
Em 1912 as amenidades de bordo diferiam a centenas de milhas de distância do que hoje se apresenta nos cruzeiros de turismo, que seguem pingando aqui e nos portos de cidades ao redor do mundo sempre lotados e muito agitados. Atualmente o luxo de repousar numa espreguiçadeira se reserva a pouco mais que se esticar numa delas - em plástico ou metal – nas bordas de uma piscina movimentada. Inescapavelmente fotografando ou rolando o feed de uma rede social qualquer num smarthphone. Esta última opção no entanto estava a décadas de alcance quando em 1912 o navio que nomeia este blog se fez ao Oceano Atlântico, carregado de 2.200 pessoas indo em direção ao Novo Mundo, a América do Norte, terra das oportunidades.
De feitio de madeira e articuladas para maior conforto, as
espreguiçadeiras estavam para os passageiros assim como os chaminés estavam
para os transatlânticos de outrora... eram um ícone daquelas longas viagens marítimas do
início do século XX, onde o tempo escoava displicentemente tocado pela brisa e
o som do mar ao ser sulcado e vorazmente revolvido pelas colossais hélices de bronze à ré da embarcação, impelindo o monumento de aço adiante a pouco mais de 40 quilômetros por hora.
E é sobre este pequeno componente icônico e acolhedor do Titanic que discorre esta matéria. De maneira muito especial sobre a réplica incrível de uma delas, executada com maestria pelo amigo e contribuidor do Titanic em Foco, Vitor Vila, fundador da SHBT, Sociedade Histórica Brasileira do Titanic. Amigo este que em 2021 iniciou ele próprio e através de uma cuidadosa pesquisa histórica, a reprodução de uma verdadeira réplica de uma espreguiçadeira do Titanic, indiscutivelmente digna de apresentação em um museu.
Convidado por este editor que vos fala, Vitor cede seu depoimento sobre seu trabalho, recheado de boa vontade, paciência e desafios que acrescentam em muito a aquele que é apreciador dos trabalhos manuais, mas também para o leitor que, assim como este editor, aprecia a possibilidade de compreender com mais intimidade como de fato foi a rotina comum a bordo do Titanic nos 5 dias anteriores à madrugada fatal em que seu nome tomou outros sentidos, em face às vicissitudes do destino que o aguardava ali tão próximo desde que deixou a cidade de Southampton em 10 de abril para a viagem inaugural. Um destino velado apenas pelo tempo e o entrelaçar da cadeia de acontecimentos daquela esperada travessia.
Reclinado em uma espreguiçadeira, alguém não poderia imaginar nada disso naquele momento: havia espaço apenas para uma boa prosa, um cochilo sereno, o decorrer fluido das horas e a visão do Atlântico Norte sem fim que passavam graciosamente, enquanto o R.M.S. Titanic e seus ocupantes rumavam história adentro sem que ninguém suspeitasse de que forma.

As cadeiras eram dispostas ao longo do Convés de Botes e também do Convés A da embarcação, sendo que as do Convés A continham um número de demarcação para uma posição específica ao longo do tombadilho, e as do Convés de Botes possuíam uma plaqueta de metal parafusada no verso do encosto, onde o nome da pessoa que havia reservado aquela espreguiçadeira era inserido. A depender das condições climáticas, as cadeiras ficavam à disposição dos passageiros durante a maior parte das horas de luz do dia, sendo posteriormente recolhidas e agrupadas em seções específicas do convés durante grande parte do período noturno.
Abaixo: O longo convés de passeio da primeira classe [de 165 metros de comprimento em ambos os lados do navio] aqui fotografado por volta das 9:30 da manhã de 10 de abril de 1912 [menos de três horas antes da partida], dia do início da viagem, ainda atracado em Southampton, Inglaterra. A quase ausência de pessoa é em função aos preparativos para a vagem, quando uma pequena seleção de repórteres foram admitidos a bordo, ávidos por um registro do novo navio da White Star Line. As dezenas de espreguiçadeiras prontas para uso estão aqui alocadas diretamente abaixo dos respectivos numerais demarcantes de suas posições obrigatórias. As pequenas plaquetas aparecem aqui como os micro pontos claros posicionados em intervalos regulares ao longo das barras escuras instaladas junto ao topo do convés.
Abaixo: Fotografado aqui ainda em 1911, no início de sua carreira ativa que perdurou 24 anos na mesma rota em que o Titanic naufragou, o convés do Olympic apresenta uma seleção de cadeiras de espreguiçadeiras desorganizadas em função da inatividade do transatlântico ancorado em New York. Segundo Victor, mesmo aqui nesta foto há uma variação de modelos nesta foto, algo perceptível para o bom observador.
É de conhecimento entre os pesquisadores do Titanic que pelo menos 7 exemplares dessas cadeiras sobreviveram a passagem do tempo até os dias atuais, valendo destaque para duas particularmente bem preservadas: a que está exposta no Museu Marítimo do Atlântico em Halifax (Canadá) e que foi resgatada pelo navio CS Minia, e ao exemplar que pertenceu ao capitão francês Julien Le Marteleur, membro da tripulação abordo do navio CS Mackay-Bennett, e que hoje se encontra exposta no Museu Titanic Belfast, Irlanda do Norte.

Após toda essa contextualização, voltemo-nos para a minha jornada envolvendo estas interessantes espreguiçadeiras. Quando tomei conhecimento de que o Rodrigo construiu o exemplar dele sozinho, logo fiquei curioso para saber mais a respeito. Mais interessado ainda fiquei quando tive a oportunidade de visita-lo em abril de 2016 e ver a cadeira pessoalmente, bem como escutar as palavras do próprio criador sobre sua própria obra. É um artefato de se encher os olhos, e realmente me comoveu ouvir toda a jornada de experimentação, dificuldades e descobertas que o Rodrigo teve até alcançar o triunfo de seu produto final. Como grande entusiasta de arte, trabalhos manuais e do popular movimento DIY (Do It Yourself, traduzindo para o português: Faça Você Mesmo), desde aquele momento eu soube, que um dia, se tudo permitisse... Eu também criaria a minha própria versão deste item tão icônico relacionado ao Titanic!
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Com muita força de vontade, a partir de 2017, fui pesquisando a respeito desse tema, recolhendo informações e fazendo algumas descobertas interessantes. Muitos projetos de cadeiras “no estilo do Titanic” podem ser encontrados na internet, porém nenhum deles chega perto do design geral que as peças originais possuíam. Entretanto, tomei conhecimento de que a cadeira do Titanic que pertenceu ao Capitão Le Marteleur foi replicada e vendida em número limitado pelos seus proprietários em idos de 1998. Entrei em contato com eles na esperança de obter algum projeto ou molde das peças, porém infelizmente eles já não dispunham mais deste material, visto que as réplicas foram feitas em número limitado e com exclusividade na época. Não me deixei abater nessa primeira investida frustrante; eu realmente queria colocar em prática meu sonho de construir a espreguiçadeira do Titanic.
Segui procurando e pesquisando, até que pouco tempo depois encontrei aquela que seria a “estaca zero” de toda a minha empreitada: O “projeto perfeito”! Existe uma anedota que diz que, certa vez, o Museu Marítimo do Atlântico encomendou uma réplica de sua cadeira do Titanic a um marceneiro de Halifax, com o objetivo de coloca-la em uma exposição interativa, onde os visitantes poderiam se sentar e ter a sensação de estarem no convés do tão famoso navio. O museu permitiu que o marceneiro obtivesse medidas exatas da peça e criasse um jogo de gabaritos para seu projeto, porém com uma condição expressa: que os moldes fossem completamente destruídos após a finalização da cadeira, para evitar a criação de reproduções. O acordo foi feito e a cadeira foi construída, estando atualmente em exposição junto com a original. Mal sabiam eles que, com o uso de tecnologia e boa interpretação visual de fotografias, seria possível fazer um projeto praticamente perfeito de seu tão precioso artefato.
Criado pelo experiente marceneiro Tim Killen, proprietário da KillenWOOD, especializado em móveis de época e desenhos de mobiliário com qualidade de museu, o projeto que adquiri digitalmente é baseado na cadeira do Titanic exposta no Museu Marítimo do Atlântico, criado a partir de referências visuais e experimentações de ergonomia através de softwares 3D. Definitivamente, é o mais próximo que eu poderia chegar de ter informações originais sobre essa espreguiçadeira, e um belo ponto de partida para toda a empreitada que se seguiria depois disso.
Como disse anteriormente, o fato de eu ser uma pessoa com pouca experiência em marcenaria, e carecer das ferramentas necessárias para a feitura dessa cadeira, me trouxe um desafio extra: a necessidade de assessoria de uma marcenaria de móveis rústicos para pelo menos realizar os cortes e lixamentos brutos de todas as peças necessárias. Após esse processo, todo o restante da tarefa seria feito integralmente por mim.
Encontrar uma marcenaria que topasse “comprar minha ideia” foi uma jornada pra lá de dificultosa, para não dizer quase impossível. Necessitava ser uma marcenaria de móveis rústicos, ou seja, que trabalha com madeiras reais ao invés de compósitos como aglomerados e MDFs. O grande problema nisso tudo, é que essas empresas já trabalham com projetos pré-estabelecidos e que são iniciados e finalizados por eles, não os interessando aceitar criar algo “pela metade” apenas para atender “aos caprichos” de um rapaz sonhador. Nessa situação eu praticamente engavetei meu sonho por mais de 3 anos, até que no início do ano de 2021, eu finalmente encontrei quem me ajudasse! Faço questão de citar a “Realeza Móveis Rústicos”, marcenaria tocada pelos colegas Clodoaldo Silva e Wellington Santos e situada no Bairro do Rosário em Atibaia, cidade onde eu resido. Sem o apoio, paciência e amistosidade deles, esse meu “sonho maluco” não teria sido possível de ser feito. Dessa forma, inicia-se efetivamente a concepção e real construção da famosa espreguiçadeira do Titanic!
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A madeira que decidimos usar para o projeto é a Peroba Mica (Aspidosperma Polyneuron). Apesar dessa madeira ser considerada “De Lei” no Brasil, tendo a sua extração e corte protegidos por lei ambiental, os exemplares utilizados em minha empreitada são considerados “peças de descarte” de construções muito antigas, ou melhor dizendo, as famosas “madeiras de demolição”. Nessas condições, pode-se considerar a Peroba Mica “de demolição” uma madeira perfeita para esse trabalho. Ela é nobre, densa, resistente e, acima de tudo, de excelente custo benefício financeiro. Um ponto interessante a se refletir é que as madeiras de demolição, por conta de sua origem, têm a chance de ter até mais de 100 anos de idade desde sua extração original, ou seja, existe a possibilidade dessa cadeira ter sido construída com madeira tão velha quando o próprio Titanic, tornando toda essa experiência ainda mais imersiva!
A espreguiçadeira em si é composta de 35 peças de madeira, sendo 10 delas de cortes e ângulos retos. As outras 25, sem exceção, apresentam algum tipo de curvatura que necessita o uso de ferramentas específicas para a sua criação, como serra fita, lixadeira de bancada com eixo oscilante e tupia. Apesar de estar incumbindo parte dessa tarefa a meus colegas marceneiros, não fiquei apenas assistindo a todo esse processo de braços cruzados. Eu literalmente me dispus a trabalhar com eles, aprendendo assim muitas dicas e absorvendo informações que me seriam muito úteis nas etapas posteriores. Foram necessários alguns dias para a confecção crua de todas essas peças, e no final desta fase em diante, eu estaria completamente sozinho no prosseguimento e conclusão desta atividade.
A primeira tarefa que fiz ao chegar em casa com todos os componentes que precisava, por incrível que pareça, não foi partir para um trabalho braçal, mas sim para uma pequena, porém importante intervenção artística no meio da cabeceira da futura cadeira: o entalhe em baixo relevo da famosa estrela de 5 pontas da companhia White Star Line medido aproximadamente 4,6 cm. O bom de trabalhar com a peroba é que, apesar de ser uma madeira extremamente resistente, é suficientemente maleável a ponto de permitir que eu realizasse esse entalhe com um simples estilete de artesanato! Pode ter sido um pouco penoso chegar à profundidade ideal do baixo relevo, mas o esforço recompensou e muito!
A próxima etapa foi realizar toda a furação necessária em todas as peças. Essa talvez foi a única tarefa que realizei sozinho com o auxílio de uma furadeira de bancada, a única ferramenta profissional que eu já possuía. Em seguida, iniciou-se o tedioso processo simultâneo de lixamento e colagem de alguns componentes da cadeira, com o objetivo de deixar alguns conjuntos em fase de pré-acabamento. Depois do uso excessivo de lixas de várias gramaturas, todas passadas a mão sem o uso de outras ferramentas, não era surpreendente que eu ficasse com as articulações das mãos bem doloridas, com a pele cheia de bolhas e as digitais dos dedos completamente desgastadas. Certa vez cortei feio o dedo ao utilizar uma pequena broca afiada para alargar os furos onde futuramente entrariam alguns parafusos. Não faz mal, afinal, são nos nossos melhores projetos que vertemos sangue, suor e lágrimas não é mesmo?
Em seguida, chegou o momento de selecionar e instalar as ferragens que manteriam toda a cadeira no lugar. O leitor deve estar se perguntando se, para esse projeto, foi necessário algum tipo de ferragem diferente ou mandada ser feita sob medida? Nada disso! A espreguiçadeira é composta de 16 parafusos de cama convencionais com cabeça de fenda, 4 dobradiças de 3cm de largura (absolutamente essenciais que sejam nessa medida por conta da largura da peça em que vai inserida), e mais de 30 porcas e arruelas. Todos esses componentes podem ser comprados em qualquer loja de ferragens convencional.
Em algumas partes da cadeira, onde originalmente eram fixados parafusos soberbos, optei por trava-las com parafusos e porcas convencionais, facilitando assim alguma eventual desmontagem completa da peça sem causar eventuais danos ao material. Uma atenção especial merece ser dada as arruelas de borracha para telhas, que com muita criatividade foram inseridas entre as madeiras que compõe a articulação pivotante, com o objetivo de não gerar atrito entre as peças. Ainda no verso do encosto fixei, tal qual alguns exemplares originais, uma plaqueta de metal para a inserção do papel com o nome do passageiro que eventualmente alugaria essa cadeira.
Vale ressaltar que as cadeiras verdadeiras do Titanic possuíam ferragens em latão, metal nobre e mais caro se comparados com outros que são atualmente mais utilizados. Por conta dessa questão mais técnica, nem todas as ferragens que utilizei podem ser consideradas “autênticas” em sua aparência, porém cumprem exatamente a mesma função das originais.
Terminado todo este processo de lixamento, colagem e fixação de parafusos, porcas, arruelas e assessórios, começo a chegar ao final deste peculiar empreendimento! Apliquei a sola de cada perna da cadeira uma borracha, a fim de evitar desgastes e derrapagens indesejadas. Como acabamento de todo o madeiramento, optei por aplicar seladora seguida de um polimento com cera de carnaúba. Em algumas partes da peça, por conta do lixamento bem fino, o brilho alcançado na madeira se tornou algo espetacular de se ver! Confesso que atualmente me arrependo de ter aplicado estes produtos, porque apesar de conferir grande beleza, acabou não protegendo a madeira contra a água, e, portanto, impossibilitando que eu deixe a espreguiçadeira eventualmente exposta a intempérie. De todo modo, o valor que dou a este artefato como “peça de museu” não permitiria que eu verdadeiramente fizesse isso.
Tudo finalizado? Ainda não! Faltava um elemento muito importante, verdadeiramente a última tarefa a ser cumprida em toda essa jornada de construção desde móvel icônico: o assento!
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Confeccionar móveis com trama em palha indiana é um ofício muito antigo e uma arte por si só, curiosamente ainda muito popular aqui no Brasil. Para cumprir com o meu objetivo, precisei realizar ampla pesquisa e assistir vídeo aulas para aprender a executar este trabalho em minha obra.
Eis que, ao remover o assento encaixado, me deparo com uma visão aterradora: a peça rachou de fora a fora na parte de baixo do lado direito, sendo apenas mantida unida pela forte trama da palha indiana que eu havia realizado. Acredito que ela se quebrou talvez por alguma imperfeição no veio da madeira, ou talvez por alguma folga presente no encaixe. De todo modo, não havia outra forma de recuperar essa parte a não ser construindo uma nova para substitui-la.
Dei meu projeto como finalizado em julho de 2022, realizando um vídeo explicativo sobre toda essa empreitada, e que hoje pode ser visualizado no canal da Sociedade Histórica Brasileira do Titanic no YouTube. Finalmente, depois de quase 5 anos de idas e vindas, tornei meu sonho uma realidade, uma jornada que me trouxe inúmeros ensinamentos, bem como experiências dentro e fora do Universo do Titanic que jamais esquecerei!
Para deleite dos leitores, deixo aqui uma ficha técnica com dados de minha reprodução da Cadeira de Convés do Titanic:
- Cadeira de Convés / Espreguiçadeira / Deck Chair;
- 100% dobrável, com 6 pontos de articulações pivotantes;
- Medidas A x L x C quando aberta: 87,9cm x 65,4cm x 134,9cm;
- Peso aproximado: 15 kg;
- Assento tramado em palha indiana (rattan sintético);
- Gravação da estrela da White Star Line esculpida em baixo relevo no encosto;
- Constituída de 35 peças de madeira Peroba Mica;
- 16 parafusos de cama em fenda;
- 4 dobradiças;
- 32 porcas, sendo 14 em latão;
- 28 parafusos philips de diversos tamanhos;
- 20 arruelas, sendo 10 em latão;
- 6 arruelas de borracha para telhas;
- Pés emborrachados
CURIOSIDADE: 15 quilos podem parecer um peso pequeno para uma cadeira deste porte, entretanto, fiquei muito surpreso ao constatar que na prática, a peça é bastante pesada! Isso me chamou bastante a atenção, pois sempre que assistia aos filmes que contavam a história do naufrágio do Titanic, incluindo o épico de 1997, observava sempre atento os passageiros e tripulantes arremessando com enorme facilidade as cadeiras de convés borda a fora do navio! Eram essas espreguiçadeiras feitas de material mais leve apenas para fins representativos? Ou simplesmente a madeira utilizada na sua construção era menos pesada e densa do que a que eu utilizei para meu projeto? Espero um dia poder esclarecer essa curiosidade técnica, visto que, curiosamente, a cadeira de meu amigo Rodrigo também é tão pesada quanto a minha!
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Algum tempo depois de encerrada essa minha jornada, fui agraciado pela minha querida mãe com um belo complemento para minha espreguiçadeira: Uma manta em tecido de algodão, em formato quadrado, com o logotipo da White Star Line bordado a mão em um dos cantos! Apesar de não ser uma réplica exata, é fortemente inspirada nas mantas originais que eram distribuídas aos passageiros do Titanic enquanto utilizavam as espreguiçadeiras da embarcação. Seja para ler um livro ou tomar um pouco de sol em minha cadeira em pleno inverno, esta manta foi uma tremenda adição a minha coleção, item que guardarei com muito carinho não só por todo seu simbolismo e agregação histórica, mas por ser uma carinhosa demonstração de afeto de minha mãe para comigo!
E assim, como encerramento, gostaria de lhes deixar uma pequena reflexão... Criar este artefato tão emocionalmente conectado a história do Titanic, para além de todos os acontecimentos positivos que relatei aqui, também me trouxe uma sensação bastante única... Ao me sentar neste conjunto intrincado de madeiras e metais, que nenhum valor tinham antes de eu empregar tanto amor, energia e dedicação, simplesmente criou um portal, uma conexão entre meu presente e um passado que, de todo o meu coração, sempre acreditei ter em minha alma: eu estar abordo daquele que foi o maior e mais luxuoso navio do mundo em 1912!
Gostaria de agradecer primeiramente ao grande amigo Rodrigo, por me convidar a relatar essa jornada que foi tão especial em minha vida; a minha família que, em qualquer circunstância que seja, sempre me apoiou em meus projetos e ideias; Aos colegas e amigos entusiastas da comunidade do Titanic, que não só me incentivaram como forneceram inúmeras informações interessantes sobre as cadeiras de convés do Titanic, em particular ao colega colecionador Steve Santini, proprietário de pelo menos 3 espreguiçadeiras originais e que hoje estão em diversas exposições do Titanic na América do Norte.

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