salva-vidas do Titanic que não foram lançados à partir destes aparatos estavam alojados em posições de difícil acesso junto à base da chaminé Nº 01, completamente fora do alcance destes guindastes.

Os especialistas disseram que o campo de destroços foi totalmente documentado pela primeira vez. As novas imagens serão dispostas para exibição pública, segundo os cientistas, e ajudarão os oceanógrafos e arqueólogos a entender a descida violenta do navio para o fundo do oceano, assim fornecerão respostas sobre o estado do naufrágio, que hoje mostra que o navio apresenta sinais crescentes de deterioração. As imagens foram feitas no ano de 2010 utilizando submersíveis amarrados a um navio de pesquisa ou programados para “varrer” o fundo do oceano.
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Acima: Duas das várias janelas voltadas para o convés de botes. Atrás destas janelas ficavam os quartos dos oficiais. Esquerda: Numa foto realmente tirada à bordo do Titanic, o capitão Edward John Smith posa defronte às janelas dos alojamentos dos oficiais no Convés de Botes.

As fotos registradas por expedições anteriores eram aleatórias, não mostravam todos os detalhes dos escombros, mas as novas imagens mapearam cada centímetro do naufrágio utilizando as últimas tecnologias de gravação. As fotos individuais são unidas em um processo de mosaico para criar uma vista em larga escala, mostrando o panorama integral do navio.

Os cientistas disseram que as imagens coletadas pela expedição estarão disponíveis no futuro para o público, o qual poderá explorar o naufrágio navegando nas profundezas do oceano do mesmo modo que um adolescente opera um jogo de vídeo-game usando um joystick.
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Acima - Numa visão tomada entre os conveses B e C, pode se notar a área afetada pela ruptura do navio na madrugada do naufrágio. Para além desta área, 600 metros adentro da escuridão, repousa a popa do que fora um dia o maior e mais belo navio do mundo.
O vídeo da expedição de 2010

Divulgado no ano de 2010, o vídeo feito na expedição realizada pela RMS Titanic INC impressiona pela alta qualidade das imagens, possibilitando a melhor visualização do Titanic em sua condição atual.
OS SEGREDOS DO TITANIC
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"Os Segredos do Titanic" (Secrets of the Titanic, 1986, National Geographic) está desde sempre na lista dos melhores documentários sobre o assunto, e se destaca pela exclusividade total e primeira mão de informações para a época em que foi produzido, veiculado apenas um ano após a descoberta dos destroços do lendário transatlântico naufragado em 1912, com informações e imagens até então inéditas para o público. Narração brasileira emocionante, é de longe o documentário preferido do editor deste blog.
PARTICIPE DE UMA AVENTURA ESPETACULAR.
ELA COMEÇA AQUI MESMO...

Este é um home vídeo exclusivo da NATIONALGEOGRAPHIC, que apresenta uma das mais célebres expedições ao fundo do mar deste século. Você verá cenas inéditas, nunca imaginadas. Após anos de pesquisas e explorações o Dr. Robert Ballard do Instituto Oceanográfico Woods Hole e sua equipe desceram a quase 4.000 metros abaixo da superfície gelada do Atlântico Norte, onde majestosamente repousa, junto com seus mistérios, o R.M.S. Titanic. Utilizando um complexo de câmaras de vídeo com controle remoto e com o auxílio do robô "Jason", a equipe do Dr. Ballard tornou-se a primeira a revelar os segredos que foram guardados durante mais de 70 anos.

Agora, todas as emoções desta magnífica exploração submarina estão ao seu alcance. Ganhador do certificado de "Vídeo de Platina" da RIAA - Recording Industry Association of America. Este filme bateu o recorde de audiência em TV a cabo nos Estados Unidos. Venha participar desta fascinante aventura.

Versão Brasileira Vídeo Arte do Brasil.
Duração aproximada: 60 minutos.

© 1986 NATIONAL GEOGRAPHIC SOCIETY

 
Crédito
Edição, Rodrigo Piller, Titanic em Foco