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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Um carro no Titanic: O Renault de William Ernest Carter


Acima, esquerda - O Titanic navega em mar calmo sob a luz do sol em direção à Nova York. Em algum lugar no porão Nº 02, estocado entre a montanha de bagagens, segue o belo Renault vermelho de William Ernest Carter. Oitenta e cinco anos depois o carro ganharia uma participação nas telonas do cinema com o filme "Titanic", dirigido pelo canadense James Cameron. Direita - Um autêntico Renault ano 1912 restaurado, foi leiloado em 2003 por mais de 500 mil reais. (Imagem de fundo digitalmente alterada para fim informativo, não trata-se de uma fotografia autêntica).

Seja bem vindo ao Titanic em Foco

Qual é uma das principais cenas que você se lembra quando pensa no filme Titanic? [Além da cena icônica dos personagens Jack e Rose "voando" e se beijando na proa do navio]. 

Isso mesmo, aquela: A cena vaporosa na parte de trás do carro vermelho, no porão do navio, o momento íntimo entre os personagens principais que se passa no banco traseiro de um carro da época. 

Antes das gravações do filme "Titanic", o departamento de pesquisa do Estúdio 20th Century Fox, a pedido do diretor canadense James Cameron, conseguiu determinar com os antigos registros de seguro, que de fato um Renault havia sido carregado como carga na viagem trágica do Titanic: Um belo Renault Coupé de Ville, pertencente a um dos passageiros ricos da 1ª classe.

O famoso carro realmente existiu, estava de fato a bordo do Titanic em sua primeira e não terminada travessia oceânica, e possui também uma curiosa trajetória...

Saiba mais desta história
Ao lado - William Ernest Carter, sua esposa e os dois filhos, passageiros da 1ª classe no Titanic, estavam voltando para casa, na Philadelphia, no estado da Pennsylvania nos EUA, levando um carro Renault novinho em folha.

Na manhã de 10 de abril de 1912 na cidade de Southampton, Inglaterra, William Carter (36), embarcou como passageiro de 1ª classe no Titanic junto de sua esposa Lucile (36) e os filhos Lucile Polk e William Thornton (13 e 11 anos, respectivamente) e uma empregada, Auguste Serreplan. A família ocupou as cabines da primeira classe Nºs B96 e B98, enviando para a 2ª classe um empregado, Alexander Cairns, e um motorista, Charles Aldworth. 

No porão frontal do Titanic Carter levava aos Estados Unidos um Renault Coupé de Ville de 25 cavalos ano 1911 [também conhecido como Renault Town Car], considerado um dos carros mais velozes do mundo em 1912. Apenas quatro dias depois do embarque o destino do navio estava selado após o choque com o iceberg às 23:40 de 14 de abril de 1912.

Carter conseguiu colocar sua família em segurança no bote salva-vidas Nº 4, se direcionado então para o bote de emergência "C", onde veio a ser salvo [o mesmo bote onde também estava Joseph Bruce Ismay, proprietário do Titanic]. Todos os membros da família salvaram-se e também a empregada, mas os outros dois empregados hospedados na 2ª classe pereceram na naufrágio.

Ao lado - Nesta ilustração de Ken Marschall, as setas indicam os dois botes salva-vidas onde a família Carter se salvou, localizados em ambos os lados da 1ª chaminé. Acima o bote Nº 4, abaixo o bote de emergência C.

Na sequência Carter apresentou um pedido de indenização de 5.000 dólares pelo veículo perdido [mais de 100 mil dólares em valor atual, e suficiente, na época, para comprar 10 carros Ford novos]. Também fez um pedido de indenização de 100 e 200 dólares pela perca de dois cães da família que também foram tragados pelo navio; um da raça King Charles Spaniel e outro de raça desconhecida.

Abaixo - Belfast, Irlanda do Norte, segunda-feira, 01 de abril de 1912: o Titanic acabara de ser concluído após exatos três anos de obras, e este é o dia de testes no mar, mas devido ao fortes ventos - notável pela forte dispersão da fumaça - os testes são transferidos para o dia seguinte. O destaque vermelho marca a exata localização das cabines B96 e B98, onde a família Carter se hospedaria daqui a 9 dias. As duas cabines da família estavam ao lado da Grande Escadaria traseira, junto da Recepção do Restaurante a La Carte.
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Ao lado: Um carro plenamente montado é içado a bordo do Olympic, navio irmão do Titanic, na década de 1930. Procedimento que teria sido diferente para o Titanic em abril 1912.

Não há imagens do carro de Carter, mas o histórico manifesto de carga do Titanic registra o automóvel apenas como "1 CS AUTO" (1 caixa de automóvel). O que confirma as alegações que Carter fez mais tarde, de que o carro estava em uma caixa; no entanto ainda hoje não se sabe se o veículo estava montado ou desmontado. Atualmente este é o único automóvel que se sabe com plena certeza que estava no Titanic quando este naufragou.

Ao lado:
Neste curto flagrante em filme datado de maio de 1922, o procedimento de carga a bordo do Olympic no porto de New York. Considerando as informações disponíveis acerca do Renault a bordo do Titanic, dez anos antes desse registro, em 6 de abril de 1912, uma visão similar acontecia do outro lado do Atlântico, em Southampton, quando as os porões do maior navio do mundo eram preenchidos para a viagem inaugural com montanhas de bagagens, entre as quais estava o possante francês de cor vermelho encarnado, automóvel luxuoso novo em folha da família Carter.

Abaixo: Uma limusine é içada para bordo do RMS Queen Mary em 27 de maio de 1936, horas antes de sua viagem inaugural partindo de Southampton para New York. A fila junto às docas é formada de passageiros da 3ª classe em direção à plataforma de embarque. Vinte e quatro anos antes era aqui também que esteve atracado o Titanic nos dias anteriores a sua travessia de estreia. Segundo apontam os estudiosos, o procedimento adotado para o embarque do famoso Renault no Titanic teria sido diferente, obedecendo os costumes em voga na época.

Abaixo - Neste detalhe de um panfleto publicitário do Olympic e do Titanic, o destaque indica a localização exata do compartimento reservado aos carros em ambos os navios irmãos. É precisamente aqui, no porão Nº 2, onde estaria armazenado o carro de Carter.
O Renault ressurge nas telonas do cinema 85 anos depois...

Acima - Munido de muita licença dramática, James Cameron em seu filme de 1997 exibe o embarque do Renault na manhã do dia 10 de abril, plenamente montado e suportado apenas por um tablado aberto. A exemplo do gigantesco cenário do navio construído para o filme, o carro também era apenas uma cópia cenográfica, não se tratava de um carro real funcional.

Oitenta e cinco anos depois do naufrágio, onde morreram mais de 1.500 pessoas, o caso do carro de William Carter surgiu na mídia com o lançamento da super produção "Titanic" em 1997, o sucesso de James Cameron premiado com 11 Oscar's. O Renault aparece nas cenas de embarque, no início do filme, e é cenário de um dos momentos mais íntimos do casal ficcional Jack e Rose (Leonardo DiCaprio e Kate Winslet), que faz amor no banco de trás do automóvel alojado no porão do Titanic.

Ao lado: O Renault de passeio de William Ernest Carter é colocado no porão de cargas Nº 2. "Fiz deste carro uma locação importante no roteiro", conta James Cameron, que tentou chegar até o carro no navio naufragado em 1995  com veículos controlados por controle remoto, entrando no mesmo porão de cargas. Vigas de apoio e outros detritos haviam bloqueado a entrada e ele não obteve sucesso em encontrar o veículo. Todavia vários documentos históricos, incluindo o contrato de seguro do veículo, forneceram informações suficientes para que o Renault fosse finalmente recriado em todos os detalhes, até os vasos de cristal para flores no compartimento dos passageiros (o vaso de cristal pode ser visto na parte superior dentro da cabine na foto abaixo). 

Abaixo: Os personagens ficcionais Jack Dawson e Rose DeWitt Bukater [Leonardo DiCaprio e Kate Winslet] têm seus momentos mais quentes durante o filme a bordo do Renault vermelho. Ainda que bem idealizada, a cena tem considerável licença poética, considerando que os passageiros não eram permitidos nos porões de carga. Em sua rota de fuga os personagens atravessam a sala de caldeiras e entram diretamente no porão de carga onde encontram o Renault... MAS... os projetos oficiais do Titanic exibem que não existiam portas de comunicação entre a sala de caldeiras Nº 6 e o porão de carga dianteiro Nº 2. A realidade é que o porão e a sala de caldeiras estavam a mais de 20 metros distantes entre si e em dois patamares diferentes do navio, o que - na vida real - tornaria impossível a rota tomada pelo casal do cinema.
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A famosa cena de amor foi filmada neste carro cenográfico, que foi construído apenas e especialmente para o filme. A réplica foi construída em cima de um chassis de um antigo carro. O corpo foi feito em chapas de metal e ele não possuía motor ou qualquer aparato realmente funcional. As rodas dianteiras sequer se moviam, para movimentar o carro nos estúdios era necessário colocar um suporte sob a parte frontal e transportá-lo manualmente.  

Abaixo: Com uma pequena "mãozinha do Photoshop", removendo digitalmente os equipamentos de filmagem nesta foto dos bastidores de "Titanic" (1997), a impressão resultante é de que o registro é autêntico, captado de fato em Southampton, em 10 de abril de 1912... Considerando também, é claro, pelo fato de que hoje sabemos a data e estado original em que o Renault William Ernet Carter foi descido ao porão de carga do Titanic. A ideia irreal, no entanto, abre as portas para a imaginação artística livre, como magistralmente explorada por James Cameron.
 
O interior foi forrado de veludo azul colado sobre um revestimento de formas simples, composto de madeira compensada. Kate Winslet, em entrevista, disse que ela e Leonardo DiCaprio foram cobertos de vaselina antes da cena para que parecessem suados. Quando James Cameron gritou "Corta!", ambos estavam cobertos de poeira de veludo azul, preso ao seu brilho pegajoso. O carro cenográfico em si foi feito para se parecer o melhor possível com o verdadeiro veículo enviado a bordo do Titanic. A réplica demorou 60 dias para ser construída desde o zero pela empresa "Adams Custom Engines" da cidade de Reno, no estado de Nevada, EUA. 

Ao lado - Cena dos bastidores dos momentos de embarque do Renault, antes da famosa "inversão espelhada" da pós produção, que corrigiu a posição do navio para as telonas. A partir de 0:07 seg.

Munido de uma gigantesca dose de licença poética, James Cameron optou por mostrar o carro ao ser embarcado nas cenas de abertura, no dia 10 de abril de 1912, poucas horas da partida do Titanic em sua viagem inaugural. No entanto historicamente se sabe que o famoso Renault de William Carter foi embarcado quatro dias antes, em 06 de abril de 1912, junto com uma quantidade gigantesca de outros produtos simples como: bolas de  tênis, bolas de golfe, instrumentos cirúrgicos, chapéus de palha, livros, roupas, canetas, luvas, lâmpadas... e uma infinidade de encomendas comuns enviadas aos Estados Unidos.

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Outro ponto de contínuo debate entre os especialistas se refere ao fato de que na década de 1910 os carros enviados em viagens longas através de navios eram, na maioria dos casos, fechados em caixas de madeira e parcial ou totalmente desmontados. Os veículos novos adquiridos na Europa só eram montados quando de sua chegada ao destino final; ou, em caso de já estarem montados antes do embarque, eram alocados sobre plataformas de madeira sem as quatro rodas, retiradas como medida de proteção às raias de madeira. 

Ao lado - Durante o processo de produção de "Titanic", esta era a arte gráfica prévia do visual desejado para a réplica do Renault onde o casal Jack e Rose teriam seus momentos íntimos.

Em 1995, ao explorar os destroços do verdadeiro navio antes de começar as filmagens de "Titanic", James Cameron tentou penetrar no porão de carga para obter imagens do famoso Renault de William Carter, mas não teve sucesso, e não encontrou qualquer coisa reconhecível. O plano original para o filme era fazer uma seqüência de flashback logo após a cena de amor entre os protagonistas, onde o carro cenográfico se diluiria na imagem para dar lugar ao verdadeiro carro corroído nos escombros, um recurso bem utilizado no decorrer do filme. Devido ao fato de não ter obtido sucesso em sua procura, Cameron mudou sua idéia com relação a cena, filmando-a da maneira que a conhecemos hoje.

Após as gravações entre 1996 e 1997, o carro cenográfico foi então utilizado em várias exposições itinerantes de artefatos do filme, sendo por fim armazenado em uma exposição fixa nos Estúdios Fox Baja, na cidade de Baja California, no México, o mesmo local onde ocorreram as filmages. Os anos de exposição desprotegida tiveram seu preço, e o famoso carro da cena de amor hoje se encontra em estado decadente, assim como a maioria dos poucos objetos cenográficos arquivados desta super produção. A última aparição do Renault cenográfico deu-se em 2012 como objeto do cenário de fundo no documentário "Titanic: The Final Word with James Cameron", pelo Nacional Geographic Channel, exibido em abril de 2012 por ocasião dos 100 anos do naufrágio.
Em setembro de 2001, durante uma pesquisa filmada nos escombros do Titanic para o documentário "Ghosts of the Abyss", James Cameron desceu através do porão Nº 2 com um veículo telecomandado, para ver o que na carga poderia ainda ser identificável, mas não encontrou o Renault (cenas estão na animação abaixo). O ilustrador Ken Marschall, que participou da expedição, disse: 

"Em algum lugar aqui nós sabíamos que estava o Renault do passageiro da primeira classe William Carter. Montes altos de formas não reconhecíveis foram vistos pelas nossas câmeras. Haviam pacotes e caixas, todos cobertos com vários centímetros de lodo, como de costume. Queríamos saber se debaixo de uma pilha particularmente grande de formas irregulares poderia estar o carro, mas não havia maneira de dizer. A forma curvada de um objeto para alguns observadores parecia-se como um pára choque dianteiro. O veículo telecomandado mostrou em close uma grande caixa de vime, caixas de madeira em decomposição - o conteúdo às vezes é visível, mas não o suficiente para ser reconhecido -, e uma pilha de livros ou outros papéis empacotados. É tudo muito interessante, mas não há descobertas impressionantes ou surpresas para relatar".  

Deste modo então o verdadeiro Renault de William Carter ainda permanece sem ser descoberto nos destroços do Titanic.

Abaixo, esquerda - Nesta ilustração de Ken Marschall o corte lateral no casco do Titanic exibe o Renault alojado no porão Nº 2. À direita uma maquete construída para um museu temático sobre o Titanic, nos EUA, que exibe a mesma disposição. Muito mais interessantes de se ver, estes são trabalhos que popularizam a ideia de que o carro estava sendo transportado montado e desprotegido, apenas atado ao piso do navio. A realidade é, no entanto, que as evidências históricas disponíveis apontam  que na melhor das hipóteses o veículo estava semi ou totalmente desmontado e selado no interior de uma caixa ou outra estrutura protetora similar.

Abaixo e ao lado -
Tomando como inspiração as cenas de embarque no filme "Titanic", o editor deste blog replicou o mesmo conceito explorado por James Cameron em seu filme, optando por mostrar o belo carro vermelho ao ser içado sobre os porões de carga completamente montado sobre um tablado. 

Visão historicamente inadequada, mas que surge como uma  forma criativa de contar sobre a história curiosa do verdadeiro Renault de Carter. 

O pequenino modelo aqui foi feito com um mix de materiais simples como gesso, porcelana fria, fio de crochê, talagarça, acetato e cartolina. Os pequenos faróis foram recriados com pedras de strass vindas de bijuteria.
Um gêmeo real do Renault de William Carter

Este é um gêmeo real do Renault de William Carter. Este carro foi restaurado com o mesmo padrão do utilizado no filme épico de James Cameron. O veículo é vencedor de inúmeros prêmios e concursos, e tem uma história interessante. Foi descoberto por Arthur Doering  em um armazém de Detroit (EUA), em 1980, que pertencia ao colecionador de veículos Barney Pollard, cuja extensa coleção de carros era lendária. 



O colecionador Pollard, a fim de economizar espaço, pendurou este e muitos de seus carros na vertical, como salsichas, e ele permaneceu por muito tempo preso ao teto pela parte frontal, de cabeça para baixo. Ao tomar posse do carro, Doering iniciou uma restauração completa que consumiu três anos e meio, finalizando-o com o mesmo visual do Renault vermelho do filme Titanic. Em 2003 a Casa de Leilões RM leiloou este carro por 269.500,00 dólares (mais de 528 mil reais).



Se você é um amante de carros históricos, segue então um vídeo de um outro Renault, neste caso um modelo fabricado em 1914 denominado "Renault ED", em pleno funcionamento. Apesar de não seguir a mesma configuração do histórico Renault embarcado na viagem fatal do Titanic, a cor é a mesma e o visual geral bastante similar.
Vídeo propriedade de Ian Murray
Crédito
Pesquisa, tradução, adaptação de texto e imagens - Rodrigo, Titanic em Foco

Com informações de:
martycrisp.com  /  foxnews.com /  imcdb.org  /  Ghosts of the Abyss (2003)   /   mauctions.com / encyclopedia titanica.org /  marconigraph.com  /  "Titanic de James Cameron" (livro) /  "O Crepúsculo da Arrogância", Sergio Faraco (livro)  /  Titanic 4 Disc Deluxe Collector's Edition 1997   /  howardmodels.com  /  Inside the Titanic: A Giant Cutaway Book by Hugh Brewster  /  kenmarschall.com  /  nmni.com

domingo, 17 de fevereiro de 2013

"Titanic II" para 2016: Bilionário australiano divulga pré-visualização do proposto navio

ATUALIZAÇÃO maio/2016 - As recentes atualizações na imprensa mundial dão conta de que a viagem inaugural do proposto "Titanic II" de Clive Palmer agora acontecerá em 2018, no entanto até a atual data, fevereiro de 2016, a construção do suposto navio não teve início, oficialmente não há obras. Desde maio de 2014 nenhuma atualização sobre o projeto foi feita no site oficial da empresa 'Blue Star Line', e não há esclarecimento sobre as insistentes repetições de anúncios relacionados a viagem de estreia, considerando que não há qualquer obra em andamento. *** Vale ressaltar que a construção do verdadeiro Titanic consumiu exatos três anos de obras, o que torna ainda mais inexplicáveis as alegações de que a proposta réplica consumirá menos de 2 anos de obras e ficará pronta em 2018.
Acima - A atual arte gráfica oficial para o proposto "Titanic II": O navio de Clive Palmer será 4 metros mais largo que o original para auxiliar na estabilidade mas terá o mesmo comprimento de 269 metros / terá casco soldado ao invés de rebitado / será movido à diesel ao invés de carvão / terá mirantes instalados no topos das duas primeiras chaminés, que não serão utilizadas para eliminação de fumaça devido à ausência de caldeiras como no original / não terá a leve curvatura do navio original para redução de custos na construção / o madeiramento decorativo dos interiores obrigatoriamente será reduzido e, ou, composto com materiais similares e anti-fogo / o leme será apenas decorativo devido à utilização de propulsores azimutais (hélices com rotação de mudança de direção independentes) / haverá a inclusão de um novo andar ao navio, logo acima do Convés D, onde ficarão os botes salva-vidas funcionais exigidos pela legislação atual, mais próximos da linha d'água, e neste "convés de segurança" também haverão atrações modernas como teatro-cassino e centro de negócios / A "ponte de atracagem traseira" (na popa do navio) será completamente removida para a instalação de um heliponto para pouso e decolagens de helicópterios.  Em uma análise rápida, o futuro navio será uma releitura moderna do verdadeiro Titanic, que adotará várias características originais, mas que, devido às incontáveis alterações obrigatórias, passará longe de ser uma réplica perfeita.

Dados prévios provisórios

Nome - Titanic II / Proprietário - Blue Star Line / Construtora - CSC Jinling, Nanjing / Tipo - Transatlântico / Peso - 56.000 Toneladas Brutas (previsão) / Comprimento - 269 metros / Largura - 32.2 metros / Calado (porção submersa na água) - 7.8 metros / Conveses/andares - 09 / Propulsão - Diesel-elétrica com três propulsores azimutais (hélices capazes de girar em qualquer direção horizontal, dispensando o uso de leme) / Capacidade - 2.435 passageiros / Cabines - 383 para a 1ª classe, 201 para a 2ª classe, 251 para a 3ª classe / Botes  - 18 botes salva-vidas completamente fechados e motorizados com capacidade para mais de 250 pessoas em cada.

Réplica de Titanic será construída por milionário australiano
Jornal da Globo, 12 de março de 2013 

Bilionário constrói réplica do Titanic
Originalmente divulgado em  27/02/2013 por Zoomin.TV Brazil

Seja bem vindo ao Titanic em Foco

Há 10 meses atrás, no dia 30 de abril de 2012, exatos 15 dias após o centenário do naufrágio do Titanic que foi relembrado mundialmente, o excêntrico bilionário australiano Clive Palmer (58) anunciou em uma conferência para imprensa sua pretensão de construir uma réplica do malfadado navio naufragado em 15 de abril de 1912.

Na visão de Palmer o novo navio será desenhado de modo tão similar quanto possível interna e externamente ao navio original, no entanto estando de acordo com as atuais regulações de segurança e de equipamentos de operação. O novo navio será equipado com todo o aparato de conforto e operacional atual; considerando que na presente data, um navio rigorosamente idêntico ao Titanic, em materiais, equipamentos e funções, estaria completamente defasado e fora da lei, e sequer poderia navegar no transporte de passageiros.

Clive Palmer têm sido descrito como um milionário excêntrico, idealizador de projetos nada menos que insólitos (aparentes golpes de publicidade), sendo dois deles, nomeadamente, um tipo de Jurassic Park em seu resort de golfe e um novo digirível Zeppelin previsto em 2010. Este último, na sequência de não ter resultado em nada, levou Palmer à ser ridicularizado no site de negócios Smartcompany.

Vale ressaltar que desde 1997, ano de lançamento do filme "Titanic" (dirigido por James Cameron), que atraiu avassaladora atenção pela história do Titanic, já houveram mais de 10 anúncios de possíveis novos "Titanic's", no entanto nenhum deles foi levado à cabo; quer seja por se tratarem de planos mirabolantes, negócios mal-sucedidos ou grosseiros golpes de publicidade.

 Ao lado - O livreto publicitário virtual sobre o "Titanic II", publicado em 16/02/2013. Para visualizar o livreto completo (em inglês) clique AQUI

Notoriamente a atual proposta de Clive Palmer têm resultado em uma gigantesco retorno de opiniões vindas por parte de apoiadores, admiradores, entusiastas e da comunidade em geral. Nem sempre positivo, o grande movimento de interesse relacionado ao proposto "Titanic II" têm sido observado em grande escala nos anúncios de imprensa e nas redes sociais, alimentando calorosas discussões - e divergências infinitas acerca do projeto. 

O certo é que as negociações aparentemente seguem em frente, Steve Hall e Daniel Klistorner, dois renomados historiadores do Titanic foram contratados para auxiliar na construção, e  no dia 16 de fevereiro - ontem - foi publicado um livreto virtual com as primeiras artes gráficas do proposto "Titanic II" e a construção está prevista para iniciar-se neste ano, com a viagem inaugural, entre Southampton e New York, planejada para abril de 2016, exatos 104 anos após o desastre do navio original. 

 Clive Palmer aprende lições com o Titanic original e inclui um Convés de Segurança em sua "réplica"

O Titanic II permanecerá o mais fiel possível ao visual do navio original diz Clive Palmer, exceto por uma mudança crucial. Ao revelar o design para o novo Titanic Clive Palmer disse que uma das diferenças-chave será a adição de um convés de segurança, situado entre os originais Conveses C e D. 

"Ele terá um convés de segurança cheio de botes salva-vidas cobertos do tipo Atlantic, então o que quer que aconteça você sobreviverá no mar, e todos serão motorizados. Neste convés extra não haverá nada como no navio original, aqui haverá um cassino-teatro, centro de negócios, e todo tipo de equipamentos de uma situação normal atual. Mas no resto dos conveses os passageiros verão tudo como no Titanic original."

Clive Palmer disse que a maioria das pessoas caíram de amores pela história do Titanic depois de assistirem o grande sucesso de James Cameron, mas para ele, reconstruir o Titanic é mais um caso de "Por que não?"

Pessoas do mundo todo têm oferecido até US$ 1 milhão para serem os primeiros passageiros a embarcar na réplica "high-tech" do navio. Representantes do empresário Clive Palmer afirmam que desde abril do ano passado, quando foi anunciado o acordo preliminar para construir o Titanic II em um estaleiro da companhia estatal chinesa CSC Jinling Shipyard, a empresa Blue Star Line vem recebendo uma resposta “impressionante” de pessoas que querem ser os primeiros passageiros pagantes; mesmo que a construção do navio não tenha nem começado. Segundo eles, os contatos vêm dos Estados Unidos, da Grã Bretanha e de países da Ásia e América do Sul. Entre os interessados, há cerca de meia dúzia de pessoas que ofereceram mais de US$ 1 milhão para embarcar na primeira viagem, que está planejada em princípio para 2016.

Vídeo prévia oficial para o Titanic II
nnnnMais
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Previsões para o "Titanic II"
Originalmente divulgadas em 16/02/2013
 Para visualizar o livreto publicitário completo (em inglês) clique AQUI

A Grande Escadaria da 1ª classe




Sala de Fumantes da 1ª classe, réplica da Sala do Telégrafo, Salão de Jantar da 1ª classe, Cabine da 2ª classe
Ginásio de Exercícios  e Café Parisiense
Banho Turco
Piscina
Salão de Jantar da 3ª classe
Titanic II partindo de New York

 O visual possível do futuro Titanic II
Crédito

Com informações de couriermail.com.au
Pesquisa, tradução, e reedição de texto e imagens - Rodrigo, Titanic em Foco